segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

A Educação não passa só pela Escola...

Cada vez que se discute um problema de carácter social, a Escola é, repetidamente, chamada a intervir no sentido de incutir na população mais jovem os valores e princípios mais adequados mediante os quais uma sociedade se deve reger. Seja ao nível do combate ao tabagismo, ao alcoolismo, à toxicodependência ou a outro flagelo da sociedade, seja na promoção de gestos e comportamentos válidos, é a Escola e, consequentemente, aos professores que se vem exigir a assumpção do papel de bons educadores.
O problema é que, por muitos discursos que os nossos governantes possam fazer no sentido de valorizar o papel do professor como nivelador e orientador da sociedade (convém lembrar que discursar não chega!!!), a verdade é que quando surgem episódios como o ocorrido com o jogador benfiquista Luisão, todo um trabalho de promoção de valores de cidadania deixa de ter a consistência devida.
Na sexta-feira passada, na minha última aula do dia, já os alunos falavam do que tinha acontecido com Luisão. Riam-se e achavam piada à situação, como que valorizando a atitude do jogador. Não os ouvi condenar a atitude dos magistrados e, nem chamados à atenção, foram capazes de criticar o jogador.
Uma coisa é certa: por mais leis que se "fabriquem" no Parlamento para elevar o nível de educação dos nossos jovens, são estes maus exemplos que levam tudo a perder...

3 comentários:

AnaCristina disse...

Sabes o que acho?
Pior que o que acontece na opinião pública é o que acontece nas nossas escolas. Se um aluno faz asneira X e outro aluno faz a mesma asneira X, em algumas escolas, eles podem ser tratados com castigos completamente diferentes.

Isto sim, faz mais pelo descrédito do nosso trabalho!

José Manuel Dias disse...

Os exemplos determinam o modo como os jovens se comportam...Estou de acordo com a tua leitura.
Abraço

Sizandro disse...

Numa sala de primeiro ciclo, sempre que uma professora pede que os alunos digam o que querem ser no futuro, 80% quer ser jogador de futebol. Isto demonstra bem a forma como as novas gerações estão a ser educadas e o tipo de formação que recebem... e não é na escola.