terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O ano "horribilis" da Educação!!!!

Este foi um 2008 envolto em muita discórdia e contestação em matéria de Educação. Sobre a capa do rigor e exigência, Maria de Lurdes Rodrigues introduziu nas escolas uma série de mudanças que, na prática, têm conduzido ao descrédito da já de si depauperada Escola Pública. A última pedrada no charco foi a da pseudo-avaliação de professores, que de facto, não passa de uma estratégia para reduzir as despesas no orçamento do Ministério da Educação. Pretende-se que, à custa da divisão da carreira de professor e do estabelecimento de quotas, as despesas com os salários do quadro docente diminuam, por forma a reduzir o défice orçamental. De resto, este modelo de avaliação não apresenta nada de formativo!!!
Espero sinceramente que o próximo ano seja de viragem em termos do percurso educativo que o nosso país está a levar!!! Seja com o recurso a manifestações e a greves ou, tão só, ao simples acto do voto, estou certo que daqui a um ano já teremos outra personagem à frente do Ministério da Educação. Alguém que conheça o que é, de facto, uma escola e tudo o que por lá acontece. É que, hoje em dia, a escola é muito mais do que um simples lugar onde se ensinam conteúdos programáticos. Sim, é verdade!!! Com a falta de responsabilidade demonstrada por muitos pais deste país, é aos professores que se pede que sejam os condutores da geração futura!!! Assim, o meu desejo para o próximo ano, em termos educacionais, é que o rigor, a exigência e o respeito retornem à Escola Pública...
Feliz Natal e um Bom Ano 2009...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A esticar a corda...

Este Ministério da Educação decidiu há três anos atrás, como se diz na gíria, "entrar a matar" com os professores. Depois de uma campanha orquestrada no sentido de denegrir a imagem dos docentes portugueses, começou a invadir as escolas com despachos e circulares, visando inundar os professores de trabalho que de pedagógico e útil para os alunos tem muito pouco. Desde as aulas de substituição, transformadas em autênticos tempos de ocupação dos tempos livres dos alunos, até aos Magalhães, mero instrumento de recreio, e ao actual sistema de avaliação, ineficaz, injusto e nada formativo, muito pouco se aproveitou para a Educação destes três anos de Governo PS. Aliás, o mais importante ficou por fazer: alterar os programas curriculares...
Agora, pela primeira vez em onze anos que lecciono, vou ser obrigado, por obra e graça desta equipa ministerial, a ter de passar todo o dia de sábado, dia 20 de Dezembro, na escola, em reuniões de avaliação. Terei uma reunião logo às 8.30H e terminarei o dia com uma reunião às 17. 30H. Ou seja, terei de sair de casa às 7.30H e regressar por volta das 21H., a um sábado, dia em que, supostamente, um professor não trabalha na escola. Já basta os outros dias e o trabalho da escola feito em casa. A justificação para esta alteração é, segundo a tutela, a intenção de dar conhecimento aos pais das notas dos alunos ainda antes do Natal. Dado que as aulas acabam à 5ª feira, o Ministério propôs a realização de reuniões de avaliação ao sábado para que na 4ª feira seguinte tudo esteja terminado. Ora, então porque não terminar as aulas um dia antes, para evitar a deslocação à escola a um sábado. Digo isto porque para os professores que têm filhos pequenos (e eu tenho dois, um com um ano e outro com dois anos) os problemas são mais que muitos!!! O infantário onde tenho os meus filhos não está aberto aos sábados e os avós vivem todos longe, uns na Covilhã, outros em Lisboa, pelo que, se por acaso, a minha esposa (por sinal, também professora) também tivesse reuniões nesse sábado não tinhamos onde deixar os nossos filhos. Ou será que o Ministério nos possibilita a que levemos os filhos para as reuniões de avaliação? Enfim, no mínimo, revela uma postura muito pouco sensata...
Já houve tempos em que havia aulas ao sábado. Felizmente, terminou-se com esse disparate, que prejudicava a vida dos professores, dos funcionários, dos alunos e das suas famílias... Agora, pela primeira vez que me lembro vamos ter dezenas de milhares de professores a passarem todo o sábado na escola com reuniões de avaliação, com graves prejuízos para si e para as suas famílias. O meu caso só não é pior, porque a minha mulher não vai ter reuniões nesse dia. Caso contrário, eu queria ver como fazia!!! Mandava uma carta à Ministra para ver se ela me arranjava alguém para ficar com os meus filhos nesse dia...