sábado, 14 de abril de 2012

Relatório da OCDE critica o ensino em Portugal

Segundo notícia do Público para a OCDE não é claro que os alunos estejam no centro do ensino. Este continua a ser feito com o professor à frente da sala de aula e o aluno pouco envolvido no planeamento e organização das aulas; e a sua avaliação continua a ser sumativa. Para a OCDE é "óbvio" que o aluno não está no centro da aprendizagem porque existem elevados níveis de repetência, acima da média da OCDE. No relatório lê-se que é preciso que os professores abandonem abordagens mais "tradicionais" e motivem os alunos para a aprendizagem. Ao mesmo tempo que é importante que os pais e a comunidade sejam mais envolvidos. Os professores devem compreender que ensinar é uma responsabilidade partilhada. Uma das prioridades é a necessidade de colocar maior ênfase na função de melhoria das práticas avaliativas, por exemplo reduzindo a excessiva atenção dada à avaliação sumativa dos alunos (as "notas"). O coordenador do relatório defende que é necessário assegurar uma maior participação dos alunos na sua própria aprendizagem, com um forte investimento na avaliação contínua formativa, apoio individualizado, oportunidades para auto-avaliação e envolvimento no conteúdo da sua aprendizagem. "Uma prioridade deverá ser a redução do 'chumbo' como prática pedagógica porque não se centra no objectivo de melhorar a aprendizagem do aluno e pode ter efeitos muito negativos para o aluno (auto-estima, estigmatização, maior probabilidade de abandono do sistema de ensino, etc.)", sugere.

Como professor deixo apenas algumas dicas que ajudam a compreender o estado do ensino em Portugal, com destaque para a situações vivida no 3º ciclo do ensino básico (7º,8º e 9º anos):

- o elevado número de disciplinas (cerca de uma dezena);

- a situação de em algumas turmas, os alunos terem no total cerca de 15 professores, entre os que leccionam as disciplinas e os que dão apoio;

- a situação os alunos terem algumas disciplinas apenas uma vez por semana;

- a existência de turmas muito heterogéneas com quase 30 alunos;

- a falta de interesse de muitos pais pela situação escolar dos seus filhos.