quinta-feira, 6 de julho de 2006

Este ano calhou-me a fava...

Nos últimos três dias a expressão que mais vezes tenho ouvido dos meus colegas lá da escola foi esta: "Este ano calhou-te a fava...". E, logo a mim que ando cheio de trabalho, com a tese de mestrado em atraso e envolto em muitas outras peripécias que agora não interessam ao caso. E o que é isto da fava? Pois bem, trata-se da instauração de pedidos de revisão de notas...
A verdade é que, fui visado, e logo duas vezes, ao nível de recursos interpostos por Encarregados de Educação tendentes a alterar a classificação obtida pelos seus educandos à minha disciplina. Claro que não poderei falar dos casos em concreto, até porque se encontram ainda em fase de resolução, pelo que se tratam de situações confidenciais, mas sempre poderei reflectir um pouco sobre a forma como este tipo de situações, sempre aborrecidas, são resolvidas.
Pois bem, considero a actual legislação que rege este tipo de casos como, grosso modo, equilibrada e visando proteger os alunos de situações injustas que lhes possam acontecer em termos da atribuição dos níveis de avaliação. No entanto, penso que o modo como o pedido de revisão de nota é efectuado não devia ser tão arbitrário, ao ponto de termos casos de Encarregados de Educação que, simplesmente, pedem a revisão da nota sem conseguirem fundamentar de forma concreta a sua pretensão. Será que tem lógica uma mãe pedir a revisão de nota do seu filho, quando a mesma nunca se interessou por saber quais os critérios de avaliação vigentes na disciplina em causa? E, não nos esqueçamos que o Director de Turma os pode facultar ao Encarregado de Educação se este os solicitar...
Digo isto porque, para além dos dois pedidos de revisão que tive em mãos, ainda participei num pedido de revisão de nota doutra disciplina. E nesse pedido de revisão aquilo que ouvi da participação da Encarregada de Educação do aluno sobre a professora visada é de bradar aos céus: ou a professora não percebe nada da sua profissão ou a mãe da aluna inventa muito... Não seria melhor existir uma minuta própria para o efeito, a ser preenchida de forma conveniente para evitar considerações que, muitas vezes, só servem para extremar posições entre pais e professores?

2 comentários:

IsaMar disse...

Oi...
Que grande fava !
Imagino agora os Pais quando avaliarem os Professores.
Lindo...Muito lindo!
Sempre na defesa dos seus filhos e muitos deles sem formação.

fica bem

Anónimo disse...

Eu felizmente não tive essa sorte. No entanto, tive alunos que avisaram alguns colegas para pensarem bem na nota que iriam atribuir porque caso chumbassem, os encarregados de educação iriam pedir recurso. Ao que isto chegou. Obviamente nenhum de nós se deixou demover por essas "informações" pois sabiamos muito bem o qual a classificação que cada um destes alunos merecia.É preciso muita lata e descaramento para nos virem com conversas destas. já para não falar de outras formas de abordagem, como p.ex. "professor, precisamos de ter uma conversinha...".