sábado, 3 de novembro de 2007

Os rankings das escolas têm de ter consequências

Mais uma vez e pelo sétimo ano consecutivo, o Ministério da Educação deu a conhecer os resultados obtidos pelos alunos nos exames do ensino secundário. E, mais uma vez, apenas um jornal se deu ao trabalho de avaliar de forma séria e rigorosa as diferentes realidades escolares que povoam um pouco por todo o país.
Com um dossier especial de 64 páginas, de acesso livre na Internet, o jornal Público dá conta dos resultados obtidos por cada escola nas principais disciplinas. E, se mais uma vez, fica patente que não faz sentido algum comparar as médias alcançadas pelas "melhores" escolas privadas deste país, que escolhem e fazem a seriação dos seus alunos, com a maioria das nossas escolas públicas, abertas a todo o universo educativo das suas áreas geográficas, convém não deixar de fazer uma avaliação séria e ponderada dos resultados obtidos pelos estabelecimentos de ensino público a nivel distrital e a nível disciplinar.
Dou apenas um exemplo. A Escola Sec./3 de Latino Coelho, em Lamego, onde no passado ano lectivo "levei" 20 alunos ao exame nacional de Geografia (num total de 30 alunos) obteve nesta disciplina uma média de 12,2 valores, ocupando o 98º lugar a nível nacional (num total de 519 escolas) e o 5º lugar à escala distrital (entre 27 escolas). Bons resultados, portanto, se tivermos em conta que, no conjunto das oito disciplinas, a escola se ficou pelo 318º lugar a nível nacional.
Claro está que há duas variantes que influenciam de forma decisiva as notas obtidas nos exames: por um lado, a qualidade da matéria-prima, ou seja, as capacidades demonstradas pelos alunos, e por outro, o desempenho docente e a capacidade dos professores para motivarem os seus discentes. Deste modo, penso que as escolas têm um papel importante a desempenhar no sentido de distribuírem da melhor forma o seu corpo docente pelos diferentes níveis de ensino. Ou seja, talvez não seja assim tão indiferente as decisões que os Conselhos Executivos tomam na hora de escolherem os professores que nas suas escolas irão leccionar âs turmas do ensino secundário. É bom que também as escolas reflictam seriamente sobre os resultados dos exames!!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Pedro, em Portugal não existe o costume de reflectir. Quanto muito há o de criticar.
Em relação aos rankings, a verdade é que as escolas bem classificadas aproveitam para ter publicidade de borla, enquanto que as mal classificadas se desculpam com os factores da interioridade e das más condições das escolas.
De resto, para o ano teremos mais do mesmo. Tudo estará na mesma, porque em Portugal ninguém é tido nem achado para prestar justificações sobre aquilo que corre mal.
Abraço de um colega da escola...

A Professorinha disse...

Se queres que te diga a minha humilde opinião, eu acho que na sua grande maioria, o resultado dos exames se devem à capacidade, ou falta dela, dos pais pagarem, ou não, as explicações aos seus filhos...

Fica bem