Como sabemos, as primeiras instruções dadas às escolas para a distibuição de serviço lectivo deu no que deu: o aparecimento de milhares de "horários zero".
Depois de muita pressão, nomeadamente blogosférica, a equipa de Nuno Crato deu novas instruções às escolas, de forma a "recuperar" o maior número de professores do DACL, inventando um conjunto de actividades não lectivas (apoios, biblioteca, coadjuvação, etc.) para que os "horários zero" o deixassem de ser.
Com tanta confusão e trapalhada, corre-se o risco de em Setembro termos a situação ingrata de no mesmo grupo disciplinar haver um professor com quase dez turmas (ou até mais), enquanto que um seu colega poderá ter uma turma e o resto do horário completo com apoios. No mínimo, é uma injustiça enorme, sobretudo para o primeiro docente que se arrisca a ter um ano infernal (com quase 300 alunos a seu cargo), enquanto que o seu colega, inicialmente DACL, até poderá ter um ano de "descanso"...
Se os que foram a DACL se podem queixar, e com razão, visto que não havia necessidade de irem a DACL se fosse tudo feito com o devido planeamento e, sobretudo, respeito (por parte do ME), tendo havido, inclusivé, situações de autêntico desprezo por docentes "da casa", também muitos dos que não foram a DACL poderão em Setembro vir a queixar-se por terem uma "carrada" de trabalho (com muitas turmas e centenas de alunos a seu cargo), enquanto que um seu colega "repescado" poderá vir a ter um ano sem grande trabalho, numa espécie de "tapa-buracos", com apoios e coadjuvação em ciclos inferiores (1º e 2ª ciclo) de eficácia duvidosa.
Caberá às Direções das escolas envidar os esforços necessários para evitar este tipo de situações. A ver vamos no que isto vai dar...
10 comentários:
Tem toda a razão. E tem piada, porque acabei de fazer um comentário no Umbigo que expunha exactamente este argumentos. Não vai ser fácil gerir os conflitos e as emoções que esta trapalhada pode acarretar. Dentro da sala de professores as situações podem ser explosivas, quando a frustração, o cansaço e a sensação de injustiça se misturarem. Não sei se as direções das escolas conseguirão gerir tudo isto.
A intenção é a de criar a sensação ( até nos próprios profs...) de que há gente a mais e parecer legítimo dispensá-los...
São Morais
Isto é a competência e rigor na gestão de recursos humanos no seu máximo!
Típico trabalho "em cima do joelho"
tuga
Esquece-se que os colegas em DACL são tão ou mais velhos que os do quadro, quiçá com mais habilitações e foi o MEC quem criou toda esta situação.
E concordo com a São Morais: se não formos unidos, é essa a sensação que vai imperar nas escolas- há "gente" a mais. E isso é triste. Muito trágico. As nossas forças (únicas) é para nos unirmos, e não é contra Crato, mas sim o Paulo Portas. Não esteja distraído. Informe-se.Obrigado e boas férias...eu não as tenho.
Acerca do mesmo: Obrigar os professores a trabalhar demais será um bom negócio?
Não é só a quantidade de turmas, mas também dearlos Pires níveis diferentes que é preciso preparar e lecionar.
Aposto que os atestados médicos vão ser aos montes em Setembro... muita "velhada" não vai aguentar a pedalada...
Começamos mal quando usamos 'chavões' para nos referirmos a colegas da mesma classe profissional.
É verdade. O que se perspetiva para Setembro é uma injustiça enorme: uns cheios de trabalho (em número de turmas e alunos) e outros com tretas para encher o horário...
Pois é...
Há não muito tempo, lia-se por aqui que o crato era fantástico!!!
Agora é... incompetente???!!???
Mas realmente interessante é ver aquilo que se está a passar entre os próprios colegas!
Aqueles que não lutaram, porque consideravam que estas medidas eram só para os outros, vêem agora que afinal não é bem assim!
Em muitos casos, e conheço alguns pessoalmente, é muito bem feito o que lhes vai calhar este ano! Muitíssimo bem feito!!!
Antes, deixem-me lá ficar aqui sossegado que isto é só para «os outros», agora, vou ficar cheio de trabalho por causa «dos outros»!!!!!!
Temos é que nos unir e lutar em conjunto, caso contrário... estaremos Fxxxxos!
Mas não poderei deixar de sorrir na cara daqueles que ao longo deste ano se queixarem do excesso de trabalho...
Um abraço, e apraz-me ver que começa a abrir os olhos
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