sábado, 31 de janeiro de 2009

Um Primeiro-Ministro que mente e não pede desculpas de tentar enganar o povo!!!

O mais recente caso do "pseudo-relatório" da OCDE prova até que ponto este Governo e a respectiva equipa ministerial da Educação tentam enganar os portugueses. Sejamos factuais:
1. Sócrates apresentou o relatório como sendo da OCDE;
2. Sócrates omitiu que o relatório tinha sido encomendado e pago pelo Governo;
3. A Ministra da Educação que estava junto a Sócrates na sessão pública de apresentação do relatório concordou com o Primeiro-Ministro, não o tendo chamado a atenção, o que prova que estava "feita" com ele na estratégia de mentir;
5. Depois da dupla-mentira, nem o Primeiro-Ministro, nem a Ministra da Educação foram capazes de ser humildes e pedir desculpas pelas mentiras proferidas.
Com isto tudo como podem os professores acreditar neste Ministério da Educação? É impossível. Quanto mais se agudiza o lastimável estado de desconfiança entre a comunidade educativa e a tutela, mais difícil será recuperar a credibilidade ao sistema de educação público. Que venham depressa as eleições para mudar de Governo!!!
Ironicamente, Sócrates tratou a Ministra da Educação no "pretérito perfeiro" ("Foi um gosto trabalhar consigo"), o que deixa antever que Maria de Lurdes Rodrigues terá já avisado Sócrates que não conte com ela para depois das eleições legislativas.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O ensino profissional e a diferença entre a quantidade e a qualidade...

A Ministra da Educação resolveu iniciar o ano 2009 exaltando os benefícios do ensino profissional, qual desfraldar de auto-elogios à sua política educativa... Afirma a Ministra que o ensino profissional responde aos «anseios» de alunos e às «necessidades» do país. Ora, vejamos é quais são esses anseios e essas necessidades???
Se entendermos a conclusão rápida e facilitada do ensino secundário como o principal anseio dos alunos dos cursos profissionais, dou inteira razão à Ministra. Quanto às necessidades do país, se estas se resumirem à mera obtenção de qualificações profissionais para melhorar as estatísticas da educação, então não tenhamos dúvidas que a Ministra sabe o que diz...
Neste 2º período de aulas já tive duas aulas com a minha turma do ensino profissional e o "ran-ran" continua na mesma. Trabalho não é mesmo com eles. Em dezoito alunos que estão a tirar o curso de Técnico de Turismo Ambiental e Rural, se houver um que daqui a três anos vá trabalhar nesta área, será uma grande novidade para mim... Se a aula é teórica queixam-se que não gostam de escrever. Se a aula é prática queixam-se que não percebem nada do que pesquisam. Se lhes trago notícias para comentar, mapas para analisar ou gráficos para elaborar, dizem que estão muito cansados. Nada os satisfaz. Há pouco passaram por mim no recreio e estavam todos contentes. Perguntei-lhes qual a razão de tal felicidade e disseram-me me a professora de Ambiente lhes tinha dado "furo". Questionados sobre se iriam aproveitar os 90 minutos para adiantar algum trabalho ou estudar, responderam-me que "nem pensar, vamos é para o bar da escola conversar e jogar"... Enfim, a ignorância é tanta que me incomoda seriamente que possa passar para a opinião pública a ideia de que estes cursos são um sucesso.
Senhora Ministra, quantidade não é sinónimo de qualidade. Mais valia termos menos alunos no ensino profissional, mas este ser, na sua generalidade sério, credível e exigente, do que termos a situação que temos: um crescente número de alunos sem qualquer tipo de capacidade e até vontade (de trabalhar) neste tipo de cursos...
Adenda: o Público desta segunda-feira analisa com algum detalhe o "faísco" que é, em Portugal, o ensino profissional. A ler...