domingo, 2 de setembro de 2012

Sobre a colocação de professores

Apenas algumas considerações sobre os números que se conhecem a propósito do concurso de colocação de professores:
 - o Ministério da Educação não é um centro de emprego daqueles que querem ser professores, nem tem a obrigação de dar colocação a todos aqueles que pretendem ser docentes;
- os dados da OCDE demonstram que continuamos a ter um número médio de alunos por professor abaixo da média da OCDE (muito por via do número reduzido de turmas que os colegas com mais anos de serviço têm, dada a redução de componente lectiva existente para estes colegas);
- não é novidade a intenção clara da Troika e do Governo em reduzir as despesas inscritas no Orçamento do Ministério da Educação, sobretudo ao nível das despesas com salários, obtida através da redução do número de professores necessários ao sistema.
Sendo assim, não é de admirar que dos mais de 50000 candidatos ao concurso de colocação de professores para necessidades transitórias (ou seja para não efectivação) apenas tivessem sido colocados pouco mais de 7500 professores, muitos deles com horário incompleto.
Agora, o que é de admirar é que como é que com este panorama negro em termos de colocação de professores continuem a existir quase 2000 professores sem horário e que se arriscam a virem a ter um ano de "descanso", ou seja, sem turmas atribuídas, nem direcção de turma. Muitos deles irão para as bibliotecas e para as salas de apoio a fazer de conta que trabalham. A estes há ainda que acrescentar milhares de colegas dos quadros que foram colocados com seis horas de componente lectiva e que, portanto, também não irão ter um ano complicado. Estas situações de injustiça (sim porque uns terão dez ou mais turmas a seu cargo e outros ficarão a "olhar para o boneco") poderiam ter sido evitadas se o Ministério da Educação tivesse organizado o início de ano lectivo de forma responsável e sem olhar apenas aos cortes...
Só não percebo como é que ainda há quem acredite na possibilidade de ainda este ano se poderem vir a efectivar os colegas com mais de dez anos de serviço, quando foram tão poucos aqueles que obtiveram colocação e ainda há tantos professores sem horário.
Para o próximo ano teremos um concurso geral de efectivação (são de 4 em 4 anos) e, aí sim, será o tempo ideal para pôr tudo em pratos limpos: obrigar as escolas a lançarem as vagas reais (sem guardarem lugares nas gavetas para os amigos) e alterar as regras de concurso para evitar horários-zero e colegas QZP`s. 
Por outro lado, continuo a achar que se o Governo queria poupar dinheiro com a Educação deveria fazê-lo não por via dos cortes cegos no número de professores necessários ao sistema, mas sim alterando o regime de remunerações dos professores, através da diminuição do número de escalões e aproximando os vencimentos dos colegas do quadro (não se justifica que um colega com 30 anos de serviço receba quase mais mil euros que um colega do quadro do 1º escalão, quando ambos têm as mesmas funções docentes e, ainda por cima, o que tem 30 anos de serviço tem muito menos turmas e alunos que o outro "desgraçado" em início de carreira e que, muitas vezes, até fica com as turmas mais difíceis)...

2 comentários:

Luísa disse...

O Crato apenas seguiu as instruções do colega Gaspar e portou-se que nem um excelente aluno. Cortou tanto que até exagerou e aumentou o número de professores sem darem aulas. E agora ainda nos vem gozar na cara com a conversa de vincular colegas contratados.

Luísa disse...

O Crato apenas seguiu as instruções do colega Gaspar e portou-se que nem um excelente aluno. Cortou tanto que até exagerou e aumentou o número de professores sem darem aulas. E agora ainda nos vem gozar na cara com a conversa de vincular colegas contratados.