sábado, 10 de outubro de 2009

A presidente do CNE sabe do que fala???

Há uns dias atrás li no Público que a presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE) defende uma nova forma de organização da escola pública, que em vez de chumbar os alunos com dificuldades se preocupe mais com uma aprendizagem de qualidade. Referiu-se muito à escola e aos professores, mas em relação aos pais e famílias nem uma palavra.
Melhor ainda. Afirmou que o actual sistema de percursos educativos não serve nem o desenvolvimento do país nem os alunos. Depois de o Governo PS ter apostado nos CEF`s, nos cursos profissionais e nas Novas Oportunidades, pior crítica não poderia existir.
Por fim, deu a entender que devemos "copiar" o Canadá e a Austrália, como se por lá existisse a miséria que por cá abunda em termos de pobreza. Convém não esquecermos que a maioria dos alunos problemáticos, indisciplinados e sem sucesso escolar são os que provêm de famílias onde os rendimentos económicos estão muito abaixo do razoável.
Ora, só com a erradicação da pobreza se poderá acabar com o insucesso escolar. Veja-se os alunos que estão nos CEF`s. A maioria deles são oriundos de famílias onde impera a pobreza e a ignorância.
Neste particular, aproximo-me bastante do discurso do CDS-PP: acabe-se com a subsidiodependência, que apenas tenta esconder os problemas e nada resolve, aumente-se a produtividade e o rendimento das famílias e aposte-se na disciplina, rigor e exigência na escola. Pode ser que assim aumente o sucesso escolar à custa de uma verdadeira aprendizagem dos alunos.

2 comentários:

IC disse...

É verdade que nos países citados não existe a miséria que cá existe, mas prefiro citar a Finlândia pois conheço melhor, por várias leituras, o seu sistema de ensino. Também lá não existe, e os alunos trabalham e são responsáveis. Mas acho que tudo isso é mais uma razão para cá se caminhar para copiar algumas coisas.
1- Os alunos não chumbam porque têm apoios na escola apenas mostram dificuldades, e não tardiamente.
2- As turmas são pequenas ou, pelo menos, têm dois professsores na sala de aula, uma para ir apoiando os que têm dificuldades.

Ora, por cá os governos nem querem entender a necessidade de diminuir o nº de alunos por turma. Os dois aspectos que referi seriam de copiar, mas isso custa dinheiro. Antes de dar computadores aos alunos (o que custou dinheiro) para Portugal parecer muito "avançado", se houvesse verdadeira prioridade para a educação começava-se pelos apoios, as turmas mais pequenas e, por que não(?), os tais dois professores ao menos nas disciplinas de Português e Matemática. Mesmo que o orçamento não permitisse isso de um dia para o outro, traçavam-se esses objectivos para os ir alcançando a pouco e pouco. Quanto custaram os Magalhães? E para que estão a servir? (Poucos professores aproveitam o facto de os alunos terem computadores nem lhes foi dada ainda formaçãp para isso)
Mas copiar algumas coisas que aumentam de facto o sucesso dos alunos nesses países, isso os nossos governos não copiam. E, quanto à pobreza, há muitto que também não é por cá prioritário resolver os problemas sociais.

P.S.:
Tenho andado de férias da blogosfera, aproveito agora para desejar ao Pedro um ano lectivo o melhor possível e com ânimo e esperança.

Anónimo disse...

Colega
A propósito da Austrália, talvez já conheça este video que tentei deixar noutro blog.
O link é:

http://www.youtube.com/watch?v=Pwghabw4N80

Célia