domingo, 18 de outubro de 2015

Sobre a idade dos professores...

Na semana passada, o CNE (Conselho Nacional da Educação) publicou um interessante estudo sobre o Estado da Educação. É um estudo muito pormenorizado sobre a Educação em Portugal, onde são dados a conhecer centenas de gráficos a propósito da evolução registada pelo nosso país ao nível dos resultados escolares, da população estudantil, dos docentes, sempre numa lógica de comparação temporal e geográfica com os outros países da UE. Aconselho a sua leitura...
Um dos indicadores que tive maior curiosidade em analisar foi o da idade da classe docente. Sabemos que nos queixamos de que a idade média dos professores portugueses tende a ser cada vez maior, que cada vez há menos colegas contratados nas nossas escolas, que há cada vez mais professores com 50 ou mais anos de idade a leccionar... Tudo verdade! Com a quebra da natalidade e o contínuo êxodo rural, as escolas do Interior do país são aquelas que mais se ressentem com a diminuição do número de alunos. Nem o alargamento da escolaridade até aos 18 anos de idade ameniza este problema... E com a política de agrupar estabelecimentos escolares, a acrescentar à redução do número de professores no sistema, a tendência para o envelhecimento da classe docente é inevitável...
Mas, comparemos a nossa realidade com aquilo que se passa nos outros países da UE. Entre os 27 países da UE considerados no estudo (com dados de 2013), mais de metade (15 países) apresentam uma classe docente mais envelhecida que a portuguesa. De facto, se considerarmos apenas os professores com mais de 50 anos de idade, a realidade portuguesa não é das piores. Ou seja, até podemos considerar a nossa classe docente como das mais jovens da UE: há apenas 11 países, de um total de 26, que têm mais professores até aos 49 anos do que Portugal. Afinal, a nossa classe docente não está assim tão envelhecida... E, professores com mais de 60 anos de idade, há 20 países da UE, onde o seu peso percentual em relação ao total é maior do que em Portugal.
Claro que não podemos analisar apenas este tipo de indicador de forma isolada. Seria importante saber como são as condições laborais dos docentes tendo em conta a sua idade. Como é a redução da componente letiva tendo em conta a idade dos docentes nos outros países da UE? Qual é o número médio de alunos por professor, com base na idade, nos outros países da UE? Em que tipo de atividades (letivas ou não letivas) é que os professores com mais de 50 anos ocupam a maior parte do seu tempo nos outros países da UE? Muitas são as questões que estão por responder e que, efetivamente, seriam importantes de responder por forma a saber a realidade das condições em que trabalham os docentes nos países da UE
Mas, com este relatório, ficamos a saber que, afinal, a classe docente portuguesa não é assim tão envelhecida como muitos julgam. Em Portugal, no 3º ciclo do ensino básico, sete em cada dez professores têm menos de 50 anos de idade!

4 comentários:

Anónimo disse...

E com isto quer dizer o quê?!?!?!????!!!!!!!!

Que somos todos uns jovens e podemos muito bem trabalhar até aos 85 anos?!!

Você não nega mesmo aquilo que é:

FASCISTA!

Pedro disse...

Não afirmei que podemos trabalhar até aos 85 anos, nem que somos todos jovens!!!
Há mesmo quem não tenha capacidade argumentativa...

Anónimo disse...

E consigo vale a pena argumentar???

Quem usa cabresto não consegue entender argumentos diferentes dos que apresenta!

Nuno Ameida disse...

Na minha escola mais 70% dos professores tem menos de 50 anos!