sábado, 29 de agosto de 2015

Para muitos, a mesma sina de sempre: voltar à estrada...

Aí está Setembro e o início de um novo ano lectivo. As listas finalmente foram publicadas (uma vez mais quase no final de Agosto) e a lotaria deu no que deu: alegria para alguns, tristeza para muitos e angústia para mais de vinte mil colegas que não conseguiram colocação...
Uma vez mais confirma-se que é urgente mudar por completo o processo de colocação de professores: os colegas QZP`s menos graduados continuam a sair beneficiados na fase de mobilidade interna em relação aos colegas QA`s mais graduados; continuam a processar-se colocações pelo mês de Setembro, quando já todas as escolas deveriam estar com os seus professores ao serviço e continua patente a confusão e burocratização das colocações ao nível de escola. Urge reformar por completo o processo de colocação de professores: uniformizar e simplificar, tendo como critério principal a graduação profissional...
No final do dia de publicitação das listas, o Facebook transformou-se no local de desabafo de muitos professores: uns contentes com o que lhes havia caído em sorte, outros (muitos) desiludidos. Para muitos (demasiados) à medida que os anos passam parecem mais distantes as hipóteses de ficarem mais próximo das suas áreas de residência. Só meu rol de colegas vi demasiados ficarem bem pior do que haviam estado nos últimos dois anos. E falo de colegas já vinculados ao MEC, na casa dos quarenta anos, que constituíram família e que têm filhos: uma colega de Trancoso que ficou agora colocada em Montalegre, outra de Tondela a ficar colocada em Leiria, um outro de São João da Madeira a ficar colocado em Vila Pouca de Aguiar. Todos eles estiveram nos últimos dois anos mais próximos de casa... Enfim, podia dar mais exemplos: professores com cerca de vinte anos de serviço e que, nesta fase dos concursos, continuam a não conseguir-se aproximar-se de casa. Porquê? Em parte porque concorrem na 2ª prioridade e são passados à frente pelos colegas QZP`s, muitos deles menos graduados... Mas, muitas outras injustiças existem neste obsoleto modelo de colocação de professores!!!
Pena é que daqui a duas semanas os sindicatos deixem de falar no assunto e apenas se volte a ouvir falar em concursos de professores daqui a um ano. Até lá, mais do mesmo...

13 comentários:

Anónimo disse...

Concordo com o absurdo de dar prioridade aos QZP mas discordo veementemente da sua afirmação de que "mais de vinte mil colegas que não conseguiram colocação":
"Colegas"?

Pedro disse...

Sim, caro Agnelo, tem razão. Muitos dos candidatos a professores nunca o foram, pelo que não poderão ser apelidados de "colegas", mas isso é o menos importante...
Grave é continuarmos a assistir a esta absurda injustiça de colegas menos graduados passarem à frente de colegas mais graduados, apenas porque são QZP`s. Ainda por cima muitos ficam apenas com seis horas lectivas, preenchendo o resto do horário com tutorias e apoios, serviço muito menos cansativo. E dos sindicatos? O que temos? Um silêncio absoluto...

Anónimo disse...

Você ou é burro ou é mesmo parvo por opção própria!

Na primeira prioridade estão TODOS OS DOCENTES EM COMPONENTE LECTIVA, não são apenas os QZP's.

É este tipo de comentário que faz confusão na cabeça das pessoas, tornando os QZP's nos vis malandros que estão a passar à frente dos quadros de escola mais graduados!!!!

Pois digo-lhe que há alguns anos, não tantos como isso era precisamente ao contrário, os QE's é que passavam à frente de tudo e todos. Também isso não estava certo.

INFORMAÇÂO: QE/QA e QZP - concorrem na mesma prioridade, sendo ordenados pela sua graduação profissional - SEMPRE que não tenham componente lectiva, nos casos dos QZP's isto é uma constante sempre que há concurso. Mas se você for às listas vai ver que isto que eu acabei de escrever é verdade, os QE estão misturados com os QZP.

Agora, o culpado disto é o PSD, foi já no ministério do nuno crasso que eles se lembraram disto.

Anónimo disse...

Na primeira prioridade estão TODOS OS DOCENTES SEM COMPONENTE LECTIVA

Pedro disse...

Dá para ver que o anónimo anterior é QZP e, por isso, só vê o que lhe interessa.

Em resposta, deixo-lhe um texto que um colega meu publicou no FB sobre o assunto em questão.

"Analisar a Lista Definitiva De Ordenação Da Mobilidade Interna do meu grupo de recrutamento deprime qualquer um que se encontre na situação de QA/QE. Do número 1 ao número 682, estão, maioritariamente, ordenados os professores afetos a um QZP e que, por isso mesmo, concorrem em 1ª prioridade. Da posição 683 até à 901, encontram-se ordenados os professores QA/QE que, dizem os entendidos, concorrem em 2ª prioridade, pois, pertencem a um quadro, isto é, têm um “teto” onde se abrigarem (que felizardos!!).
Todos nós, os que andamos nestas andanças do ensino em Portugal, sabemos também que, maioritariamente, o primeiro grupo de docentes tem menos tempo de serviço do que o segundo grupo e que, se concorrêssemos todos em 1ª prioridade, o segundo grupo passaria, na maioria dos casos, à frente e viria a ocupar os lugares que aquele detém.
Ora isto parece uma questão de somenos importância para o comum dos mortais mas, talvez não o seja porque o que realmente se passa é que, nós, professores de QA/QE lecionamos há 10, 15, 20 anos em escolas a 30, 40, 50 Km da nossa área de residência, enquanto vemos os nossos colegas de QZP, na maior parte dos casos, mais novos quer em idade quer em tempo de serviço, ficarem colocados nas escolas bem próximas da sua área de residência, assim “just like that”.
Vem logo quem de direito dizer “Estes senhores professores não têm razão nenhuma, pois, é-lhes concedida a 1ª prioridade na 1ª fase do concurso!!” Pois, e as vagas a concurso? São suficientes? Pergunto eu … até quando
Trata-se ou não de uma situação um tanto ou quanto injusta? Por que motivo não somos todos colocados, aquando da mobilidade interna, por graduação profissional sem qualquer tipo de prioridade? (atendendo, apenas, com especial cuidado a situação dos docentes a quem foi atribuído horário zero) Compreendo que os professores de QZP não estão afetos a um quadro de escola … então e os professores de QA/QE, que estão afetos a um agrupamento/escola
Vão padecer por isso por mais 5, 10, 15 anos? Por que motivo temos nós de despender de parte do nosso ordenado em deslocações quando, nas nossas bochechas, os lugares mais perto das nossas residências são ocupados por colegas mais jovens em idade e tempo de serviço, reitero.
Lógica nisto, só mesmo a da batata. Com todo o respeito que os colegas professores me merecem, sejam eles QA/QE ou QZP, impõe-se tornar evidente esta situação que não é nova, que poderá prolongar-se no tempo, e que ninguém parece querer ver."

Acrescento ainda a injustiça de os QZP´s apenas precisarem de 6 horas lectivas para "conseguirem" colocação na MI, enquanto que os QA`s precisam de horário completo para se aproximarem das suas residências, independentemente da graduação de uns e outros...

Portanto, no Concurso de Mobilidade Interna todos os docentes deveriam ser colocados de acordo com a sua graduação profissional, independentemente de se encontrarem vinculados a um quadro de agrupamento/ escola ou de zona.

Anónimo disse...

Pois...
vamos todos votar nestes gajos outra vez, foram eles que inventaram estas prioridades, foram eles que inventaram 3 concursos simultâneos para contratados - o geral; as BCE da enormidade que são as escolas TEIP que colocam quem querem independentemente de tudo o resto (há um caso de uma escola de Olhão onde um dos critérios era possuir carta de marinheiro); e as AEC que são da responsabilidade não se sabe muito bem de quem (nuns sítios é da escola, noutros é das câmaras, noutros é dos Enc Educação que por sua vez contratam empresas que ficam com parte do vencimento de quem trabalha A RECIBOS VERDES) ...!

Acrescento ainda que quando os concursos eram em suporte de papel não havia tanta porcaria e eram muito mais justos.

Agora não se esqueçam, vamos todos votar neste nuno crasso pelo exemplar serviço da bosta que tem andado a fazer!!!!

Anónimo disse...

Abram os olhos o objectivo é, instaurar o caos em todos os serviços públicos ( que também são um bom negócio), vejam também o caso da saúde a par com o da educação.

Destruir o público, que é pago com os nossos impostos, para que os cidadãos prefiram o privado pois é muito mais eficaz (pago com os nossos impostos acrescido de propinas!)

Somos ou não um povo inteligente?

Anónimo disse...

É pena que não haja um filtro automático para eliminar comentários de imbecis como o anónimo do dia 1 ao fim da tarde.
Segundo ele, a graduação é o critério seguido para a colocação, independentemente de se ser QA/QE ou QZP.
Pois, só que isso é apenas nos casos de ausência de componente lectiva. Um docente QA/QE que queira apenas aproximar-se da sua residência (e há milhares colocados bem longe) e que, na maior parte dos casos, é mais graduado do que os QZP's, é relegado para a 2ª prioridade, o que na pratica significa que, a não ser que seja de Bragança e esteja colocado em Faro (ou algo parecido) não tem qualquer hipótese de se aproximar, pois as várias vagas boas que ainda vão aparecendo vão todas para os sortudos da 1ª prioridade (QZP's ou QA/QE sem componente lectiva).
Como se isso não bastasse, o MEC permite ainda que os QZP's concorram a qualquer escola em qualquer ponto do país e só depois obriga a que concorram às escolas do seu QZP. Na prática, é indiferente ser-se QZP em Bragança ou em Faro, pois fica-se sempre colocado onde se quer, salvo raras excepções. E como criou lugares de QZP exclusivamente para aqueles que eram contratados, ainda mais aberrante ficou a situação, com colegas bem menos graduados a ocuparem os lugares mais apetecíveis, impedindo colegas muito mais experientes de o fazer.
Quem não tem capacidade mental para perceber isto nem sequer devia estar no ensino, pois é um insulto à nossa classe.

Anónimo disse...

À criatura do comentário acima:
Eu nunca disse que concordava com as regras que este governo, na «pessoa» de nuno crasso, inventou para os concursos de professores, SIMPLESMENTE PRETENDI DEIXAR CLARO que não são só os QZP que concorrem em primeira prioridade, também há os QA/QE - entendeu ou quer que lhe faça um desenho?
Sou QZP sim senhor e não fiquei colocado porque 3 QA/QE resolveram vir lá do cú de Judas para o QZP onde estou efectivo, logo, verificou-se a regra da graduação profissional, mesmo não tendo ficado satisfeito é justo, compreendeu?
Para o pedro, não é verdade o que você disse sobre as seis horas... vá às listas!
ASSIM, parem lá de fazer dos QZP's os bodes expiatórios para as m&rd@s do psd e do nuno crasso, ponham as culpas em cima do verdadeiros responsáveis.

Já agora, não vejam só o vosso umbigo, vejam o caso dos milhares de contratados às voltas com uma série de concursos simultâneos, sendo o caso das AEC e das BCE de natureza duvidosa, muitas vezes viciados pela má índole de quem faz a selecção...

Querem falar falem com justiça, falem de tudo o que está mal e ponham as culpas nos verdadeiros culpados. pois isso de só ver o próprio umbigo e voltar as costas a quem está pior dos que nós, porque não nos toca e pode ser que não nos venha a calhar, só demonstra fraca personalidade.

Anónimo disse...

Apesar de você ser, ou um mentecapto, ou um tremendo egoísta, vou responder, até porque pode haver outras pessoas que lêem o que vou escrever.
Um QZP da zona 1 pode ficar colocado por sua iniciativa numa escola do Algarve, logo, não há qualquer problema em não se respeitarem os limites físicos de cada zona. Sendo assim, se por acaso o MEC alterasse o estúpido e injusto sistema de prioridades, o que poderia acontecer era que muitos QA/QE colocados longe de casa conseguiriam ocupar lugares bem mais próximos, lugares esses que actualmente são ocupados pelos QZP's, que na maioria dos casos são menos graduados. O que significaria que esses QZP's poderiam não ter horario na zona na qual são efectivos. E depois? A mobilidade dos QA/QE, falando da aproximação à residência, implica a libertação das suas vagas, que obviamente ficariam disponíveis para os QZP's. O problema é que seriam em sítios para onde você e os outros QZP's não querem ir! Pois, é tudo muito bom quando os problemas são dos outros...
O problema tem uma solução muito fácil: a colocação devia ser SEMPRE pela lista de graduação, fosse no concurso interno para efectivar em QA/QE (onde se segue a lista mas é irrelevante porque as vagas são irrisórias) fosse no concurso para mobilidade interna, onde não faz qualquer sentido haver prioridades. Se as vagas forem 100, serão sempre 100, já que a vaga de um QA/QE, quando libertada, entra no concurso em substituição da que ele ocupou. E mesmo que não seja esse o caso, e alguém tenha de ficar em horário zero, o que faz sentido é que seja um menos graduado e não um mais graduado.
Isto pode ser bom para uns e mau para outros, mas toda a gente que tem cérebro compreende que, bom ou mau, é o mais justo.

Pedro disse...

Aconselho os dois anónimos anteriores a utilizarem "nicknames" nos seus comentários, por volta a facilitarem o confronto de opiniões...

Ao penúltimo anónimo direi que tem razão em relação às horas: não são seis horas, são oito horas lectivas. Grande diferença!!!

Ao último anónimo apenas acrescentarei o seguinte: se em tempos O MEC pretendeu acabar com os QZP`s e depois voltou o bico ao prego (agora parece que quer é ter mais QZP`s para ter menos contratados), penso que se deveria voltar à ideia inicial de apenas termos QA`s no sistema, pelo que todos os QZP`s deveriam ser obrigados a efectivar em QA`s e depois seguir-se-ia uma fase de destacamento para aproximação à residência, em que todos entrariam em pé de igualdade, tendo como único critério a graduação profissional... Aí sim, passaria a haver justiça no sistema...

Anónimo disse...

Acrescento apenas que, para além de tudo o resto, eu era QZP e fui obrigado a passar a QE, porque, em 2002, havia a obrigatoriedade de, para além de escolhermos as escolas, concelhos, distritos ou QZP's que quiséssemos, concorrermos a uma das 4 zonas em que o país estava dividido, de norte a sul. O resultado disto tudo foi que eu efectivei numa escola para a qual não concorri (nem nunca concorreria, sobretudo agora que a conheço!), simplesmente porque fazia parte da zona à qual fui obrigado a concorrer, e o meu caso é semelhante a muitos outros que eu conheço, e certamente a muitos outros que não conheço.
Isso não seria muito grave, se, como até aí, pudéssemos pedir destacamento na mesma prioridade em que os QZP's concorrem à afectação, só que o MEC colocou os QA/QE como eu em 2ª prioridade, atrás dos QZP's, que concorriam em 1ª prioridade, e por isso têm apanhado desde então os lugares que são verdadeiramente bons. Isto porque, no concurso interno anterior ao da mobilidade (ou seja, para obter um lugar permanente e não apenas temporário) as vagas que vão a concurso nunca são as reais, já que as escolas têm de se precaver e evitar eventuais horários zero.
Ah, e a cereja no topo do bolo foi que o MEC, para além de alterar as prioridades, ainda acabou com qualquer imposição de concorrer a uma das tais 4 zonas. Ou seja, enquanto eu e outros não tivemos escolha, a partir daí quem era QZP pôde simplesmente manter-se tal como estava, bastando concorrer apenas ao que realmente lhe interessa, e não a uma zona cheia de escolas que não interessam.
Se, depois disto, alguém ainda duvida do facto de os QZP's serem, actualmente, e desde 2004, uns enormes privilegiados, só mesmo fazendo um desenho...

Anónimo disse...

Para o gajo dos último e antepenúltimo comentários:
Você sabe ler e interpretar textos? Leu bem o que escrevi?
Em algum momento leu, nos meus comentários, que eu defendo estas prioridades?
Você deve ser de desenho ou de ginástica com certeza!