terça-feira, 22 de agosto de 2006

Preparativos para um novo ano lectivo

Até que enfim que chegou a hora dos professores poderem saber a escola para onde vão leccionar no próximo ano lectivo com tempo suficiente para prepararem as suas vidas, quer a nível familiar, como no âmbito profissional... Até este ano, as colocações só eram dadas a conhecer com dois ou três dias de antecedência, o que acarretava sérias dificuldades para muitos casais poderem organizar a sua vida pessoal. Mas, este ano verificaram-se melhorias nos concursos. Felizmente... A nível pessoal, já sei que nos próximos três anos lectivos ficarei na mesma escola onde estive este ano lectivo, o que me deixa contente por duas razões principais: por um lado, é a escola que fica mais perto de casa (65 Kms) e, por outro, gostei de ter lá leccionado este ano, tanto ao nível das condições materiais proporcionadas, como em termos humanos (confraternização entre colegas, ambiente discente e forma de trabalhar do Executivo)...
No entanto, a nível dos concursos, nem tudo foram rosas. De facto, temos ainda o caso de cerca de 8000 professores dos quadros que continuam sem saber para que escola vão trabalhar. É o caso da minha esposa que, apesar de pertencer ao QZP só em Setembro saberá para onde irá leccionar. Ora, como temos uma filha de 8 meses que iniciará o infantário no dia 4 de Setembro, não podemos ainda saber qual de nós ficará encarregue de a ir levar de manhã ao infantário e trazê-la à tarde para casa. Outras situações de carácter familiar estão ainda por resolver, por não sabermos para que escola é que ela irá dar aulas... Esta situação de desequilíbrio entre vagas a concurso e docentes efectivos com horário zero demonstra que ainda há muito por fazer no sentido de proporcionar um melhor início de ano lectivo para professores, pais e alunos.
Colegas meus de Português-Francês puseram-me ao corrente da situação vivida com os docentes deste grupo disciplinar. A ser verdade o que me contaram, não se percebe como se desaproveitam recursos humanos válidos e se contratam docentes que não seriam necessários se tudo tivesse decorrido de forma normal. E depois lá vem o défice orçamental...
Enfim, ainda há muito por fazer para que a colocação de professores seja um processo banal, sem complicações e propício a um começo de ano lectivo estável e eficaz.

terça-feira, 1 de agosto de 2006

O final de mais um ano lectivo

A partir de hoje encontro-me formalmente em período de férias depois de mais um ano lectivo de muito trabalho. Por isso, é tempo de fazer um pequeno balanço da forma como decorreu este ano, tanto a nível pessoal, como no que concerne às novidades que o Ministério da Educação introduziu.
Ora, parecem não haver dúvidas de que este foi, na pasta da Educação, um ano de rupturas, tanto em termos de prática governativa, como na forma de introdução de nova legislação. Desde logo, esta nova forma de fazer política ficou bem patente nas chamadas "aulas de substituição". Mudou-se a legislação, obrigando a que as escolas se "desenrascassem" no sentido de acabar com os conhecidos feriados às aulas. No entanto, se os alunos deixaram de ter furos, a verdade é que em muitas escolas não ocorreram as verdadeiras substituições de professores, mas sim a ocupação dos tempos livres dos alunos, sem que houvesse qualquer contributo para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem. Depois, foi a proposta de alteração do estatuto da carreira docente que veio animar os ânimos, dado conteúdo nefasto da mesma em diversa matéria, a começar no que concerne ao regime de progressão na carreira. No final do ano lectivo, foi a trapalhada com a repetição de dois exames nacionais que veio inflamar o estado da Eduação em Portugal. Quanto a novidades positivas, apenas me lembro de duas: o encerramento de escolas do 1º ciclo em regiões isoladas e com poucos alunos e o novo regime de colocação de professores que, apesar de poder vir a prejudicar a vida de centenas ou milhares de famílias de docentes, poderá vir a servir de alavanca para a estabilidade do corpo docente nas escolas, com óbvias melhorias para a vida escolar dos alunos. De resto, a prática facilitista no ensino básico parece que está para ficar, com a possibilidade de fazer transitar alunos com oito negativas, apenas porque esses alunos já tiveram outras retenções no seu percurso escolar...
A nível pessoal, este foi o ano lectivo mais trabalhoso que tive até hoje. Oito turmas de quatro níveis diferentes, perfazendo quase duzentos alunos é dose!!! Depois, a preparação das aulas em casa em formato PowerPoint para projecção na sala de aula obrigou a muitas horas de trabalho em casa, para além da habitual realização de fichas de apoio e testes. Gostei sobretudo das aulas no secundário, onde os alunos dinamizaram as aulas 45 minutos por semana. Em Dezembro iniciei a tese de mestrado, esperando que a mesma esteja pronta ainda antes de 2007. E, não me posso esquecer que foi durante este ano lectivo que a minha filhota nasceu...
Enfim, este foi um ano cheio de trabalho, mas também bastante proveitoso. Venha de lá outro...