Numa recente entrevista concedida à revista Visão, a Ministra da Educação, referindo-se ao actual processo de colocação de professores utilizou os adjectivos "absurdo" e "irracional" para qualificar tal processo, tendo defendido a ideia de conceder uma maior autonomia às escolas, sobretudo às mais "difíceis" para que estas possam vir a escolher, remunerar e compensar os docentes que considerarem mais qualificados.
Não desfazendo as boas intenções da Ministra, nem rejeitando por completo a hipótese de acabar com os concursos nacionais, que, muitas vezes, levam a situações absurdas de escolas com uma quadro docente espartilhado, já para não falar de famílias divididas e índices de motivação laboral muito reduzidos, penso que a possibilidade de serem as escolas a contratarem os seus professores poderia trazer muitos benefícios em termos de maior estabilidade do corpo docente e de aumento do sucesso escolar. Mas, com que custos?
Não sejamos ingénuos! O fim dos concursos nacionais e a aposta nos concursos a nível de escola levariam a situações mais gravosas do que aquelas que existiam no tempo dos mini-concursos. Por um lado, todo o processo de recrutamento docente ficaria mais burocrático, ao mesmo tempo que se correria o risco de tornar a colocação de docentes mais sujeita a situações de imparcialidade. Por outro lado, com o número de agrupamentos de escolas que existe, a candidatura de centenas de professores a uma escola teria elevados custos aos níveis monetário, processual e temporal.
Qual a solução? Continuar com os concursos a nível nacional, investindo em medidas de discriminação positiva para com os professores colocados em escolas mais difíceis. Por outro lado, seria importante favorecer as permutas entre docentes, assim como agilizar a possibilidade das escolas poderem requisitar professores que já tenham leccionado nessas escolas e dado provas de competência científica e pedagógica.
1 comentário:
Olá Miguel
O processo de colocação de professores é muito complicado.
Háverá sempre alguem prejudicado.
E quanto à burocracia, essa haverá sempre.
fica bem
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