sábado, 31 de dezembro de 2005

Alegria, confiança e responsabilidade...

A felicidade de ser pai não é comparável a qualquer outro momento da vida de alguém. Poder gerar uma vida é um privilégio que deve e tem de ser assumido como a maior benesse que nos pode "calhar" em sorte. Mas, ao mesmo tempo há que não esquecer toda a responsabilidade inerente à condição de se ser pai.
A alegria que me tem acompanhado a mim, à minha esposa e a toda a nossa família na última semana tem sido enorme, mas, como tudo na vida, o coração deve estar em equilíbrio com a razão. É com toda a confiança que espero poder dar à Diana a melhor educação, no sentido de lhe incutir os valores mais correctos para que, quando ela entrar na idade adulta, me possa sentir orgulhoso do acompanhamento que dei à minha filha. Como professores que somos, eu e a minha esposa temos responsabilidades acrescidas a fim de que a Diana tenha orgulho nos pais que tem.
A todos o nosso obrigado pelas bonitas palavras que nos dirigiram e votos de um 2006 em grande...

domingo, 25 de dezembro de 2005

Obrigado Pai Natal!!!

Pois bem, uns dias antes do esperado, eis que o Pai Natal e a Diana resolve-ram pregar aos papás a melhor surpresa que se pode ter. Este ano, a noite de Natal foi passada na Maternidade e até parece que a Diana esperou pelo dia 25 de Dezembro para nascer.
Assistir ao nascimento da Diana foi maravilhoso e de uma emoção total. É, sem dúvida, o melhor Natal que se pode desejar... A mãe portou-se muito bem e, mesmo sem epidural, o parto foi rápido e sem sofrimento, para além do normal numa situação destas. Até o obstetra afirmou que há muito tempo não fazia um parto a uma mãe que se portasse de forma tão colaborante.
Agora, a vida vai mudar muito, sabendo que a prioridade ao longo dos próximos anos será a de formar e educar para a vida adulta esta filha tão desejada... Obrigado Pai Natal!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

Tempo de Natal

Depois das avaliações de final de período e de toda a habitual burocracia, este ano agudizada com os tão famigerados planos de salvação, ou melhor, de recuperação, é tempo de mudar os planos de trabalho durante uma semana. De facto, este ano vou aproveitar a paragem das actividades lectivas do Natal para trabalhar afincadamente para a tese de mestrado que estou a desenvolver. Quem se queixa é a família, mas a compreensão e apoio demonstrados têm sido totais. Sou um sortudo!!!
Aproveito, desde já, para desejar a todos os frequentadores deste blogue e respectivas famílias um Natal cheio de felicidade e amor.

sábado, 17 de dezembro de 2005

Propostas de avaliação do 1º período

Segunda-feira começam as reuniões de avaliação do final do 1º período. Depois de treze semanas de aulas, vou propor as avaliações da disciplina de Geografia dos mais de duzentos alunos aos quais tento despertar o seu interesse pelo estudo dos fenómenos geográficos do nosso País e do Mundo, nomeadamente os relacionados com a população, a economia, o clima ou o ambiente...
As avaliações propostas implicam as seguintes percentagens de níveis inferiores a três:
- a duas turmas do 7º ano: 30%
- a duas turmas do 8º ano: 41%
- a três turmas do 9º ano: 13%
- a uma turma do 10º ano: 8%
Estas propostas de avaliação parecem evidenciar uma constatação simples: à medida que o nível de escolaridade avança, o sucesso escolar dos alunos melhora. Não sei se esta constatação será a mais correcta, mas a ideia que tenho é que a teoria da selecção de espécies de Darwin parece aplicar-se ao processo de ensino-aprendizagem em Portugal, ou seja, com o elevado abandono escolar que temos e o insucesso escolar preocupante nos 6º, 7º e 8º anos de escolaridades, os "piores" alunos em termos de aproveitamento escolar ficam rapidamente fora do sistema de ensino, pelo que o sucesso é inflacionado nos anos seguintes. Terá alguma lógica esta teoria? Não sei... Mas, a ideia que tenho é que a partir do 9º ano o sucesso escolar em Geografia é maior do que nos níveis anteriores.
Entretanto, surge, da parte do Governo, um novo plano para combater o sucesso escolar, através da multiplicação do número de cursos profissionais, de aprendizagem, de formação e de especialização tecnológica. Desde que o sucesso escolar não seja feito à base do facilitismo, tudo bem...
Votos de boas reuniões de avaliação para todos.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

Nova mudança de regras na contratação de professores...

O jornal Público de hoje destaca em primeira página a proposta que o Governo apresentou aos sindicatos da educação com vista à introdução de alterações nos "concursos" de colocação dos professores. A acreditar no teor da notícia, da qual não desconfio, o Ministério pouco ligará à posição tomada pelos sindicatos, por duas razões principais: a falta de credibilidade que os ditos "representantes" dos docentes apresentam aos olhos da opinião pública e a forma inflexível e determinada (ou será determinista?) com que Valter Lemos e a Ministra da Educação têm conduzido as suas políticas...
Quanto às alterações previstas na colocação de professores, parece ficar claro que o que se pretende é "impor" uma maior estabilidade no corpo docente de muitas escolas, independentemente das condições em que os docentes terão que leccionar. Deste modo, o que poderá resultar da política de reconduções e de obrigatoriedade de estar 3/4 anos na mesma escola é uma amálgama de situações díspares: casos de docentes que ficarão agradados com o que lhes "calhar" em sorte, mas também situações de professores contrariados e cuja dedicação à causa docente não será a melhor!
Entretanto, duas medidas avançadas pelo Ministério da Educação parecem ir no caminho da procura do facilitismo e do sucesso escolar nivelado por baixo: o despacho-normativo 50/2005 e a redução do número de exames nacionais. Voltarei a este assunto...

domingo, 4 de dezembro de 2005

Tempo de testes de avaliação...

Começo agora uma "semanada" com mais de 200 testes para corrigir. Depois virão as decisões a tomar sobre as avaliações do final do 1º período. Muito trabalho, portanto, ao mesmo tempo que continuo a ter de preparar as aulas de quatro níveis de escolaridade diferentes.
Vida de professor não é fácil...

segunda-feira, 28 de novembro de 2005

(In)disciplina nas escolas portuguesas

O Ministério da Educação resolveu, uma vez mais, dar a conhecer através do Diário de Notícias, os dados de um estudo realizado pelos seus serviços acerca dos casos de ofensas à integridade física verificados nas escolas portuguesas no ano lectivo 2004/05. Não sou contra a que estes estudos sejam divulgados, mas porque é que o Ministério da Educação não realiza uma conferência de imprensa séria para dar a conhecer a todos os órgãos de comunicação social de tiragem nacional os resultados dos estudos que assiduamente costuma realizar? Fica a questão...
Quanto ao número de agressões verificadas, não podemos dizer se são poucos ou muitos. Mas, certamente não são números para sorrir... Podemos sim afirmar que as escolas devem ter um conjunto de instrumentos, baseados na autonomia de competências, que responsabilizem os pais e encarregados de educação pelo comportamento dos seus educandos na escola. António Nóvoa tem toda a razão quando diz que a autoridade não se impõe, conquista-se... Mas, já não concordo com o conhecido Professor universitário quando este diz que, por forma a contrariar os alunos que não querem estar na escola se deve recuperar a ideia de um "contrato", com direitos e deveres de parte a parte, a celebrar com os alunos e as famílias, deixando a hipótese das multas para outros sectores. Então, porque é que não se poderão "castigar" os pais daqueles que vêem a escola como o depósito dos seus filhos, aproveitando, muitas vezes, o abono de família para despesas que nada têm que ver com a educação dos jovens? Porque não fazer uma discriminação positiva a este nível? Porque não avançar com maiores abonos de família para os alunos que, com dificuldades financeiras em casa, conseguem resultados satisfatórios e diminuir ou acabar com este apoio para as famílias que "desprezam" a escola e "abandonam" os seus filhos na escola?
Já agora, uma palavrinha para a pseudo-polémica acerca da retirada de crucifixos das escolas portuguesas. O Ministério das Educação não terá mais nada que fazer do que preocupar-se com questões que nada influem no maior ou menor sucesso escolar??? É que não é a presença ou ausência dos crucifixos que fazem melhorar o rendimento dos alunos, tal como não são as graças que a Ministra diz querer que os docentes façam nas chamadas "aulas" de substituição que vão fazer com que os alunos se sintam mais motivados para os estudos...

terça-feira, 22 de novembro de 2005

No meio de tanta desilusão ganhou a Ministra da Educação... Mas, não a Educação!

O debate que ontem teve lugar no programa "Prós e contras" sobre o actual estado da educação em Portugal, dominado pela contestação que os sindicatos da educação têm manifestado contra as medidas emanadas da tutela, saldou-se, na minha opinião, numa profunda desilusão...
Desilusão, porquê? Primeiro há que evidenciar a "qualidade" dos intervenientes no mesmo: o que foram fazer ao debate uma professora aposentada e um teórico da educação, que pouco sabem da realidade e do que efectivamente se passa nas escolas portuguesas? Depois, é deveras confrangedora a forma politiqueira e desfasada da realidade como os representantes dos sindicatos da FENPROF e da FNE dão a conhecer os problemas vividos pelos professores no contexto actual das alterações legislativas levadas a efeito pelo Ministério da Educação. E, o que dizer do representante dos encarregados de educação? Aliás, o senhor Albino Almeida é o representante de quantos encarregados de educação do País? É bom que se saiba, porque a realidade a este nível apenas demonstra que os pais, regra geral, alheiam-se completamente da vida escolar dos seus educandos, pelo que seria bom que se percebesse que legitimidade tem o senhor Albino Almeida para falar do ensino em Portugal...
No final das mais de duas horas de debate de pouca qualidade e de reduzido esclarecimento público, fiquei com a ideia de que foi a Ministra Maria de Lurdes Rodrigues quem melhor conseguiu fazer passar a sua mensagem, coadjuvado pelo anterior Ministro David Justivo, demonstrando muito bem que as actuais alterações no sistema de educação apenas poderão não estar a dar resultado em muitas das escolas por culpa dos próprios Conselhos Executivos e Pedagógicos dessas escolas. Aliás, notou-se bem que a Ministra da Educação foi para este debate com a lição bem estudada, enquanto que os senhores sindicalistas apenas apontaram "armas" para a conversa do costume: a capacidade de organizar greves e a retirada dos direitos laborais...
Mais uma vez perdeu-se uma boa oportunidade para elucidar a opinião pública portuguesa do que realmente se passa nas nossas escolas, com destaque para a falta de capacidade e de empenho que grassa por muitas escolas, embora tivesse ficado bem patente o défice de conhecimento efectivo que a actual equipa ministerial e os senhores sindicalistas parecem ter do que verdadeiramente é ensinar nas escolas portuguesas. E, quanto a outras questões pertinentes, como o regime de concursos, a avaliação, a indisciplina e os currículos, nada ou quase nada se discutiu...

quinta-feira, 17 de novembro de 2005

Greves de alunos e professores...

Hoje, na escola onde lecciono, os alunos resolveram fazer greve e exigir o fim das aulas de substituição. Manifestaram-se toda a manhã por Lamego e até conseguiram fazer parar o trânsito... Não houve aulas para quase ninguém e das três turmas a que hoje teria que leccionar, apenas me apareceram 10 alunos de uma delas.
Amanhã será dia de greve para muitos professores como forma de protesto contra muitas das medidas tomadas por este Governo. No entanto, na minha escola, sei de casos de muitos colegas meus que aproveitaram a greve de amanhã para regressarem ainda hoje às suas terras de origem, antecipando, desta forma, o fim-de-semana. Não concordo com este tipo de estratégia. Isto não é fazer greve a sério... Greve a sério é ir à escola e aí manifestar-se ou aderir à manifestação que se realiza em Lisboa.
Eu cá não vou fazer greve. Quem costuma vir a este blogue já sabe a minha posição acerca deste assunto e a estratégia que defendo para que os professores possam "exigir" deste e de qualquer outro Governo maior respeito.
Entretanto, na minha escola, o ambiente entre alguns professores e o Conselho Executivo vai de mal a pior. Desta vez, tudo se ficou a dever ao facto de ter passado uma circular do Conselho Executivo pelos professores a informar que não serão aceites faltas justificadas ao abrigo do artigo 102º no dia de greve...

quarta-feira, 16 de novembro de 2005

Facilitismos para combater o insucesso escolar? Não, obrigado...

O Governo publicou recentemente o Despacho Normativo n.º 50/2005, do Ministério da Educação, que vem definir um conjunto de medidas que visam combater o insucesso e o abandono escolares no ensino básico. Até aqui tudo bem: intenções, preocupações, estratégias e prioridades... O problema surge quando analisamos o teor de tais medidas: no seu artigo 4º do Despacho vem indicado que os alunos do ensino básico que se encontrem em situação de reprovar de ano (três ou mais negativas), e que já tenham ficado retidos pelo menos uma vez ao longo do seu percurso escolar, terão uma última oportunidade, através de uma "avaliação extraordinária", a cargo dos conselhos pedagógicos das escolas, que ponderarão "as vantagens de nova retenção". Por outras palavras, quando se poderia supor que a prioridade seria envidar todos os esforços para que os alunos com maiores dificuldades ou aqueles que estão desinteressados da escola fossem apoiados activa e seriamente para melhorar o seu processo de ensino-aprendizagem, opta-se, mais uma vez, na lógica de enfiar a cabeça debaixo da areia e tentar a transição administrativa de ano dos alunos... Na realidade, trata-se de insistir numa medida que já é aplicada por muitas escolas. Por exemplo, no ano passado, na minha Direcção de Turma tive quatro alunos que foram sujeitos a este tipo mecanismo e que só não transitaram de ano (de facto não o mereciam) sobretudo porque tive que elaborar os respectivos relatórios de retenção repetida, cada um deles com cerca de 8 páginas e, assim, convencer o Conselho Pedagógico a não permitir a transição daqueles alunos que, durante o ano lectivo, andaram a "brincar" às escolinhas, com a conivência dos encarregados de educação...
Todos os anos, entre 15 e 17 mil alunos deixem a escola sem terminarem o 9.º ano, o que é elucidativo da incapacidade que o sistema de ensino português demonstra para "apoiar" os alunos que apresentam maiores dificuldades. A solução não pode ser nivelar por baixo, por forma a contrariar as estatísticas da UE, mas sim investir noutro tipo de currículos para estes alunos, mas também de exigências para com os encarregados de educação.
Mas, com esta equipa ministerial já nada é de admirar. Em pouco mais de meio ano de "trabalho", Maria de Lurdes Rodrigues e Valter Lemos apenas têm (des)investido em matéria de alterações introduzidas ao estatuto da carreira docente, prolongamento das horas lectivas e não lectivas para alunos e professores nas escolas e aplicação de medidas que visem a transição facilitada de ano dos alunos. Quanto a medidas que, realmente, são necessárias e urgentes, nada...

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Uma medida difícil, mas necessária...

O Ministério da Educação apresentou hoje aos sindicatos de professores uma proposta que prevê que as colocações dos docentes dos quadros de escola e de zona pedagógica devem ter uma periodicidade plurianual de 3 e 4 anos segundo o nível de ensino abrangido.
Esta é uma medida que, a ser concretizada, deixará muitos docentes satisfeitos, enquanto que outros ficarão resignados e contrariados na sua função docente, com prejuízos elevados nas suas vidas aos níveis familiar, emocional e financeiro.
No entanto, em termos gerais, podemos afirmar que os alunos serão os grandes beneficiados com esta medida, visto que é provável que haja um reforço da estabilidade do corpo docente de muitas escolas, com óbvias vantagens em termos do desenvolvimento de projectos educativos mais coerentes e de maior alcance, ao mesmo tempo que o processo de ensino-aprendizagem poderá efectivar-se de forma mais estável e com melhores resultados pedagógicos.
Muitos professores sairão com as suas expectativas defraudadas por terem de leccionar durante 3 ou 4 anos longe das suas casas e famílias, enquanto que outros que agora estão contra esta proposta até poderão ficar satisfeitos com os resultados das colocações plurianuais e, assim, até mudarem a sua opinião sobre a referida medida. Eu próprio que, este ano lectivo, estou a 70 Kms de casa, tendo que fazer 140 Kms todos os dias, poderei ter de ficar durante os próximos 3 anos numa escola a mais de 120 Kms de casa. Mas, é impossível agradar a todos... Assim, visto que são os alunos quem mais beneficiam com esta proposta, não posso deixar de concordar com o conteúdo principal desta medida. No entanto, esta proposta deveria ter sido acompanhada de outras medidas que pudessem beneficiar os professores que estão longe das suas casas e que necessitam que as suas escolas tenham condições, no mínimo, razoáveis para que a motivação de professores e o sucesso escolar andem juntos nas nossas escolas. Pena é que os docentes que ficam longe das suas famílias de 2ª a 6ª feira (outros há que estão várias semanas fora de casa!) tenham que se desenrascar por escolas que não lhes oferecem as melhores condições para exercerem condignamente a sua profissão...

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Parabéns pelos 125 anos...

Não é todos os dias que uma escola do nosso País se pode orgulhar de comemorar o seu 125º aniversário. Efectivamente, só há pouco mais de 30 anos é que Portugal assistiu ao "boom" do ensino secundário, pelo que não posso deixar de destacar o facto de ter quase o "privilégio" de poder leccionar numa escola com 125 anos de história e por onde já passaram milhares de homens e mulheres de um concelho ainda desfavorecido do Interior do nosso Portugal.
Votos de muitos e bons anos na difícil missão de instruir, formar e educar as gerações futuras do concelho de Lamego...

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

Só trabalhar na escola? Isso é que era bom...

Este ano lectivo, devido às novas regras de cumprimento de horas não lectivas, alguns colegas meus lá da escola decidiram que levariam o mínimo de trabalho escolar para as suas casas, com destaque para o serviço de correcção das fichas de avaliação dos alunos...
Visto que este ano fiquei a cargo de oito turmas de quatro níveis diferentes e sabendo que me seria impossível apenas corrigir as fichas de avaliação na escola, resolvi contabilizar o tempo gasto a corrigir mais de duzentos testes...
Pois bem, comecei a correcção das referidas provas de avaliação, muitas das quais com mais de quatro páginas de folha de teste escritas, há cerca de dez dias atrás. Acabei hoje de corrigir o último teste e pelas minhas contas levei uma média de dez minutos para cada prova (mais para os testes do secundário e menos para os do 3º ciclo). Assim sendo, só na correcção de fichas de avaliação gastei cerca de 35 horas de trabalho, quase exclusivamente, caseiro... Ou seja, dado que tenho 22 horas de componente lectiva na escola, se tivesse que fazer este trabalho na escola, assumindo que não teria que preparar aulas e que o número de horas semanais é de 35 horas, levaria, no mínimo, três semanas a corrigir os testes. E claro, sem as condições de conforto, sossego e silêncio lá de casa...
Este apontamento serve apenas de alerta para todos aqueles (professores ou não) que julgam que os docentes não levam trabalham para casa. Pois bem, desde a preparação de aulas, até à concepção das provas de avaliação e sua correcção, entre muito outro trabalho burocrático, há quem tenha que levar muito trabalho da escola para casa. Pelo menos, para quem lecciona ao 3º ciclo e ensino secundário assim é obrigado. É a "tal" excepção que (não) temos...

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Educação sexual nas escolas: nada de novo...

O grupo de trabalho para a Educação Sexual em meio escolar, coordenado por Daniel Sampaio, necessitou de meio ano para concluir que não deve ser criada uma nova disciplina para esta área, aconselhando o Governo para que se revitalizem os currículos sobre Educação para a Saúde. Ou seja, nada de grandes novidades...

Convém lembrar que, actualmente, a Educação para a Sexualidade já é uma realidade nas escolas portugueses, sendo leccionada em diversas disciplinas, tais como a Biologia ou a Geografia, e na área curricular não disciplinar de Formação Cívica. Vir agora afirmar, com toda a pompa e circunstância, que as escolas e agrupamentos escolares devem aproveitar as áreas não disciplinares de Formação Cívica e de Área de Projecto, para também abordarem a questão da educação para a saúde, é não perceber que em muitas escolas isso já se faz.

Provavelmente, Daniel Sampaio e a sua equipa, não sabem muita da realidade escolar portuguesa... Aliás, já há umas semanas atrás, o irmão de Jorge Sampaio escreveu na revista Xis um artigo sobre as aulas de substituição num teor que só evidencia que ainda há quem pense que leccionar no ensino superior é algo de muito parecido com o que acontece no ensino básico. Puro engano, caro Daniel Sampaio...

Sempre defendi que a Educação para a Sexualidade não deve ser incorporada numa disciplina específica. O que deve ser potenciado é aquilo que já se faz em muitas escolas: leccionar conteúdos desta área nas disciplinas que se relacionem com este tema, nomeadamente na Biologia, aproveitar a Formação Cívica para desenvolver competências nos alunos a este nível e dinamizar colóquios e acções de formação onde professores, pais e alunos tenham uma intervenção activa e capaz.

Assim, penso que Daniel Sampaio não chegou a nenhuma conclusão especial. Só é pena que, mais uma vez, seja necessário que venha alguém do ensino superior dizer o que se deve fazer com a Educação para a Sexualidade para que o que já se faz passe a formato de lei... Quanto a professores, será que alguém os ouviu? Se sim, não parece...

sábado, 29 de outubro de 2005

Trabalho da escola em casa...

Isto de ser professor de Geografia de oito turmas que pertencem a quatro níveis diferentes (do 3º ciclo e ensino secundário) obriga a muito trabalho da escola a ter de ser realizado em casa. Tenho em cima da minha secretária mais de duzentos testes por corrigir, muitos dos quais com cinco e seis páginas de respostas dos alunos...
Com tempo de chuva e na impossibilidade de na escola ter um lugar sossegado para trabalhar nos tempos de componente não lectiva lá vou aproveitando este fim-de-semana para corrigir testes. E ainda há quem diga que os professores não levam muito trabalho para casa. Acredito que alguns não...

quinta-feira, 27 de outubro de 2005

A greve não é solução

Pela primeira vez, nos últimos anos, os principais sindicatos portugueses da educação resolveram marcar, de forma unânime, uma greve geral de professores e educadores para o próximo dia 18 de Novembro, uma sexta-feira, como não poderia deixar de ser...
Ora, a questão que coloco é a seguinte: será que a melhor resposta para se demonstrar descontentamento pelo trabalho desenvolvido pela actual equipa ministerial é, precisamente, não trabalhar durante um dia? Definitivamente, não sou apologista deste tipo de acções contestatárias...
Tenho a plena convicção de que este Governo responsabiliza os professores pelo enorme insucesso escolar que predomina em Portugal. Vai daí, "acusando" a classe docente de laxismo, irresponsabilidade e inércia, o actual Ministério da Educação, tem vindo a apostar na aplicação de uma série de medidas que visam aumentar o número de horas de trabalho dos professores e educadores nas escolas, ao mesmo tempo que limita um conjunto de direitos até aqui considerados como invioláveis pela classe docente. Quanto às medidas que, efectivamente, poderiam combater o insucesso escolar pouco ou nada se tem visto. Os programas curriculares continuam os mesmos, as cargas horárias dos alunos em vez de diminuírem parecem aumentar, o número de alunos por turma continua elevado... Isto já para não falar da desmotivação que grassa pela classe docente.
Mas, poder-me-ão perguntar: qual a solução? Pois bem, tenho para mim a ideia muito clara que a convocação de uma greve geral da educação apenas terá como consequência imediata a descredibilização da classe docente, com a maioria da opinião pública a contestar esta greve ao trabalho. Por outro lado, este parece-me ser um Governo que não se deixa "afectar" por greves. Veja-se o que se passou com as greves na Justiça (desde juízes a funcionários judiciais), alvo de contestação pela opinião pública em geral...
Continuo a pensar que a existência de uma Ordem dos Professores, impulsionadora da elevação da exigência e da credibilidade na nossa classe profissional, poderia ser um ponto de partida importante para que a sociedade civil tivesse uma opinião mais favorável relativamente à classe docente. Por outro lado, uma Ordem dos Professores credível seria vista de uma outra forma pelo Governo, ao invés do que acontece agora, em que os sindicatos, afectos a partidos políticos, deixam de ser levados a sério...
Em suma, greves ao trabalho para reivindicar melhores condições de trabalho não me parece ser o caminho a desbravar. Credibilidade e exigência são factores-chave que ainda faltam a uma parte significativa da nossa classe profissional...

sexta-feira, 21 de outubro de 2005

Por uma Ordem dos Professores credível e eficaz

Escrevi há uns tempos atrás que sou totalmente a favor da constituição de uma Ordem dos Professores, por forma a unir os docentes e servir de estímulo ao regresso da credibilidade à nossa classe profissional.
Agora que vivemos um período em que os sindicatos dos professores resolveram unir-se de forma a protestarem contra algumas das medidas que este Governo tem vindo a implementar, penso ser o momento ideal para aqui apresentar o meu pensamento acerca do estado actual em que se encontra a classe docente.
Ora, um dos principais problemas que afecta a classe dos professores é a sua divisão e segmentação ao nível dos diferentes níveis de ensino existentes. Todos sabemos (embora custe a aceitar a muita gente) que ser educador de infância ou professor do 1º ciclo não é o mesmo que ser professor do 3º ciclo ou do ensino secundário, mas isso não é razão para que uns se queiram reformar antes que outros... Não importa aqui reflectir sobre qual o grau de importância social de cada um destes níveis de ensino, mas tendo âmbitos de intervenção e exigência diferentes, a verdade é que aglutinar docentes com diferentes formas de "ver" o ensino num mesmo sindicato só leva a que as divisões se agudizem. Por isso, mais do que termos diversos sindicatos (uns controlados por docentes do 1º ciclo, como a FENPROF e a FNE, e outros mais afectos aos professores do ensino secundário, como o SNPL), seria mais equilibrado termos apenas uma Ordem de Professores que, de forma democrática, fosse a voz de todos os professores, independentemente, do nível de ensino leccionado.
Finalmente, a terceira razão prende-se com a legitimidade e capacidade de influência junto das entidades governamentais. Uma Ordem dos Professores que fosse exigente para com os seus associados, como acontece nas outras Ordens profissionais, faria com que a generalidade da opinião pública portuguesa tivesse um maior respeito pelos professores, visto que, a própria Ordem teria a incumbência de avaliar a prestação dos docentes, para além de orientar a sua formação contínua. Ao contrário do que se passa actualmente onde para se ser professor basta ter uma licenciatura em ensino com média suficiente e onde a formação contínua apenas serve para que sindicatos ganhem dinheiro com cursos que de científico nada têm, uma Ordem dos Professores elevaria o nível de exigência dentro da própria classe docente, trazendo de novo a credibilidade necessária e a real capacidade de intervenção junto do Governo.

terça-feira, 18 de outubro de 2005

O problema das substituições...

Ontem estava na sala dos professores na ocupação dos meus noventa minutos de "componente não lectiva", enquanto esperava que me pudessem chamar para ir substituir algum colega que tivesse que faltar, quando um colega (daqueles já em fim de carreira) entrou na referida sala "esbaforido" e nervoso, insurgindo-se com o que lhe tinha acontecido...
Como não fui chamado durante aqueles noventa minutos para fazer qualquer substituição, fiquei na sala dos professores a elaborar no meu computador portátil (sim, porque não existe nenhum computador na dita sala!) um teste para o 10º G, pelo que não pude evitar de tomar conhecimento da revolta que tomava conta do colega.
Então não é que o professor, já dos seus cinquenta ou sessenta e tal anos de idade, e portanto, com várias horas de redução e uma componente não lectiva alargada, foi chamado no primeiro bloco de aulas e substituir um colega de Educação Física, não lhe tendo sido facultada nenhuma sala de aula, a não ser o Ginásio da escola? Pois é, o colega queixava-se de que teve de estar durante noventa minutos a tomar conta de uma turma no Ginásio, enquanto outras turmas iam tendo, no mesmo recinto, as suas aulas de Educação Física. Acredito que não deve ter sido fácil... Sem espaço conveniente para trabalhar com os miúdos, sem recursos ou actividades disponíveis e com um professor já em final de carreira, não teria sido melhor que, em vez da dita substituição, tivesse havido lugar ao chamado "feriado"?
Já o aqui referi que concordo com o regime de substituição de aulas, mas os Conselhos Executivos devem precaver situações anómalas, de forma a evitar episódios como o que aqui retratei. Com uma planificação adequada, salas de aula apropriadas e disponibilidade de recursos e material diversos é possível fazer das aulas de substituição verdadeiros tempos de utilidade e não apenas de "entretenimento"...

quarta-feira, 12 de outubro de 2005

Se todas as aulas pudessem ser assim...

Ontem decidi utilizar o projector data-show na aula do 10º G, por forma a mostrar à turma alguns diapositivos, por mim elaborados em PowerPoint, relacionados com algumas das conclusões dos Censos da População de 2001.
Assim, os alunos puderam perceber de que forma é que os recenseamentos do INE são realizados e qual a sua utilidade para Governo, autarquias e outros organismos. Falámos sobre a evolução da população portuguesa e a sua desigual distribuição no território nacional, debatendo sobre os problemas que o actual estado da demografia portuguesa poderão acarretar num futuro próximo. A análise de alguns mapas e gráficos através do projector data-show revelou-se essencial para captar o interesse dos alunos e para uma melhor compreensão da matéria leccionada.
Pena é que muitas escolas não proporcionem a dinamização de aulas deste tipo. Aliás, já leccionei em escolas onde não é possível utilizar o projector data-show, por falta de condições das salas de aula ou até mesmo pelo facto de a escola não possuir o aparelho.
No entanto, muito mais poderia ser feito pelas entidades responsáveis na matéria para que as aulas pudessem ser de um melhor aproveitamento: por exemplo, a existência de Internet sem fios em cada sala de aula, mesmo que a escola não possuísse um número suficiente de computadores, poderia ser um auxílio precioso para os docentes que têm computador portátil. Na escola onde lecciono penso que existem três projectores data-show (já não é mau!), mas o facto de não haver Internet sem fios nas salas de aula inviabiliza outras potencialidades que poderiam ser melhor aproveitadas em benefício dos alunos.
Bem sei que nos últimos anos a situação a este nível tem vindo a melhorar, mas será que custa assim tanto, em termos monetários, munir as escolas (pelo menos as secundárias) com Internet sem fios?

domingo, 9 de outubro de 2005

Aulas diferentes...

No início do ano lectivo fiz uma proposta aos alunos do 10º G. Como teríamos 3 blocos de 90 minutos ao longo de cada semana de aulas, seria interessante que uma parte de um desses blocos (fez-se uma previsão inicial de 30 minutos) fosse dinamizada pelos próprios alunos, com a apresentação à turma das principais notícias da semana relacionadas com a disciplina de Geografia, à qual se seguiria o debate e confronto de opiniões no seio da própria turma. Os alunos acharam a ideia interessante, pelo que ficou combinado que em cada semana um grupo de dois alunos (respeitando a ordem alfabética da turma) teria a seu cargo a dinamização da aula, apresentando, à sua escolha, algumas das notícias que estão na ordem do dia.
Na passada sexta-feira teve lugar a segunda sessão deste tipo de aulas em que os alunos têm um papel mais interventivo do que habitualmente acontece. Ora, a verdade é que os 30 minutos previstos foram insuficientes para o debate de ideias que se seguiu à apresentação das notícias pelos alunos, pelo que esta actividade teve que ser alargada a quase todo o bloco de 90 minutos. Discutiram-se dois assuntos principais: o alargamento da idade da reforma para os funcionários públicos e a proposta de referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Foi deveras interessante e estimulante assistir à forma séria e descomprometida como os alunos colocaram dúvidas, deram a sua opinião e discutiram diferentes pontos de vista, evidenciando um empenho e respeito tais que no final da aula todos estávamos satisfeitos. Foi, sobretudo, gratificante perceber que, quando os alunos se sentem motivados, eles próprios se esforçam por estar a par da actualidade e do mundo que os rodeia, por forma a darem a conhecer a sua perspectiva sobre os assuntos que estão na ordem do dia...
Seria bom que em todas as aulas pudesse haver uma maior participação por parte dos alunos, mas, como sempre, há turmas e turmas! Com este 10ºG tem vindo a ser possível levar a cabo aulas diferentes, onde todos saem a ganhar...

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Dia Mundial do Professor

Pois é! Hoje, para além de ser o feriado comemorativo da Implantação da República em Portugal, é também o dia destinado a reflectir sobre o papel do professor neste mundo cada vez mais globalizado e menos idealista...
Se é ponto assente que a função de docente caiu, em Portugal e nas últimas duas décadas, numa degradação tal que a sociedade olha para os professores como a classe profissional que anda com a mala às costas, que se queixa por tudo e por nada e que no início de cada ano lectivo é enxovalhada e até alvo de risota, também é verdade que a culpa desta situação não pode ser imputada apenas aos que estiveram à frente do Ministério da Educação. Digo isto porque, em trinta anos de democracia, os professores não conseguiram unir-se em torno de uma Ordem profissional que defendesse os valores do rigor, da exigência e do respeito pela classe docente. Em vez disso, temos uma série de sindicatos, afectos a partidos de esquerda, que se aproveitam dos professores para fazerem política...
Pelo contrário, os professores, através dos sindicatos, preferem falar no combate que está a ser feito aos chamados direitos "adquiridos" (congelamento das carreiras, alargamento do horário de trabalho, existência de aulas de substituição), para além de destacarem a contínua instabilidade docente e outros problemas inerentes a esta profissão...
Assim, enquanto o Governo fala de ambição e de propostas para o futuro, os sindicatos apostam nos queixumes habituais. Sampaio bem tenta pôr água na fervura, mas a fuga para a frente não é solução. Só com uma classe docente que, em vez de ser alvo de chacota nas conversas de café, volte a ser vista como uma peça chave para o desenvolvimento de Portugal, é que poderemos, de facto, ter razões para comemorar o Dia Mundial do Professor. Exigência, profissionalismo e rigor são factores basilares para que pais e alunos vejam o professor como alguém decisivo na formação e instrução da juventude portuguesa...

sábado, 1 de outubro de 2005

Duas semanas produtivas...

Com duas semanas de aulas cumpridas parece-me já ser possível ter uma opinião minimamente plausível sobre a escola onde lecciono e os alunos a quem dou aulas de Geografia.
Sobre a nova escola, já aqui tinha dito anteriormente que, em termos gerais, esta é do meu agrado: as instalações, apesar de já serem centenárias, parecem-me em condições para que o trabalho decorra de forma positiva; os materiais (computadores, internet, projector data-show, etc.) colocados à disposição dos professores, embora insuficientes para mais de 100 docentes, constituem bons auxiliares para as aulas de Geografia; a maioria das salas de aula oferecem boas condições de ensino (gosto particularmente das que têm o estrado para o professor); existe parque de estacionamento para professores...
No entanto, também são visíveis diversos aspectos menos positivos: a sala dos professores é pequena, não havendo sequer um bar para os docentes (temos que nos deslocar ao bar dos alunos); a internet sem fios apenas existe em alguns (ainda poucos) locais da escola; nos horários dos professores não há "direito" a dias livres; o material de apoio a fotocopiar é sujeito a algum "controlo", havendo a indicação de alguns limites. Mas, em oito anos de serviço, esta é a melhor escola por onde já passei...
Ao nível dos alunos, tendo eu oito turmas e mais de 200 discentes, sem contar com aqueles a quem tenho que ir dar aulas de substituição, a ideia geral com que fiquei nestas duas semanas de aulas é que, à excepção de duas turmas (uma do 8º ano e outra do 9º ano, onde a maioria dos alunos parecem andar contrariados na escola), as restantes seis parecem evidenciar capacidades suficientes para que possa ser exercido um bom trabalho ao longo do ano. Destaco, sobretudo, a turma do 10º ano, onde tem havido um relativo empenho dos alunos pela matéria de Geografia, pelo que em vez de seguir apenas o programa, tenho realizado com os alunos diversas sessões de debate e discussão sobre muitos dos temas da actualidade.
Aliás, uma das mais-valias da Geografia é precisamente o facto de se recorrer de assuntos actuais para que os alunos assimilem mais facilmente a matéria a leccionar: só esta semana conversámos e debatemos os temas da UE, da demografia em Portugal e das alterações climáticas, com o recurso a notícias e reportagens de jornais nacionais.

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

A primeira aula de substituição

Hoje tive aquela que foi, em sete anos de serviço, a minha primeira aula de substituição. Fui substituir um colega de Educação Tecnológica que se encontra de baixa médica e cujo horário está, suponho eu, ainda em fase de colocação cíclica.
Na escola onde lecciono existe para cada bloco de aulas uma lista onde consta o nome de um conjunto de professores que têm a chamada componente não lectiva. Quando um docente comunica com antecedência que vai faltar a um determinado bloco de aulas, o professor que o vai substituir fica a saber no dia anterior a substituição que terá que fazer. Quando a falta não é comunicada antecipadamente os professores da referida lista têm que estar preparados para a hipótese de terem que substituir um colega.
No meu caso, desde sexta-feira que já sabia que hoje teria que substituir o colega de Educação Tecnológica na turma do 7º E às 12 horas. Assim, tive que preparar em casa o material a levar para a aula, visto que a escola não possui, pelo menos por enquanto, material próprio para este tipo de aulas. Na reunião de professores tinham-nos dito que a função neste tipo de aulas seria a de "entreter" os miúdos com actividades à nossa escolha. Tenho que admitir que é uma tarefa que não me agrada nada! Assim, resolvi levar para a aula um conjunto de actividades, entre as quais alguns quebra-cabeças e o tão na moda sudoku. Levei ainda um planisfério, para o caso de ter que dar alguma matéria da minha disciplina.
Expliquei aos miúdos o teor deste tipo de aula e lá estivemos quase todo o bloco de 90 minutos à volta com os quebra-cabeças e o sudoku. Devido ao interesse demonstrado pelos alunos, praticamente não dei matéria de Geografia. Claro que cada turma é uma turma, mas não é tarefa fácil motivar os alunos para actividades para as quais não estão a contar... A ver vamos como decorrerá a próxima substituição que me "calhar" em sorte.

sábado, 24 de setembro de 2005

Alunos "amestrados"...

No artigo anterior referi-me à impressão positiva que tive relativamente aos alunos da escola onde me encontro a leccionar. Afirmei então que os alunos parecem estar bem "amestrados" a partir do primeiro ano em que chegam a este estabelecimento de ensino. Ora, em alguns comentários deixados neste blogue em relação ao referido artigo alguns colegas parecem ter ficado surpreendidos com o significado de "amestrados"...
Assim, vou tentar ser mais claro. O que se passa é que numa escola com cerca de 125 anos de história e onde o quadro docente é, na sua maioria, estável (com mais de 80% dos professores a pertencerem ao quadro desta escola) fiquei com a ideia de que os alunos, a partir do momento em que começam a frequentar esta escola, começam a adquirir hábitos e a cumprir regras básicas para o normal funcionamento da vida escolar, ao contrário do sucedido noutras escolas por onde tenho andado nos últimos anos.
De facto, é importante que os alunos, quando chegam a uma escola pela primeira vez (neste caso no 7º ano) comecem a perceber que a escola é intransigente no que concerne ao cumprimento de determinadas normas comportamentais: proibição de fumar na escola, respeito pelo material escolar, ausência de furos ou chamados "feriados", cumprimento de actividades lectivas no caso de expulsão da sala de aula... Enfim, ao contrário do que acontece noutras escolas, e apesar de ter oito turmas e mais de duzentos alunos, parece-me que esta é uma escola onde (quase) todos (Conselho Executivo, docentes, funcionários e encarregados de educação) se esforçam para que os alunos percebem que na escola a educação e o respeito pelo próximo são valores intocáveis. Claro que há excepções e sempre haverá alunos que gostam de "desafiar" o professor, mas, por enquanto a impressão que tenho desta escola é muito positiva. Espero que continue a pensar assim no final do ano lectivo...

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Finalmente. As aulas já começaram...

Pois é, a escola já voltou ao "frenesim" do costume, com alunos a percorrerem apressadamente os numerosos corredores deste estabelecimento. É que leccionar numa escola com cerca de 125 anos de história implica que "regressemos" aos velhos tempos das escolas com corredores enormes, salas com estrados para o professor, soalhos de madeira; enfim, nada que se pareça com as escolas mais modernas.
No entanto, a modernidade de uma escola não se vê só pelo seu estilo arquitectónico. A forma de trabalhar e o acesso às novas tecnologias são factores essenciais para que a "arte" de bem leccionar seja possível. Ora, neste âmbito a presente escola até que superou as minhas expectativas: o facto de haver internet sem fios em grande parte do edifício escolar é uma mais-valia para trabalhar nas chamadas "horas não lectivas". Por outro lado, os alunos parecem estar bem "amestrados", desde que entram pela primeira vez nesta escola, de forma a cumprirem regras básicas para que o trabalho decorra da melhor forma.
Como se costuma dizer: entrei com o pé direito...

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

O problema dos números

Segundo o mais recente estudo vindo a público sobre o estado da educação nos países da OCDE, Portugal apresenta, como seria de esperar, alguns problemas ao nível da frequência e do sucesso escolar dos nossos alunos. No entanto, os números do referido estudo dão também conta que os professores portugueses são dos que menos tempo passam na escola.
Ora, resolvi tentar fazer uma pequena abordagem aos números constantes no estudo da OCDE, comparando-os com o tempo que, normalmente, todos os anos costumo passar na escola...
Vejamos então: no relatório intitulado "Education at a Glance 2005" é referido que os professores portugueses do 3.º ciclo passam 766 horas por ano nas escolas (menos 426 horas que a média dos colegas do mesmo nível de ensino da OCDE) e os do secundário 696, isto é, menos 432 horas.
No meu caso particular, e referindo-me apenas ao ano lectivo que passou (quando ainda não estavam em vigor as actuais regras de aumento da componente não lectiva), fiz as contas que se seguem. Só em aulas, passei na escola uma média de 22 horas por semana, o que equivale a um total anual de 660 horas, tendo em conta que o ano lectivo 2004/2005 teve, devido aos problemas iniciais, apenas 30 semanas de aulas. Depois há que acrescentar uma média de "só" 5 horas semanais em reuniões, o que perfaz mais 150 horas anuais. Se a isto somarmos mais uma média de somente 2 horas semanais (60 anuais) correspondentes a horas de furo no horário aproveitadas para correcção de testes, marcação de faltas e restante trabalho de Direcção de Turma, dá um total de 870 horas anuais apenas em tempo de aulas. Finalmente, há que não esquecer os dias que tive que ir à escola, já depois das aulas terem terminado, nos meses de Junho e Julho, para trabalhar nas provas globais, exames nacionais, matrículas, finalização do PCT e outras burocracias, num total de cerca de 120 horas (8 horas x 15 dias). Assim, fazendo as contas por baixo, no ano transacto devo ter passado na escola, pelo menos 990 horas, o que está longe das 766 que o estudo da OCDE refere...
Claro que por causa de uns (que pouco trabalham na escola e que já têm reduções e outros benefícios) "pagam" os outros, geralmente, os professores mais novos. Deve ser o meu caso. Ora, tendo em conta que este ano vou ter 8 turmas (quase 200 alunos) e outros tantos conselhos de turma todos os meses, mais as horas correspondentes à componente não lectiva que a escola institui, devo chegar às 1100 horas anuais. Ou seja, estou perto dos melhores números da OCDE...
Ah, já agora, e sabendo que não são horas passadas na escola, só quero acrescentar 2 horas diárias passadas ao volante, o que dá um total de quase 400 horas anuais. Pois é, os números também enganam...

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

A semana do início de aulas

O DN apresenta hoje como tema de capa a abertura do novo ano lectivo. É uma reportagem que vale a pena ler para quem quer estar a par das novidades anunciadas por este Governo ao nível da educação.
Já todos sabemos da intenção corajosa de ter as escolas do 1º ciclo abertas até às 17.30H (apesar de apenas 33% delas o façam este ano), da medida que introduz o inglês nos 3º e 4º ano de escolaridade, do encerramento das escolas que têm poucos alunos no 1º ciclo, da implementação do regime de substituição de aulas e da generalização dos exames do 9º ano. Se há que elogiar algumas das medidas, outras continuam envoltas numa nebulosa, onde as dúvidas são mais que muitas.
Entretanto, os programas curriculares continuam intocáveis, o que faz com que tenhamos um 3º ciclo do ensino básico onde seja possível que os alunos tenham 15 áreas curriculares, mais o desporto escolar e os clubes em que se inscrevem. Resultado: temos disciplinas apenas com um bloco semanal de 90 minutos, onde, para se cumprir o programa curricular, temos que "andar" à velocidade da luz, isto já para não falar de alguns conteúdos completamente inócuos que têm de ser leccionados (pegue-se no programa curricular de Ciências Físico-Químicas do 7º ano de escolaridade para se perceber do que falo)... Poderia ainda falar do estatuto da carreira docente (que continua a precisar de reforma), dos procedimentos a nível disciplinar (que parecem "defender" os alunos indisciplinados), do desgaste do decreto 319/91 (que "banaliza" o estatuto dos alunos com necessidades educativas especiais) ou da vergonha que se assiste ao nível da formação contínua de professores, com acções de formação que de formação não têm nada; enfim, muito mais haveria para dizer...
Na minha escola e até sexta-feira é tempo de continuar com reuniões de departamento e dar início aos conselhos de turma, para melhor conhecer alunos e colegas, assim como uniformizar critérios de procedimento. No final da semana o trabalho começará a sério...

sábado, 10 de setembro de 2005

Diferentes entre iguais

Todos os anos, com o início de um novo ano lectivo, há um tema de conversa que costuma vir sempre à "baila" no meu grupo de amigos: o estatuto da carreira docente. E, isto porquê? Muito simples. É que uns de nós somos professores do 3º ciclo e ensino secundário, enquanto que outros são educadores de infância ou leccionam no 1º ou 2º ciclos do ensino básico.
Ora, a conversa que todos os anos é recorrente anda à volta do estatuto que rege as nossas carreiras. Enquanto que uns defendem a actual uniformização de direitos e deveres entre professores de diferentes ciclos de ensino, outros há (como eu) que são a favor que, tal como existe uma carreira específica de docente universitário, distinta da do docente do politécnico, também deveriam existir carreiras diferenciadas para professores que leccionam em ciclos distintos: ser educador de infância não é o mesmo que ser professor de alunos do 12º ano de escolaridade.
Aliás, sem querer ofender ninguém, penso que, em termos de exigência e de responsabilidade, um docente do ensino secundário está muito mais próximo do que se exige a um docente universitário do que aquilo que se pede a um educador de infância ou professor do 1º ciclo. Bem sei que este é um assunto delicado, mas não percebo o que levou, há quinze anos atrás, o Ministério da Educação de então a colocar no mesmo "saco" educadores e professores de níveis diferentes. Os enfermeiros também não se regem pelo estatuto dos médicos. Aliás, até têm sindicatos diferentes...
Não tendo nada contra os educadores de infância e os professores do 1º ciclo, até porque desempenham uma função primordial na formação das nossas crianças, penso que não faz sentido termos 12 anos de escolaridade mais o ensino pré-primário assentes numa única carreira profissional. O que é diferente deve ser distinguido e não encapotado...
Por isso, penso que se deveria criar um novo estatuto da carreira docente, que abarque apenas os docentes do 3º ciclo e do ensino secundário. Ficaríamos, desta forma, com um regime para os educadores de infância e docentes do 1º e 2º ciclos e um regime diferenciado para os professores do 3º ciclo e secundário. Assim, voltaríamos ao que sempre esteve instítuido (e bem, quanto a mim) até 1990, quando o então Ministro da Educação Roberto Carneiro optou pelo actual regime....
Entretanto, as nossas conversas de café sobre o estatuto da carreira docente lá irão continuar...

terça-feira, 6 de setembro de 2005

Duzentos alunos e mais algumas novidades!!!

Ao meu oitavo ano de serviço, eis que, pela primeira vez, sou chamado a leccionar Geografia a oito turmas de quatro níveis diferentes. Algum dia haveria de calhar, tal tem sido a tendência, nos últimos anos, para a diminuição da carga horária da disciplina que lecciono.
Não é que me esteja a queixar, pois, pelo menos não serei Director de Turma, nem terei que leccionar nenhuma área curricular não disciplinar (que alívio!), mas tenho a convicção de que este não será uma ano lectivo facilitado, ainda para mais quando me encontro a frequentar um curso de mestrado. Mas, enfim, quem corre por gosto não se cansa. Espero eu...
Assim, na reunião de departamento de hoje, apesar de ainda não ter recebido o meu horário, fiquei a saber que terei que leccionar Geografia a turmas dos 7º, 8º, 9º e 10º anos de escolaridade, o que perfaz um total que quase duas centenas de alunos. Vai ser bonito para "fixar" o nome de tantos alunos! Lá para o final do terceiro período espero saber o nome de todos...
Quanto ao resto da reunião, acho que não houve nada de novo: planificações, critérios de avaliação, critérios de correcção de testes, apresentação de propostas para o plano anual de actividades... Enfim, a burocracia do costume.
Ah, já me esquecia! Afinal, sempre há novidades. A escola tem um GOA (Gabinete de Ocupação de Alunos), para onde estes se dirigem quando são expulsos da sala de aula, o que acho muito bem, para além de que não vão existir os chamados "feriados" para os alunos, pois esta escola já funciona em regime de subsituição de professores, quando os docentes faltam. A ver vamos como funciona esta medida...
Quanto ao resto, o Ministério da Educação obrigou a que todas as escolas tivessem estipulado 35 horas no horário dos professores, sendo que na minha escola ficou assente que terei 24 horas de componente lectiva, 7 de trabalho individual e 4 destinadas a reuniões. Será que esta nova medida tem como objectivo que os professores não levem trabalho para casa??? Se sim, não me acredito que seja desta que chego a casa e me "desligo" da vida da escola.
Pois é, afinal sempre houve novidades...

sábado, 3 de setembro de 2005

Novidades nas regras de colocação de professores...

José Sócrates decidiu-se por anunciar no comício da "rentrée" política do PS, no Porto, que no próximo ano lectivo as regras de colocação de professores irão sofrer alterações, com a possibilidade das colocações terem um prazo de validade de três ou quatro anos consoante o ciclo de ensino.
Apesar de não compreender o timing e o local escolhidos para fazer tal anúncio (talvez o Conselho de Ministros ou a Assembleia da República fossem o local apropriado para dar a conhecer aos portugueses esta notícia), sou da opinião que esta poderá ser uma medida importante no sentido de tornar o corpo docente mais estável ao nível das escolas.
No entanto, não convém deitar foguetes antes da festa, até porque os resultados desta medida dependem em muito da forma como tal alteração vai ser efectivada. Será que a nova medida apenas se vai aplicar aos quadros de escola ou também aos quadros de zona? Se é bom para as escolas terem os mesmos professores durante três ou quatro anos, no caso destes serem de longe haverá benefícios para o processo de ensino-aprendizagem com professores descontentes com a sua colocação? Haverá horários e vagas permanentes para todas as escolas ou será que vamos continuar a ter horários zero com este tipo de alteração? Enfim, a ideia e os objectivos desta medida são de louvar, mas ainda é cedo para grandes euforias...
Como fez S. Tomé, o melhor é ver para crer...

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Depois das férias, um novo ano lectivo...

Pois é! As famigeradas listas de colocação de professores lá saíram com um dia de antecedência relativamente ao último anúncio (o que não é nada de extraordinário) e a angústia e revolta retornaram ao estado de espírito de milhares de famílias, umas devido ao anúncio de uma não colocação, outras devido à obrigação da separação do casal, outras porque o horário que lhes calhou em "sorte" não dá para as despesas... Enfim, o costume!
Eu cá não me posso queixar muito e já fico "contente" por, no próximo ano lectivo, ir leccionar para uma escola que fica a menos de uma hora de caminho de casa. Vai ser um ano complicado, com a obrigação de fazer todos os dias 140 Kms, ter de almoçar fora de casa, compatibilizar o trabalho da escola com a frequência de um curso de mestrado, mas, como diz o povo (e muito bem!) "quem corre por gosto não se cansa".
Hoje foi o dia de apresentação na escola e amanhã é hora de começar a conhecer mais de 100 colegas e o horário que me será atribuído. Terei turmas do 3º ciclo ou do secundário? Serei Director de Turma? Será que vou leccionar Estudo Acompanhado ou Área de Projecto? As perguntas do costume...
Entretanto, os sindicatos, depois de terem estado fechados para férias, aproveitam-se, agora, dos problemas e frustrações de milhares de professores e candidatos a professores deste País, para começarem com a estratégia habitual: fazerem barulho, anunciarem greves, realizarem manifestações, etc. Aos milhares de desempregados agora anunciados resta-lhes fazerem pela vida...

quarta-feira, 24 de agosto de 2005

Umas férias ainda sem saber o futuro...

Dou hoje início a uma semana de férias por terras do Gerês ainda sem saber em que escola é que irei leccionar no próximo ano lectivo. Sindicatos e Ministério da Educação aconselham-me a ir de férias descansado e sem pensar no assunto.
No entanto, parecem esquecer-se que a vida de um professor que vive numa região e dá aulas noutra implica, muitas vezes, procurar casa, conhecer a nova localidade que o espera, organizar a sua vida familiar; enfim, uma série de preocupações que deveriam ser resolvidas muito antes de começar um novo ano lectivo.
A promessa do Ministério da Educação é a de que no dia 30 de Agosto (de manhã, à tarde ou à noite?) sairão as listas de colocação, o que implica que o dia seguinte seja dedicado a preparar a "trouxa", arranjar casa, conhecer um pouco da nova terra, entre outras tarefas, o que é manifestamente pouco para quem no dia 1 de Setembro tem que já estar preparado para reuniões e todo o trabalho inerente a um novo ano lectivo...
Obrigado Sr.ª Ministra pela consideração que V. Ex.ª manifesta por milhares de famílias que estão dependentes das ditas listas para (des)organizarem, uma vez mais, a sua vida familiar...
A todos os visitantes deste blogue continuação de umas boas férias. Até Setembro...

terça-feira, 23 de agosto de 2005

A faltar uma semana...

Pois é!!! O dia 1 de Setembro aproxima-se e não há meio de serem publicadas as listas de colocação de professores. Milhares de famílias (des)esperam à frente da net, pela hora do site do Ministério da Educação dar a conhecer as famigeradas listas de colocação.
Depois do descalabro que dominou a publicação das listas no ano passado, com a então Ministra da Educação, Maria da Carmo Seabra, a protagonizar uma das piores figuras que um governante alguma vez teve na televisão portuguesa (todos nos lembramos dos telefonemas em directo da ex-Ministra no programa Prós e Contras à procura das listas!!!), parece que a estratégia deste ano é o silêncio. No site do Ministério da Educação não há lugar a qualquer tipo de informação sobre a data prevista para a saída das listas e os sindicatos parecem estar de férias ou, então, devem estar a preparar as "tropas" para as queixas do costume de início de tempo de aulas.
Entretanto, nas televisões portuguesas vêem-se já as campanhas publicitárias dos hipermercados sobre o "regresso às aulas". Escolas é que nem vê-las...
ADENDA - Afinal, a Ministra Maria de Lurdes Rodrigues já veio falar, ou melhor, enviou à comunicação social uma circular onde diz que tudo está a decorrer como previsto e que, portanto, antes do final do mês de Agosto as listas estarão cá fora. Novidades? Nenhumas! Apenas o adiar das expectativas criadas quando há dois meses atrás afirmou que na terceira semana se dariam a conhecer as listas de colocação de professores...

domingo, 21 de agosto de 2005

Ainda à espera de colocação...

Este blogue tem como objectivo principal escrever um pouco sobre as peripécias que a vida de um professor implica, desde todo o tipo de experiências humanas que envolve lidar com centenas de alunos e dezenas de colegas, até a um exacerbar de exigências que viver numa cidade e leccionar noutro sítio comporta...
Por enquanto, aguardo serenamente colocação numa qualquer escola da zona de Lamego. Ora, sendo eu de Viseu já não me posso queixar de estar muito longe, mas também é certo que não ficarei a menos de 50 Kms de casa. Aqui está a primeira contrariedade da vida de "cigano" de um professor do século XXI em Portugal: esperar vários anos para ficar a trabalhar perto de casa...