Durante a última semana muito se falou dos resultados obtidos pelos alunos do ensino secundário nos exames nacionais deste ano. Fizeram-se rankings, ordenações de escolas, reportagens televisivas e muitos gráficos, tentando mostrar as desigualdades regionais e até locais que caracterizam o sistema educacional português.
Há quem defenda que os resultados dos exames servem para avaliar apenas os alunos: afinal é esse o seu objectivo fundamental. Há ainda aqueles que fazem realçar as desigualdades entre escolas públicas e privadas, a fim de provar até que ponto é que o facilitismo pode imperar em muitas das escolas privadas do nosso país, enquanto que noutras emerge o factor financeiro como suporte basilar das elevadas médias obtidas. Há ainda quem comungue da ideia de que, mais do que avaliar alunos, este rankings devem servir como suporte de caracterização dos professores e das escolas.
Ora, um dos aspectos que mais me interessa analisar cada vez que são divulgados os resultados dos exames (desde 2001) são as enormes discrepâncias com que algumas escolas e disciplinas se destacam comparando as avaliações internas com as avaliações obtidas nos exames. Como lecciono Geografia e já leccionei IDES tenho curiosidade em ver as avaliações destas duas disciplinas. Este ano encontrei várias escolas onde os alunos levam uma média de 16 valores de nota interna e chegam ao exame e conseguem apenas 8 valores!!! Ora, aqui está uma das situações que no meu entender deve ser alvo de análise profunda por parte da tutela, a fim de perceber as razões de tais disparidades.
De resto, concordo, no geral, com a Ministra: mais do que avaliar escolas, os exames devem servir para avaliar alunos. No entanto, também podem servir para avaliar a prestação e o desempenho de alguns professores...