Depois de seis aulas (9 horas) passadas com os alunos do curso profissional de Turismo Ambiental e Rural é-me já possível formular conclusões um pouco mais sustentadas sobre a "matéria-prima" que tenho de moldar ao longo deste ano lectivo.
A turma tem dezanove alunos, sendo que uma boa parte deles provém de um CEF (curso de educação profissional) da área de fotografia. Os outros vêm do ensino dito regular. Constatei que, à excepção de três alunos que demonstram ter razoáveis hábitos de trabalho, os outros vêm com a ideia que neste tipo de curso não tem de se trabalhar muito. Na primeira semana de aulas quase todos se queixaram que, à disciplina que lecciono, estavam a escrever muito. Ora, tendo em conta que não existe manual para a disciplina de TTG (Turismo e Técnicas de Gestão) e que quase tudo o que têm escrito tem sido copiado dos Power-points que lhes elaboro e apresento, não existem razões sérias para estas queixas. Por outro lado, o que passam para o caderno é sobre a forma de tópicos, esquemas e diagramas, o que os favorece no trabalho. E ainda lhes criei um blogue, onde apresento resumos da matéria dada nas aulas...
Mas, há mais! Nas últimas duas aulas estive a desenvolver com eles matéria relacionada com os temas da análise da produtividade e dos custos, matéria esta essencial tendo em conta que é suposto que, caso eles venham a trabalhar na área do turismo, convém estarem familiarizados com a forma de gerir convenientemente qualquer negócio da área do turismo. Ora, logo no início da realização dos exercícios práticos, pude constatar que os números são um dos "terrores" que os atormentam. Deste modo, tive que ensinar-lhes o cálculo matemático mais elementar.
Apesar de tudo, dos dezanove alunos da turma, a maior parte deles parece estar a gostar da disciplina. Claro que todos os dias se queixam da "dureza" da disciplina, mas quase todos se têm aplicado na hora de passar a matéria leccionada e realizar os exercícios exigidos. A participação oral continua a não ser muita e, a verdade, é que o silêncio impera em muitos momentos da aula. Às vezes, sinto que estou a falar "chinês" para eles...
Como acontece em quase todas as turmas existem sempre os "desmancha-prazeres". Na turma, há um aluno, já com 22 anos(!) que tem vindo a "saltitar" de profissional para profissional, sabe-se lá à procura de quê, e que a toda a hora se queixa do esforço da aula! E, há ainda a acrescentar que um dos alunos da turma, pura e simplesmente, não liga a nada do que ali se passa. Não passa nada para o caderno, não participa de forma interessada e demonstra que, vindo dele, pouco ou nada se pode esperar de positivo: já apresenta uma boa dose de faltas injustificadas...
Enfim, o primeiro teste aproxima-se. A ver vamos se vai ou não haver surpresas, sejam elas pela positiva ou negativa. Continuarei a dar notícias...