domingo, 27 de dezembro de 2015

E, passado um mês... nada!!!

Já passou mais de um mês desde que o novo Ministro da Educação tomou posse e... nada. Nem uma palavra sobre o pensamento do novo Ministro acerca do que quer para a Educação em Portugal. Até agora apenas vimos em todo o seu esplendor a força do PCP ao proclamar o fim dos exames do 4º ano e a impor a extinção da prova dos professores. Assistimos também ao agrado da Fenprof  no final da primeira reunião com Tiago Brandão Rodrigues, mas de resto nada...
Penso que já houve tempo para uma primeira entrevista televisiva ou de jornal de Tiago Brandão para que professores e pais possam saber o que pensa o sucessor de Crato. É que não basta falar no fim da austeridade ou na redução do número de alunos por turma. É preciso concretizar o que pensa o novo Ministro sobre as matrizes curriculares, os programas das disciplinas, o ensino não regular, a escolaridade obrigatória, a avaliação por exames... Afinal de contas, o que quer Tiago Brandão fazer em relação às escolas com contrato de associação? E o que pensa Tiago Brandão do ensino vocacional? Já agora, o que vai Tiago Brandão mudar em relação ao processo de colocação de professores? Tanto há por dizer e... nada!!!
Bem sei que havia necessidade do novo Ministro da Educação conhecer os dossiês. Aliás, Tiago Brandão teve necessidade de conhecer todo o Sistema de Educação português, dado que esteve bastantes anos no estrangeiro. Mas, já passaram mais de trinta dias desde que tomou posse. Não chega? Pelos vistos, só mesmo em 2016 vamos saber o que pensa Tiago Brandão sobre a pasta ministerial que lhe calhou na rifa. Cá para mim, nem ele esperava ser Ministro... Aguardemos... 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O fim dos vocacionais ou uma mera alteração de designações???

A Educação há muito que constitui uma das políticas onde a estabilidade não constitui palavra de ordem. As políticas educativas em Portugal correm ao sabor dos governos, ora mais à esquerda, ora mais à direita. Que me lembre, nos últimos anos, e na área da Educação, os partidos políticos apenas numa questão estiveram de acordo: no alargamento da escolaridade obrigatória para os 18 anos de idade. Uma medida que, na minha opinião, trouxe muitos problemas à Escola Pública. Quem está nas escolas todos os dias percebe o alcance das minhas palavras. Haverá coisa pior para um professor do que tentar ensinar um jovem de 16, 17 ou 18 anos que detesta estudar e que apenas gosta da Escola no tempo dos intervalos?
Mas, vamos ao cerne deste artigo. O PS, de acordo com o seu programa de Governo, defende que o currículo no ensino básico, ou seja, até ao 9º ano de escolaridade, deve ser "integrado, global e comum". E o seu comum implica, segundo o DN, que se extingam os cursos vocacionais dos 2º e 3º ciclos. Ora, a pergunta que há que fazer é a seguinte: vamos ter o fim destes cursos ou mais uma mudança de designação, como já assistimos noutros tempos? O Ministro não responde. Deve estar a estudar os dossiers. já que 15 anos fora do país e da realidade educativa nacional não é brincadeira. Aguardamos, ansiosamente, pela primeira entrevista do Ministro Tiago...
Mas, o que quer este novo Governo? Terá o novo Ministro Tiago pensamento próprios sobre o assunto ou apenas irá levar à prática o que está delineado no programa de Governo do PS? Teremos mesmo um currículo comum a todos os alunos do básico? Se sim, o que fazer com os tais alunos que desde cedo sabemos que não dão "uma para a caixa" em termos de estudo?
Aqui fica a minha opinião. Há que criar uma alternativa para esses alunos. Entre os actuais cursos vocacionais (ou seja, os ex-CEF`s) e uma espécie de Necessidades de Aprendizagens Especiais (NAE) a implementar para os tais alunos, inseridos em turmas do ensino regular, prefiro esta segunda opção. Pelo menos, diluem-se os alunos problemáticos nas ditas turmas de alunos "normais", em vez de os encafuarmos em turmas a que lhes damos nomes pomposos (vocacionais, CEF`s, PIEFs, PCA`s ou outros), numa espécie de autêntica bomba-relógio pronta a explodir. Pelo menos, nas turmas do ensino regular, "puxam-se" estes alunos para cima, em vez de lhes reduzirmos o nível de exigência e fingirmos que os alunos aprendem, que é que acontece actualmente com os cursos vocacionais em muitas escolas do país, nomeadamente as situadas em regiões deprimidas do Interior, onde nem sequer duas empresas se consegue arranjar para que os miúdos façam a componente prática dos cursos...
Necessidades de Aprendizagens Especiais é do que esses miúdos padecem... Pensemos nisso, em vez de mudarmos os nomes para tudo ficar na mesma. A ver vamos o que pensa o Ministro Tiago...