O jornal Público de hoje apresenta uma pequena notícia sobre os exames nacionais, abordando algumas das causas que justificam os parcos resultados alcançados pelos alunos do ensino secundário à generalidade das disciplinas com exames nacionais.
São apresentadas como principais causas os programas muito extensos, a falta de formação inicial dos professores e as turmas extensas. E é uma investigadora do Instituto Superior Técnico que indica estes factores. Esquece-se a investigadora que existem outras causas tão ou mais importantes do que as apresentadas...
A que mais me incomoda é a de que os professores não têm formação suficiente e de que este é um dos factores que contribuiu para os maus resultados dos alunos. Estará a brincar ou quê??? Então os professores, devidamente formados em Universidades e, muitos deles com pós-graduações e mestrados, pagos do seu bolso, não têm competência para leccionar no secundário??? Poderá havê-los, mas os Directores das escolas é que escolhem os docentes que leccional ao secundário!!! E então o que dizer dos que dão aulas ao 1º ciclo, formados em ESE`s de credibilidade duvidosa? Outras causas ignoradas pela professora universitária deveriam ser estudadas, tais como a falta de pré-requisitos de muitos alunos que chegam ao secundário com bases pouco sólidas (dado facilitismo patente no ensino básico) ou a insuficiente carga horária de muitas disciplinas (não é o programa que é extenso, mas sim o número de horas de algumas disciplinas que são escassas). Há ainda que destacar o elevado número de disciplinas que os alunos têm ao longo do seu percurso escolar, espartilhando o conhecimento, o que dificulta a consolidação de conhecimentos.
Mas, o mais caricato disto tudo constitui o facto da própria Associação de Professores de Biologia e Geologia considerar que os exames deveriam ser elaborados "com itens que permitissem aos alunos com competências suficientes na disciplina alcançar a classificação de 10 valores". Mas, o que quer isto dizer? Que os alunos que levam 10 valores de nota interna deveriam ter um exame em que fosse quase impossível tirarem negativa? Mas, que disparate!!!
O que a Associação devia dizer é que os exames deviam valer metade da nota final e se deviam pautar pela exigência e rigor, em vez de enveredar pela conversa do facilitismo. Com associações de professores deste nível, estamos conversados!!!
Já agora, seria interessante que se ouvissem os alunos sobre a matéria. É que, regra geral, aqueles que têm más notas são os primeiros a afirmar que não estudaram o suficiente para o exame. E, os bons alunos até costumam dizer que o exame foi demasiado fácil e que esperavam um exame mais exigente. Uma das principais causas não estará na falta de estudo de muitos alunos que chegam ao secundário sem saber interpretar um texto ou um gráfico???
1 comentário:
Bem visto
Enviar um comentário