domingo, 10 de novembro de 2013

A importância de analisar os rankings...

Todos os anos, por esta altura, costumo aqui escrever um post sobre os rankings das escolas que são dados a conhecer pelos vários órgãos de comunicação social. Sempre preferi destacar os revelados pelo jornal Público. Apesar de muita gente criticar os rankings continuo a pensar que a divulgação pública dos resultados obtidos pelos alunos nos exames nacionais devem ser vistos como uma importante oportunidade para que cada escola se auto-avalie, para além dos benefícios que cada comunidade educativa pode ter por saber de que forma é que a "sua" escola está a evoluir ao nível dos resultados escolares.
Há já vários anos que costumo aqui fazer uma análise muito sucinta do registo dos resultados obtidos pelos alunos no exame de Geografia A da escola onde lecciono. Como este ano lectivo estou numa nova escola (com novos procedimentos, novas formas de trabalhar, novas formas de encarar os exames, etc.) resolvi analisar os resultados obtidos, nos últimos quatro anos, no exame de Geografia A pelos alunos da escola onde estive a leccionar no último quadriénio, até porque nos dois primeiros anos leccionei ao 11º ano e "levei" alunos a exame. Por outro lado, apesar de nos últimos dois anos não ter tido turmas do 11º ano, muitos dos alunos que foram a exame haviam sido meus alunos uns anos antes no 3º ciclo do ensino básico. E foram quatro anos numa escola onde o grupo de Geografia teve a "exigência nas aprendizagens" como uma das suas principais prioridades. Um grupo de docentes relativamente jovem, com uma média de idades a rondar os 40 anos de idade, e que funcionou sempre bem no sentido de fomentar nos alunos o gosto pela Geografia.
Sou dos que consideram que a estabilidade docente numa escola, mas sobretudo a escolha dos professores que leccionam anos de exame constituem factores decisivos com vista à obtenção de resultados satisfatórios nos exames. Por outro lado, a forma como em anos de escolaridade anteriores aos anos de exame (a partir do 7º ano de escolaridade) se começa a cultivar a exigência e o rigor são, quanto a mim, factores determinantes para que os alunos se preparem convenientemente para os exames. Dou um exemplo concreto: para que qualquer aluno chegue, no 11º ano, ao exame de Geografia A em condições óptimas de conhecimento e literacia geográfica é importante que ao longo do 3º ciclo do ensino básico o aluno tenha sido "habituado" a conviver com a exigência e o rigor adequados ao desenvolvimento do conhecimento geográfico. Pelo contrário, se durante os 7º, 8º e 9º anos predominou o facilitismo e a reduzida exigência o mais certo é que o aluno esteja mal preparado quando chega ao ensino secundário e aí já será muito mais difícil incutir no aluno os pré-requisitos que lhe faltam. Ou seja, a influência docente nos exames não é só a do professor titular da disciplina, mas também dos seus colegas de grupo disciplinar que tiveram esses alunos em anos anteriores. É todo um trabalho colectivo que deve ser incentivado e orientado num único sentido por parte dos professores de cada disciplina, independentemente do ano de escolaridade em que leccionam.
Os resultados obtidos pelos alunos nos exames nacionais deveriam ser sempre alvo de um estudo aprofundado em cada escola, tanto em termos de comparação com escolas de meio sócio-cultural semelhante, como ao nível da evolução registada ao longo dos anos. Deveria haver um procedimento obrigatório por parte de cada uma das escolas por forma a diagnosticar os problemas existentes (um dos que considero mais graves é o da discrepância que em muitas escolas existe entre a nota interna e a nota de exame), assim como ponderar possíveis soluções para ultrapassar os problemas diagnosticados.
Os exames não devem ser uma obsessão, mas não devem ser negligenciados. E a análise cuidada dos resultados obtidos pelos alunos deve ser seriamente realizada tanto a nível de grupo disciplinar, como da própria escola como um todo...   
E para quem quiser saber tudo acerca dos resultados nos exames nacionais nos últimos cinco anos, em todas as disciplinas, deixo a indicação do melhor site que conheço: o projecto BESP (para o conhecerem cliquem aqui) . Vale a pena visitarem-no para ficarem a saber os resultados da "vossa" escola nos exames nacionais à "vossa" disciplina...

3 comentários:

Luis Moreira disse...

A livre escolha é só para quem escolhe a escola pública :http://bandalargablogue.blogs.sapo.pt/670990.html

Ana disse...

Há um conjunto alargado de fatores que explicam a variedade de resultados das escolas nos exames. Por isso é que temos escolas que ano após ano sobem e descem nos rankings.

Unknown disse...

Olá Educador Pedro, felicidades para toda sua casa!

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