quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Esperam-se explicações de Nuno Crato...

1. Prevê-se um corte de 7,6% nas despesas com o Ensino Básico e Secundário e Administração Escolar, correspondentes a cerca de quase 500 milhões de euros;
2. Os principais cortes relacionam-se com as chamadas despesas correntes, por via da redução dos salários e do número de funcionários públicos;
3. As despesas com o Ensino Privado e Cooperativo irão aumentar dos actuais 238 milhões de euros para 240 milhões de euros.
Ora, apesar do aumento dos gastos com a Escola Privada e Cooperativa rondar menos de 1%, a verdade é que a quebra de quase 8% nas despesas com a Escola Pública, não sendo, na minha opinião, a prova de que este Governo pretende destruir a Escola Pública, exige que Nuno Crato explique as razões que levam a que os gastos com o Ensino Privado e Cooperativo aumentem.
As contas são fáceis de fazer. Nos contratos de associação cada turma custa ao Estado cerca de 85 mil euros anuais, pelo que um aumento de 2 milhões de euros significa um aumento, no país inteiro, de cerca de 25 turmas no ensino particular e cooperativo. Ora, sabendo-se que a Escola Pública tem capacidade para corresponder a sua oferta à procura existente (nem que seja porque o Estado gastou e continua a gastar largos milhões de euros com a Parque Escolar e até há ainda professores com horário-zero), então qual a razão para aumentar a despesa com o Ensino Particular e Cooperativo? A austeridade e a dureza têm de ser sentidas por todos, pelo que não se percebe que a proposta de OE para 2014 não apresente cortes no Ensino Particular e Cooperativo.
Espera-se uma explicação cabal por parte do ministro Nuno Crato...  

22 comentários:

Anticrato disse...

Mas que conversa é esta? O Pedro a criticar o Governo do Passos Coelho?
Por este andar ainda o vamos ver a fazer greve.

bibónorte disse...

DR Pedro, pode esperar sentado! ;)

Anónimo disse...

Pedro, acorde!!!!
Quer que Nuno Crato explique isso? Não é preciso, eu explico. Faz tudo parte da estratégia de privatizar ao máximo qualquer sector de actividade que possa dar lucro aos privados, o que se torna mais fácil quando se descredibiliza e/ou destrói o sector público.
Entendeu, ou é preciso fazer um desenho?
Até admito que, há uns 30 anos, o PSD não tivesse esta ideologia (pelo menos não tão radical), mas actualmente, as ideologias já só existem na gaveta das recordações.
Espero que o Pedro comece a perceber isso, pois caso não perceba, vai ter uma desilusão extremamente amarga quando descobrir que o seu querido PSD não é o salvador da pátria.

Pedro disse...

Anticrato, a greve é um direito cívico, pelo que não direi nunca...

Bibónorte e anónimo, ainda estou à espera de ver qual vai ser a explicação que Crato dará no Parlamento sobre a matéria. Mas ao contrário do anónimo não sou tão catastrofista ao ponto de dizer que o que este Governo quer é destruir a Escola Pública.
Que parece querer fazer "omoletes com poucos ovos" parece que sim. É que reduzindo a Escola Pública aos serviços mínimos e aumentando a exigência ao nível dos exames, parece quase impossível querer que os alunos do público tenham sucesso. E depois não venha o ministro Crato dizer que os resultados nos exames são maus porque temos maus professores!

Anónimo disse...

Explicação, Pedro??? Mas qual explicação???
Não me diga que ainda acredita no Pai Natal!!!

PQ disse...

Acho que a designação da explicação que N C deve dar não é a definida, mas sim adjectivada de " coval". Não é isso que o sr ministro quer fazer com a educação?

Professor disse...

Pedro, aconselho-o a fazer o seguinte exercício. Compare o que em 2014 o Estado vai gastar com o ensino privado e cooperativo com aquilo que se gastou com este tipo de ensino em 2008, 2009 ou 2010 quando eram os socialistas que estavam no poder. Vai ver que vai ficar admirado.

Pedro disse...

Ao último comentador direi que, por curiosidade, fui analisar os OE de anos anteriores e é verdade que no último governo socrático a despesa com o ensino privado cooperativo chegou a ultrapassar os 300 milhões de euros/ano. Mas em 2013 foi de 238 milhões euros, pelo que é importante que se ouça Nuno Crato de viva voz justificar o aumento de despesa prevista para 2014, quando o ensino público leva com um corte de mais de 7%. É que não basta parecer; há que ser...
Esperemos pela ida de Crato ao parlamento.

Anónimo disse...

De facto, o Pedro ainda acredita no Pai Natal...

Pedro disse...

Caro anónimo(?), no que eu me recuso a acreditar, ao contrário do anónimo, é na ideia de que este governo quer destruir a Escola Pública a favor dos privados.
É verdade que caminhamos para uma Escola Pública de serviços mínimos, mas daí a dizer-se que com este governo se assiste à privatização do ensino vai uma grande distância.
E se analisar bem, como alertou um comentador anterior, em governos anteriores, tanto do PSD como do PS, os subsídios ao ensino cooperativo e privado até já foram bem superiores aos actuais 240 milhões de euros.
O que há que criticar com este OE tem que ver com o esforço de austeridade que também deveria ter sido exigido aos colégios privados. Daí que se esperem explicações de Nuno Crato. O debate nada tem que ver com "pais natais"...

Anónimo disse...

Bom, o seu post é de dia 16, estamos a 23 e explicações nada! Parece que o Pai Natal não existe...
Francisco Santos

Anónimo disse...

Ou seja, só porque o PS esteve ainda pior, isso é suficiente para o Pedro ficar contente com estas medidas inqualificáveis do PSD?
E mantenho que o Pedro acredita no Pai Natal, pois se acha que o Nuno Crato vai dar explicações convincentes, e se continua a achar que o PSD não quer destruir o sector público para favorecer o privado, enfim... Deve andar muito distraído, só pode...

Pedro disse...

Não acredito que as explicações de Crato venham a ser convincentes, mas quero ver como é que o ministro vai justificar que o ensino privado e cooperativo não seja em 2014 atingido com cortes.
Quanto ao "bicho papão" do PSD querer destruir tudo o que é público, beneficiando os privados não vou nessa conversa. Só para recordar: os grandes recordistas das PPP´s foram os socialistas...

Anónimo disse...

Há realmente mentes brilhantes na arte da enfabulação... a do pedro é uma delas!

Realmente a época de Natal está próxima e o pai natal lá vira com o coelhinho e o cRatinho ao circo... no comboio... isto, se ainda houver comboio!

Depois... virão nos reis com a bandeja a oferecer (eu sinto-me lisonjeado com esta oferta) às escolas públicas uma gestão com privados (que bom, que bom, agora sim encontraram a salvação das escolas públicas)!
Claro que tudo isto é feito só para melhorar a qualidade da educação (seja lá isto o que for) nas escolas do estado.

Vou revelar-lhe um segredo... chegue-se... o pai natal este ano não vem vestido de vermelho (?!), mas com um macacão laranja!

Pedro disse...

Lá vem o anónimo(?) com a teoria de que estamos na presença de um bando de neo-liberais que querem destruir o Estado Social e passar tudo para os privados.
Já estamos no 3º ano de governação PSD-PP e o que vejo é um governo a tentar colocar na linha um país que estava na bancarrota. Sim, bancarrota! Custa assim tanto a perceber.
Quanto ao Estado Social? Sim minguou, é verdade. Vivemos tempos difíceis, pelo que era inevitável que assistíssemos a uma estratégia de racionalização de meios e recursos. Mas daí a pensar-se que estamos a assistir à destruição do Estado Social vai uma grande distância.
Volto a relembrar que o recordista das PPP`s não foi o PSD, mas sim o PS. Aliás, este governo cortou a direito nas PPP`s e nas rendas fixas...
Quanto à Educação, não creio que os privados passem a gerir as escolas públicas. Quanto à autonomia que uns tanto reclamam, a ver vamos se não vai ser uma espécie de "presente envenenado"...

Anónimo disse...

Aquilo em que você crê ou deixa de crer é o menos. Não é porque você crê ou deixa de crer que deixa de ser verdade e evidente que o (des)governo atual anda a cozinhar tudo para que a escola pública se reduza ao serviço mínimo para os pobres e o resto seja privado embora financiado com o dinheiro dos nossos impostos. E se o governo de Sócrates foi mau - e foi - isso não torna o de Passos Coelho bom, ou sequer menos mau.
Francisco Santos

Pedro disse...

Caro Francisco, concordo consigo na ideia de que a Escola Pública tem vindo a "empobrecer", assim como o sistema de saúde, de justiça, das forças armadas e por aí fora. Tudo o que respeita ao Estado está a empobrecer. Infelizmente...
Havia alternativa? Cada um lá terá a sua opinião. Há aqueles que são mais pragmáticos a quem uns chamam conformados, tal como há aqueles que são mais inconformados, a quem uns chamam de idealistas.
Agora há uma evidência que não pode ser desmentida. Há três anos atrás estávamos à beira da bancarrota e a culpa todos sabem de quem foi...
Quanto à velha questão de que estamos a ter uma Escola Pública para pobres e um sistema privado para ricos, discordo em absoluto dessa visão das coisas.
Penso é que houve uma medida que veio prejudicar em muito a forma como a Escola Pública evoluiu nos últimos anos: o aumento da escolaridade obrigatória para os 12 anos. Num próximo artigo irei escrever sobre este assunto e tentar demonstrar como esta medida veio prejudicar em muito a Escola Pública...

Anónimo disse...

O pedro tem uma mente brilhante!

Eu ainda não sei ainda de quem foi a culpa daquilo a que chama "perto da bancarrota"?! Pode-me elucidar?!
E agora já estamos longe?! Pode-me elucidar também?!

Sim, a escolaridade de 12 anos é um perigo... e muito prejudicial para o país!

Tem emprego, não é?!
Pois...

Pedro disse...

Caro anónimo, correndo o risco de o não conseguir elucidá-lo, visto que parece que em termos de opinião estamos em pontos opostos, aqui vai...
1. Sim, estivemos quase na bancarrota, dado que há 40 anos que o Estado vive do recurso à dívida pública e em 2011 estivemos próximo de não conseguir recorrer à dívida pública e, por conseguinte, sem capacidade para saldar dívidas anteriores, pagar salários da Função Pública e pagar pensões...
2. De quem foi a culpa? Dos governos que nos últimos 40 anos nunca conseguiram um défice público sustentável (inferior a 3% do PIB), com destaque para os governos socráticos cujos défices, em tempos de crescimento económico, foram constantes. E, recorde-se, só em 2008 e 2009 os défices públicos quase atingiram os 10% ao ano. E não nos esqueçamos das PPP`s, um recurso lamentável dos governos socráticos para fazer obra (muita dela desnecessária) à custa de pagamentos posteriores sem qualquer tipo de sustentabilidade financeira...
3. Estamos mais longe da bancarrota? Sim, embora à custa de muita austeridade e sacrifícios. É verdade, mas alguém esperava tempos de facilitismos? O défice está próximo dos 4% e o PIB, depois de afundar, começa a aumentar. Os portugueses já sabem que não podemos viver acima das nossas possibilidades e foi isso que fizemos, enquanto Nação, nos últimos 15/20 anos...

Anónimo disse...

Já pensou em escrever guiões para filmes de ficção?!


Luis Moreira disse...

Não será porque as escolas privadas têm melhores resultados? Isso não explica que se apoie as boas escolas e se fechem as más?

Pedro disse...

Luís, depende. Nem todas as privadas com contratos de associação têm melhores resultados à custa do rigor e da exigência. Como sabe, algumas inflacionam as notas...