sexta-feira, 27 de junho de 2008

Dados para reflectir

Ontem dei-me ao trabalho de fazer uma pequena pesquisa sobre alguns dados relacionados com o desenrolar do processo de ensino-aprendizagem que tenho vindo a desenvolver desde que dou aulas, já lá vão dez anos.
Fui consultar os dez livros do professor que tenho guardados e retirei de lá dois dados interessantes: a evolução do número de alunos a quem leccionei Geografia no ensino básico e a evolução do número de níveis negativos atribuídos neste ciclo de ensino. Dêem uma vista de olhos aos dois quadros...
Em relação ao número de alunos que tive é notório um aumento significativo de há cinco anos para cá. Com a redução da carga lectiva de Geografia no ensino básico torna-se evidente a necessidade de ter mais turmas de Geografia para preencher o horário do professor. Por outro lado, basta num determinado ano lectivo não ter nenhuma turma do ensino secundário para que o número de alunos inflacione até às duas centenas.
Em relação aos níveis negativos atribuídos verifica-se que, grosso modo, a tendência é para a sua redução, mais significativa nos últimos quatro anos, a rondar uma média inferior aos 20%. É curioso notar que o ano em que dei mais negativas foi precisamente um dos anos em que menos alunos tive (apenas 55), o que permite indicar que não tem de haver uma ligação directa entre sucesso educativo e o número de alunos a quem se dá aulas. Penso que o principal factor responsável pela melhoria das notas estará no funcionamento de cada escola (sobretudo em termos pedagógicos), apesar de que a redução do número de alunos poderá contribuir para um elevamento do sucesso... Por outro lado, não podemos ser ingénuos e escamotear o facto de que, hoje em dia, com as actuais directrizes (formais, mas sobretudo as informais) emanadas do Ministério da Educação começa a ser muito mais complicado atribuir níveis negativos aos alunos, até porque de há uns anos para cá têm-se vindo a privilegiar a aquisição de competências (do saber, mas também do saber-fazer e do saber-ser) e não tanto a aquisição de conhecimentos, o que permite que um aluno, apesar de poder ter nos conhecimentos uma média a rondar os 35% possa, não se comportando mal, obter uma média final de quase 50%, o que lhe permite chegar facilmente à positiva...
Enfim, convém de vez em quando reflectirmos sobre aquilo que temos feito...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Continuamos na senda do facilitismo...

Não se percebe. Eu não percebo. Ou melhor, percebo que o Ministério da Educação esteja numa onda de crescente facilitismo em relação aos nossos alunos com vista à melhoria significativa das estatísticas, em termos do sucesso educativo, mas não percebo que haja quem não queira ver que as consequências a longo prazo serão catastróficas... Seja em termos da cada vez mais difícil possibilidade de se reterem alunos em anos não terminais, seja no âmbito do conteúdo dos exames nacionais, parece claro que, com esta equipa ministerial e a anuência do Presidente da República, o facilitismo veio para ficar...
O caso mais gritante foi o que ocorreu com o exame de Matemática do 9º ano. Segundo os especialistas na matéria, nomeadamente os docentes da Associação de Professores de Matemática (APM), "a prova é mais fácil do que as dos anos anteriores, existindo diversos itens que podem ser resolvidos por alunos de outros ciclos de escolaridade, como por exemplo o item 3". Assim, "os resultados poderão vir a ser melhores, não significando que existiu uma melhoria nas aprendizagens dos alunos". Não sou eu que o digo, é a APM!!!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Os alunos e o bullying...

Uma das minhas duas turmas do 7º ano de escolaridade às quais lecciono Área de Projecto decidiu tratar, durante o terceiro período de aulas, o tema do bullying. A escolha partiu dos alunos e foi, certamente, uma resposta aos muitos casos de violência escolar que nos últimos tempos têm vindo à estampa em muitos órgãos de comunicação social. É um tema pertinente, até porque muitos miúdos desconheciam este termo, e que exige alguma ponderação e cuidado na hora de o investigar.
Quero aqui dar a conhecer um dos melhores trabalhos que recebi e que permite perceber até que ponto a violência psicológica e física entre alunos necessita de ser alvo de políticas sérias de prevenção e intervenção.

sábado, 7 de junho de 2008

Um trabalho interessante...

No final de mais um ano lectivo e com todo o trabalho que se avizinha em termos de ponderação das avaliações dos alunos, dou a conhecer um dos excelentes trabalhos que recebi de um grupo de alunos do 7º ano de escolaridade a quem leccionei Área de Projecto. O trabalho versa os perigos da má utilização da Internet. Vale a pena dar uma vista de olhos...