Segunda-feira começam as reuniões de avaliação do final do 1º período. Depois de treze semanas de aulas, vou propor as avaliações da disciplina de Geografia dos mais de duzentos alunos aos quais tento despertar o seu interesse pelo estudo dos fenómenos geográficos do nosso País e do Mundo, nomeadamente os relacionados com a população, a economia, o clima ou o ambiente...
As avaliações propostas implicam as seguintes percentagens de níveis inferiores a três:
- a duas turmas do 7º ano: 30%
- a duas turmas do 8º ano: 41%
- a três turmas do 9º ano: 13%
- a uma turma do 10º ano: 8%
Estas propostas de avaliação parecem evidenciar uma constatação simples: à medida que o nível de escolaridade avança, o sucesso escolar dos alunos melhora. Não sei se esta constatação será a mais correcta, mas a ideia que tenho é que a teoria da selecção de espécies de Darwin parece aplicar-se ao processo de ensino-aprendizagem em Portugal, ou seja, com o elevado abandono escolar que temos e o insucesso escolar preocupante nos 6º, 7º e 8º anos de escolaridades, os "piores" alunos em termos de aproveitamento escolar ficam rapidamente fora do sistema de ensino, pelo que o sucesso é inflacionado nos anos seguintes. Terá alguma lógica esta teoria? Não sei... Mas, a ideia que tenho é que a partir do 9º ano o sucesso escolar em Geografia é maior do que nos níveis anteriores.
Entretanto, surge, da parte do Governo, um novo plano para combater o sucesso escolar, através da multiplicação do número de cursos profissionais, de aprendizagem, de formação e de especialização tecnológica. Desde que o sucesso escolar não seja feito à base do facilitismo, tudo bem...
Votos de boas reuniões de avaliação para todos.
3 comentários:
Confesso que a ansiedade no início das reuniões de avaliação era alguma sobretudo porque havia alguma expectativa em relação à avaliação de alguns alunos. As reuniões foram passando até que vieram os despropositados planos de recuperação. Foi engraçado ver alguns colegas que "regressaram" este ano ao básico literalmente aos papéis. Ninguém acredita que os benditos(?) planos resultem em alguma coisa, mas por sim e por não lá se preencheram as folhitas. Acredito que no segundo período as negativas vão ser menos...
zé Augusto
É verdade, caro Zé Augusto. Na minha escola, os famigerados planos de recuperação cingiram-se, quase todos, ao estabelecimento de estratégias de remediação e de reforço a cumprir nas aulas de Estudo Acompanhado (EA). Coitados dos docentes que leccionam EA.
Quanto às actividades de remediação, estas foram quase ignoradas e as aulas de recuperação destinaram-se quase só exclusivamente às disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática...
Ou seja, e em bom português, muita parra e pouca uva...
Concordo contigo Miguel quando falas no facilitismo... E cada vez se facilita mais no básico só para oos meninos terem o 9ºano... só que depois eles resolvem seguir! E há notas miseráveis...
Mas aplicares o Darwinismo aqui é um pouco pesado... :D
Um abraço
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