É a primeira vez que aqui escrevo sobre a prova de avaliação que o MEC quer obrigar os colegas contratados a realizar. Desde o início que discordei da ideia da prova. Mas, pior que isso, a ideia de colocar à prova professores apenas porque não estão efectivos pareceu-me, desde o início, um autêntico disparate. A lógica de ter professores habilitados por instituições do ensino superior a terem de fazer uma prova de aptidão de conhecimentos para a profissão docente já me parece absurda, mas ignorar a sua experiência docente ainda me parece mais grave. Então um colega com 10 anos de serviço, mas efectivo, não precisa de fazer a prova, ao passo que um seu colega com 15 anos de serviço, mas ainda a contrato, já tem de a fazer? Qual a lógica disto? Nenhuma...
Mas, depois de conhecer o modelo da prova é que fiquei abismado com o estado a que esta situação toda chegou. É mesmo para perguntar: o MEC quer avaliar os professores contratados ou quer, simplesmente, fazer pouco deles? É que se os meus alunos do secundário vissem a prova certamente que diriam que os exames que eles terão de fazer no fim do secundário são bem mais complicados do que a prova que alguns dos seus professores terão de fazer. A pergunta que aqui deixo e que consta do modelo da prova é apenas um pequeno exemplo de como o MEC anda a brincar às provas de avaliação dos professores.
Afinal, isto da prova era para levar a sério ou não? Claro que se o modelo de prova que foi dado a conhecer fosse difícil, veríamos os sindicatos dizer que o que se pretendia era reduzir o número de candidatos à profissão docente. Mas, com uma prova destas até parece que o objectivo é outro. Esperará Crato que muitos colegas contratados tenham negativa na prova para o vermos afirmar que tinha razão quando dizia que há bons e maus professores e que, graças à prova, esses maus professores sairão do sistema? Será esse o álibi para estender a prova aos professores efectivos?
Uma coisa é certa. Tudo aquilo que rodeia a forma como este assunto tem vindo a ser conduzido pelo MEC (os seus objectivos, a forma como foi definida em termos de estrutura, a população-alvo, a definição das data e local de realização e até o seu pagamento) denota uma profunda falta de respeito pela profissão docente. E a dúvida que se coloca (desviar as atenções dos reais problemas ou dificultar o acesso à profissão?) faz todo o sentido. É que não vejo aqui nenhuma intenção de melhorar a forma como se ensina (e aprende) nas escolas públicas deste país...
E o gozo já começou! O Público pediu a alunos com 13 anos que fizessem a prova e nas questões de escolha múltipla ninguém falhou. Claro que a reacção dos miúdos foi a que se esperava: "Então é isto que pedem que os professores saibam?"; "Que prova tão fácil!". É a paródia total...
Para quem quiser conhecer o guião e o modelo da prova aqui ficam as ligações:
- Guião da prova: clicar aqui
- Modelo da prova: clicar aqui
E o gozo já começou! O Público pediu a alunos com 13 anos que fizessem a prova e nas questões de escolha múltipla ninguém falhou. Claro que a reacção dos miúdos foi a que se esperava: "Então é isto que pedem que os professores saibam?"; "Que prova tão fácil!". É a paródia total...
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