A Ministra da Educação, em entrevista ao JN, afirma que "para prevenir o insucesso no fim do básico, precisamos de ter instrumentos de aferição e controlo da qualidade das aprendizagens no final do 1.º, 2.º e 3º ciclos". Ora, a questão que se deve colocar a esta proposta é muito simples: "Será que um aluno, ao saber que vai realizar uma prova que nada influi na sua avaliação, se empenha de forma adequada e exigível na realização da mesma?". Não me parece...
Por isso é que penso que a proposta da Ministra em avançar, no próximo ano lectivo, com provas de aferição no final do 1º e 2º ciclos apenas servirá para gastar recursos financeiros, não permitindo uma cabal análise da realidade do processo de ensino-aprendizagem em Portugal. Bem pelo contrário, as desigualdades entre as escolas de elite e as escolas mais desfavorecidas aumentarão, dado que os resultados dos alunos menos empenhados ainda serão bem piores de quando os mesmos prestam provas sabendo que as notas dessas provas poderão pesar na sua avaliação final.
Pois eu proponho duas medidas, porventura algo radicais: estender o nível de classificação de 0 a 20 ao ensino básico, acabando com a classificação inócua e injusta que vai de 0 a 5, e avançar para um sistema de provas globais (nacionais ou ao nível de escola) de cariz anual e a todas as disciplinas, tendo as mesmas um peso de 40% na classificação final. É que temos que levar os alunos a pensar que a Escola é para levar a sério!!! E as provas de aferição não os levam a pensar assim...