segunda-feira, 16 de março de 2015

Sobre a greve de sexta-feira. E lá se foram 5 milhões de euros...

A passada sexta-feira foi marcada pela greve da Função Pública. Os sindicatos falaram em 80% de adesão; o Governo nem do assunto falou. O certo é que no sábado já ninguém falava da greve e a semana começa com a conversa do costume: a novela "Sócrates" e a continuação da sua prisão preventiva.
É verdade que muitas escolas fecharam e que a grande maioria dos professores está descontente com a actual situação que atravessamos. Há razões para o descontentamento: as carreiras estão congeladas, a vida profissional dos docentes está mais difícil (as turmas estão maiores e a instabilidade profissional cresce), continua a desvalorizar-se a profissão. Enfim, se há classe que tem sido atingida pela austeridade é a dos professores. 
Mas, a melhor solução para demonstrar esse descontentamento será mesmo a greve? Ainda por cima a uma sexta-feira? Não me parece. Já aqui escrevi muitas vezes sobre os benefícios reais de se fazer greve. Não me vou alongar muito sobre o assunto. Apenas sei que a greve apenas beneficia o Estado, com a poupança de largas centenas de milhares de euros em salários, e prejudica os grevistas (menos um dia de salário não é nada displicente). Mas, respeito quem opta por fazer greve. É um direito que tem... Apenas penso que as consequências reais são inócuas...
Pois bem, a greve da passada sexta-feira já passou e tudo segue na mesma. A única certeza é que o Estado poupou, pelas contas dos sindicatos, quase 5 milhões de euros em salários. Basta fazer as contas: cerca de 70 mil professores em greve, com um prejuízo de 70 euros em média para cada docente, dá quase 5 milhões de euros...
Greves? Não, obrigado! Para uma grande manifestação em Lisboa até à Av. 5 de Oububro, lá estarei, como já estive noutras ocasiões...

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