quarta-feira, 25 de abril de 2007

Novo líder da FENPROF. Será para termos mais do mesmo?

No sector da Educação, o sindicalismo português tem vindo a atravessar, desde há uns anos, um período a que o povo costuma apelidar como "as passas do Algarve"! Estando sujeitos a um nível de credibilidade muito abaixo do desejável, os dois sindicatos mais representativos dos professores, a FENPROF e a FNE, têm tido grandes dificuldades para assumirem uma postura de verdadeiro rigor, coerência e exigência.
A FENPROF tem agora um novo líder: Mário Nogueira de seu nome. Apenas o conheço de aparecer de forma assídua na televisão, assumindo um estilo que, sinceramente, não me agrada. Ora, a credibilidade é condição basilar para que quem quer falar se consiga fazer ouvir!!! Como quem semeia ventos arrisca-se a colher tempestades, não antevejo grandes alterações na (in)capacidade dos sindicatos da Educação para serem levados a sério pela tutela! Sei que a outra concorrente ao cargo de líder da FENPROF era uma ilustre desconhecida do grande público. Talvez por isso não tenha ganho as eleições, mas talvez essa condição pudesse ter mais vantagens para a concretização dos reais anseios do sindicalismo português...

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Apanhado de surpresa...

16 de Abril, segunda-feira, 8.30H - Dou início ao que esperava vir a ser uma normal semana de trabalho, igual a tantas outras. A aula do 11ºE, entre as 8.30H e as 10.00H decorreu bem, tendo leccionado matéria relacionada com a rede rodoviária nacional. Na última meia hora de aula, duas alunas apresentaram a notícia da semana, relacionada com a futura construção do Hospital de Proximidade de Lamego. Na aula que se seguiu, a do 8ºC, entre as 10.15H e as 11.45H sou surpreendido pela dificuldade que senti em conseguir altear um pouco mais a minha voz. Falámos sobre as causas e tipos de migrações e a aula lá chegou ao fim, embora me senti-se já preocupado com a minha falta de voz. Na terceira aula do dia, a do 7ºB, das 12.00H às 13.30H é que foram elas: poucos minutos depois da aula se iniciar fiquei completamente rouco e afónico, sem conseguir falar de forma audível. Resolvi então pedir a uma aluna para me ir comprar uma garrafa de água e pedi aos alunos que realizassem um mapa hipsométrico de Portugal Continental, dado que esta é a matéria que estou a leccionar no 7º ano. Eles lá trabalharam e a aula chegou ao fim, sem que eu tivesse que puxar muito pela voz.
Ao almoçar lembrei-me que durante a ida para a escola, na parte da manhã, tinha ouvido na rádio que se comemorava o Dia Mundial da Voz. Coincidências! E eu sem voz!!! Fui à farmácia, mas lá aconselharam-me a ir ao Hospital. Resultado: três dias de atestado médico, sem poder falar, nem esforçar a voz e esperar que na sexta-feira já possa falar normalmente. É que sem voz, não há professor que se aguente!!!

quarta-feira, 11 de abril de 2007

À mulher de César não basta ser; é preciso parecer...

A recente polémica (que, diga-se, foi dada à estampa pela primeira vez em 2005 pelo autor do blogue Do Portugal Profundo) sobre a forma como Sócrates se licenciou na Universidade Independente em Engenharia Civil dá que pensar se tivermos em conta que este Governo tem vindo, insistentemente, a apelar ao regresso da população menos instruída aos bancos da escola ou aos chamados Centros de Competências...
A Educação merece ser valorizada, mas a credibilidade de quem a pretende fomentar constitui um pressuposto basilar para não se ser sujeito a más interpretações. Tornar a população com melhores qualificações profissionais à custa da redução do rigor e exigência é trabalhar para as estatísticas e não para a melhoria efectiva das capacidades da população activa portuguesa.
A Escola é para ser levada a sério. As aulas devem ser frequentadas, os exames devem ser exigentes e as amizades e compadrios devem ficar de fora...