segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Aposentações

Um dia destes estava na sala dos professores a corrigir umas fichas de trabalho da minha turma do profissional quando se sentou ao meu lado um dos colegas com mais anos de serviço lá da escola. O colega em questão é professor na minha direcção de turma e vinha no intuito de me relatar um episódio ocorrido na aula com uns alunos da turma e que o levou a participar disciplinarmente a ocorrência. O colega, depois de me contar a situação ocorrida, começou a lamentar-se dos alunos que em hoje em dia temos, recordando, num espiríto saudosista, os tempos em que dava aulas há 30 anos atrás e que nada tinham que ver com os tempos de hoje.
O colega confidenciou-me que, muito proximamente, irá colocar os papéis para a sua reforma, dado que se encontra cansado e desmotivado com a escola que temos. Dizia ele que esperava que este fosse o último ano a dar aulas. E, num estilo de quase monólogo continuou a comparar os tempos do "antigamente" com os tempos de agora, evidenciando revolta e frustação com o período que vivemos na escola pública portuguesa. 
Esta é daquelas situações que, de forma muito assídua, vamos assistindo nas salas de professores. Os nossos colegas com 30 ou mais anos de serviço parecem estar em "pulgas" para que venha o momento de se poderem reformar, muitos deles com penalizações de 20% ou mais por recorrerem a aposentações antecipadas. Curiosamente ou não, muitos destes professores até são poupados a terem as turmas consideradas como mais difíceis. Por outro lado, sabemos da redução de carga lectiva que muitos têm, assim como o facto de muitos dos cargos que lhes conferem menor número de horas a leccionar (por exemplo, a coordenação de departamentos) serem, muitas vezes, da sua competência.
Acredito que muitos devam estar fartos de ensinar (ou aturar os alunos, como muitos dizem!), mas se eles se queixam, o que podemos nós (aqueles com menos anos de serviço como eu) dizer, quando já não temos qualquer esperança de chegar ao topo da carreira, nem ter direito às reduções de carga lectiva a que estes colegas tiveram direito. Por exemplo, com quase 15 anos de serviço completo apenas vou no 2º escalão, pelo que, sabendo-se do congelamento das carreiras e dos entraves à subida de escalões, sei que jamais poderei chegar ao topo da carreira. Por outro lado, se agora os colegas mais velhos ainda se podem aposentar mais cedo, o mais certo é que daqui a uns anos a idade da reforma se aproxime dos 70 anos e não dos actuais 65 anos.
A propósito da idade da reforma dos professores, não percebo qual a lógica de se continuar a permitir que os educadores e professores do 1º ciclo se possam reformar com 60 anos! É uma situação de gritante discriminação em relação aos demais professores dos 2º e 3º ciclos e do secundário que não se compreende, sabendo nós que aqueles apenas têm uma turma, enquanto que os outros têm muito mais trabalho com centenas de alunos de níveis diferentes e, cada vez mais, a leccionarem, ao mesmo tempo, disciplinas diferentes (situação muito comum nos colegas que têm CEF`s e profissionais). Os sindicatos de professores, dominados essencialmente por professores do 1º ciclo, são dos principais responsáveis por esta situação, sendo que ainda não foi desta que um Ministro da Educação teve a coragem de alterar esta benesse.
Enfim, uns queixam-se porque estão cansados (apesar de terem reduções de carga lectiva e estarem em escalões bem remunerados), outros queixam-se porque são considerados os "parentes pobres" do ensino (apesar de terem direito à aposentação com apenas 60 anos de idade), mas quem tem, de facto, a vida de professor mais complicada são os que têm poucos anos de serviço e que leccionam a centenas de alunos (muitos com quase 10 turmas a seu cargo!), para além de estarem sujeitos a terem CEF`s , PCA´s e profissionais e que não podem ter esperanças de virem a alcançar os melhores escalões remuneratórios, nem a reformarem-se antes dos 65 anos, nem tão pouco a terem consideráveis reduções de componente lectiva... Estes, sim é que teriam razões para se queixarem, mas até são os que menos se queixam nas salas de professores!!!   

24 comentários:

Alexandre disse...

Boa noite Pedro,

Acho que seria mais razoável, em vez de queixar-se do mal dos outros percebermos porque é que a esmagadora maioria sente-se assim, mesmo parecendo que aos nossos olhos estejam a ser beneficiados.

A mim preocupa-me saber que muita gente com 30 ou mais anos de serviço digam e sintam-se assim, porque eu sei que a experiência de muitos desses continuaria a ser vital para as escolas e estamos a perder.

Os melhores cumprimentos,

Agnelo Figueiredo disse...

Caro Pedro

À sua apreciação dos professores do 1.º ciclo e educadores faltam estes aspetos:
- lecionam 25 horas
- não têm tardes nem dias livres
...

Pedro disse...

Caro Alexandre, tal como você se preocupa com o desalento dos colegas com mais anos de serviço, também eu me preocupo, mas de outra forma...
É que para além de me preocupar também fico surpreendido com a postura de "queixume" constante de muitos destes colegas que têm direito a benesses (concedidas nos tempos das "vacas gordas") a que os mais novos certamente não terão direito.
Ora, nos dias de hoje, cheios de incertezas, quem poderá queixar-se são os colegas com poucos anos de serviço, muitos deles contratados há mais de 10/15 anos, longe de casa e que não saem do índice 151. Agora, os que estão bem posicionados no 5º (ou mais) escalão, perto de casa, com redução de carga lectiva e, muitas vezes, as melhores turmas e com a certeza que terão direito a reforma, bem que poderiam ser mais comedidos nas queixas e lamentos...

Caro Agnelo, não se deixe enganar! Quem é professor (atento à realidade!) sabe muito bem que os colegas do 1º ciclo têm, no máximo, 22 horas e meia lectivas por semana. Não coloque neste balanço os 30 minutos do intervalo. Isso das 25 horas foi uma ideia que os sindicatos tentaram "vender", mas só se deixou enganar quem quis. Dou-lhe o exemplo concreto do que se passa na escola dos meus filhos: as colegas entram às 8.00H (quando chegam a essa hora!), interrompem entre as 10.30H e as 11.00H (havendo escolas cujos colegas prolongam o intervalo) e depois leccionam, outra vez até às 13.00H. Ou seja, 4.30H por dia, o que dá ao fim da semana 22,5 horas lectivas. Isto, se cumprirem o horário de forma rigorosa!
Quanto às tardes e dias livres, simplesmente não é razão suficiente para reduzir o número de anos para a reforma, porque não é líquido que todos os colegas dos outros ciclos tenham a sorte de ter folgas. Aliás, há casos de horários simplesmente terríveis para muitos colegas dos 2º e 3º ciclos e secundário. E já nem falo do número de turmas, de alunos, de níveis e de disciplinas que os colegas do secundário estão sujeitos a leccionar...

Agnelo Figueiredo disse...

Mas o caso que o Pedro refere é exótico e, muito provavelmente, não legal. Não se compreende como é que, com as escolas atuais, ainda haja turmas em desdobramento!
No meu agrupamento as aulas são das 9 às 12 e das 14 às 16. Neste ano, dois dias por semana saem às 17 para poderem ter uma tarde sem aulas (têm só AEC)

Pedro disse...

Caro Agnelo, é verdade!
Ainda há escolas que funcionam com desdobramento, dada a enorme falta de escolas do 1º ciclo em muitas cidades deste país. Viseu é um bom exemplo disso.
Quanto às horas dos colegas do 1º ciclo no seu agrupamento, está a dar-me razão: com o intervalo de 30 minutos (que não é tempo gasto a leccionar) dá 22,5 horas por semana. Portanto, o argumento da maior carga lectiva para que a reforma seja concedida mais cedo aos colegas do 1º ciclo simplesmente não pode ser válida!

Nan disse...

Pedro:
Deixe de sofrer com o suposto bem dos outros e preocupe-se com seu mal. A inveja é um sentimento muito feio e Deus castiga!

Nan disse...

Agora a sério, páre lá um bocadinho para pensar:
«uns queixam-se porque estão cansados (apesar de terem reduções de carga lectiva e estarem em escalões bem remunerados)» - já pensou que esses têm 30 ou mais anos de serviço? Sabe porventura o que eles tiveram que sofrer no início da carreira? Faz ideia? Não, não faz!
«outros queixam-se porque são considerados os "parentes pobres" do ensino (apesar de terem direito à aposentação com apenas 60 anos de idade)» - Dar aulas no 1º ciclo não é fácil. A matéria até pode ser fácil, mas os alunos não são. Não há intervalos a cada 90 minutos. Não há dias com mais ou menos aulas. Não há tardes livres, ou dias livres, nunca! Não há redução da componente lectiva por idade. NUNCA! Você imagina o que é ter 60 e tal anos numa sala de 1º ano? Não, obviamente não imagina.
Todos os professores deviam poder reformar-se a partir dos 60 - e os EI e os colegas do 1º ciclo dois ou três anos antes. Repare que escrevi «poder», se assim o desejarem, porque até há poucos anos os professores resistiam a reformar-se. Foi a acção combianda de vários governos - PS e PSD - que os levou ao desespero, a querer reformar-se de qualquer maneira. O certo, Pedro, é lutarmos por mais e melhor para todos e não por menos e pior para os que estão um bocadinho melhor do que nós.

Pedro disse...

Nan, inveja? Chame-lhe constatação de uma injustiça. É que, acredite, que não tenho pressa nenhuma de me reformar.
Quanto à sua argumentação mais séria vou-lhe responder com factos muito concretos.
1. "O que tiveram de sofrer no início da carreira"? A maioria desses colegas efectivaram muito mais depressa do que agora e rapidamente conseguiram um lugar de escola perto de casa... Agora esperam-se muitos mais anos para efectivar perto de casa! É um facto.
2. "Dar aulas no 1º ciclo não é fácil". Não disse o contrário, mas, quanto a mim é muito mais fácil do que dar aulas ao 3º ciclo e secundário. E, nos dias de hoje, nem se fala, nomeadamente em termos de preparação de aulas e elaboração e correcção de fichas, testes, relatórios, etc. É um facto.
3. "Não há intervalos a cada 90 minutos. Não há dias com mais ou menos aulas. Não há tardes livres, ou dias livres, nunca! Não há redução da componente lectiva por idade. NUNCA" E depois? Não sei se é mais fácil ter 5 horas de aulas todos os dias ou ter um dia livre, mas depois ter dois dias com 8 tempos lectivos em cada um dessses dias e cinco turmas diferentes ao longo de cada um desses dias!!! O que conta são as horas semanais que se dão e o trabalho que, muitas vezes, se leva para casa para trabalhar nos tais dias livres (livres de trabalho na escola, mas muito em casa). É um facto.
4. "Se imagino o que é ter 60 e tal anos numa sala do 1º ano"? Imagino que deva ser muito mais fácil do que ter 60 e tal anos e dar aulas a 5 ou 6 turmas do 3º ciclo, com alunos em idades bem mais complicadas (em termos de desinteresse pela escola e afronta à autoridade) como são as dos 13,14 e 15 anos. É um facto.
5. "Todos os professores deviam poder reformar-se a partir dos 60". Mas, o que é que quer? Não sabe que a Segurança Social está quase a entrar em ruptura? Não sabe que a esperança média de vida é de cerca de 80 anos (75 nos homens e 82 nas mulheres)? Qualquer dia vão querer reformar-se aos cinquenta e tal anos!!! As pessoas diram mais anos, pelo que devem reformar-se mais tarde. Podem é ter algumas especificidades laborais, mas não as benesses que hoje ainda existem. É um facto.
6. "O certo é lutarmos por mais e melhor para todos e não por menos e pior para os que estão um bocadinho melhor do que nós". Pois a mim, parece-me que vivemos numa sociedade em que cada um só olha para o seu umbigo e para a sua classe profissional e quer que os cortes sejam com os "vizinhos" do lado. Eu quero é justiça e bom senso... Ora, neste caso, temos uma situação de flagrante injustiça e discriminação dentro da mesma classe profissional. É um facto.
Espero tê-la elucidado!;)

Anónimo disse...

Repare bem no que pespegou aqui por cima:

«6. "O certo é lutarmos por mais e melhor para todos e não por menos e pior para os que estão um bocadinho melhor do que nós". Pois a mim, parece-me que vivemos numa sociedade em que cada um só olha para o seu umbigo e para a sua classe profissional e quer que os cortes sejam com os "vizinhos" do lado. Eu quero é justiça e bom senso... Ora, neste caso, temos uma situação de flagrante injustiça e discriminação dentro da mesma classe profissional. É um facto.
Espero tê-la elucidado!;)»

É isto mesmo que vejo, em si, em vossa Exa., insigne pessoa emui ilustre doutor, o senhor pedro laranja ultra fascista!

Sempre que visito aqui o estaminé, é isto, exactamente isto que escreveu acima, mas nas suas ideias!!

Eu não faria de si melhor descrição!

Parabens pelo auto-retrato!

Atente bem naquilo que diz dos outros, a mim parece-me, de facto, inveja gorda e muito, mas muito, ressabianço, nós temos é que nos unir, isso é que é o único facto!

Um abraço

Pedro disse...

Inveja? Que disparate!
E essa conversa de unir aquilo que é diferente é conversa da treta.
Eu até defendo que se deve é separar aquilo que é diferente.
Porque razão o estatuto remuneratório é igual para profissionais tão diferentes como são os educadores, os professores do 1º ciclo e os do 2º, 3º ciclos e secundário.
Quem dá aulas ao secundário até tem mais afinidades com os docentes que dão aulas aos primeiros anos da faculdade do que com os educadores ou professores do 1º ciclo. E depois temos dois estatutos de docentes: os do não superior e os do superior! E metem-se os do ensino não superior todos no mesmo saco. Porquê? Porque os sindicatos assim o quiseram... Discordo disso!!!
Eu também não vejo médicos e enfermeiros com estatutos remuneratórios iguais. Nem os seus estatutos profissionais são os mesmos!
Agora, vir dizer que critico os professores do 1º ciclo porque tenho inveja deles é de bradar aos céus. Era o mesmo que eu dizer que você critica os ricos porque tem inveja deles. Olhe, eu não tenho!
Não me venha com conversa da inveja e da união!!!
Apresente é factos concretos para justificar a reforma dos colegas do 1º ciclo aos 60 anos!!!

Anónimo disse...

Fácil...Já não existe essa reforma aos sessenta anos...O que existe é, ainda, uma benesse em requerer a reforma gradualmente, até perfazer os 65 anos, mas essa benesse é para todos os níveis de ensino. Aplica-se a quem tinha 13 ou mais anos de serviço em 1989. A partir daí é igual para todos os níveis de ensino, da pré ao secundário. 65 anos.

Patrícia disse...

Sou professora do 1º ciclo, mas já leccionei ao 2º e dei apoios ao 3º ciclo e por isso sei bem a diferença. Quando cheguei ao primeiro ciclo o que senti foi que o nível de exigência e o trabalho preparado para os alunos eram mínimos em relação aos dos outros ciclos. Em certa medida até se pode dizer que "se desaprende" o que me deixou desiludida, gostava de mais exigência, mas os conteudos que se tem para leccionar não o permitem... Deixei de ter tanto trabalho na preparação de aulas... Os alunos necessitam de muito apoio individual por parte dos professores, mas por mais terríveis que sejam nunca se poderão comparar aos maiores, pois o comportamento destes já não é tão disciplinado e ainda mais quando se colocam com ameaças, o que não ocorre no 1º ciclo. Sofri muito com casos destes com alunos com 2 e 3 retenções no 6º ano que ameaçavam dentro da aula com objetos perigosos...Enfim, agora estou no descanso!
Ouvem-se muitos os colegas a queixarem-se e a andarem com estas comparações. Eu sou contra o facto de nós e os educadores nos podermos reformar aos 60 anos e os restantes ciclos só aos 65. Mas porquê? não vejo razão para isso acontecer... De facto só quem não dá aulas é que não vê a realidade. Sou humilde em considerar que a justificação não pode estar na carga horária letiva semanal. Pois os docentes do 1º ciclo, nas suas escolas não têm o controlo nas entradas que os que trabalham nos Agrupamentos têm. Bastava chegar 5 minutos mais tarde para ter falta e outro professor de substituição deslocar-se para a sala. Isto não acontece nas escolas do 1º ciclo, pois já me deparei com colegas a entrarem na sala após 15 min. Os intervalos são de 30min e se não forem prolongados e não me venham com argumentos... porque até sabem que é assim.
Muito mais haveria para contar sobre o 1º ciclo mas fico-me por aqui.

Pedro disse...

O anterior anónimo afirma que "já não existe essa reforma aos sessenta anos..."
Errado! Existe e, pelos vistos, continuará a existir!
O relatório do OE de 2013 indica que o que se suprime é a "transição faseada que se encontrava prevista (ao ritmo de 6 meses por cada ano civil) para todos os subscritores da CGA, quer os abrangidos pela idade legal geral, quer os que beneficiam de idades especiais, como sejam os militares e polícias cuja idade de reforma passa a ser, a partir de 1 de janeiro de 2013, de 60 anos".
Dito por outras palavras, cerca de 200 mil funcionários públicos que são abrangidos por regimes especiais de aposentação, quase um terço dos mais de 605 mil trabalhadores do Estado, continuarão a reformar-se aos 60 anos. São eles os militares das Forças Armadas, os polícias, os magistrados, os educadores de infância e os professores do 1º ciclo.
Em relação a estes últimos, em particular, continuo a discordar dessa possibilidade. Mas também em relação aos outros (militares, polícias, magistrados) penso que é uma ideia absurda: poderiam, por exemplo, mudar de funções, mas reformarem-se aos 60 anos é gozar com os restantes trabalhadores e promover a ruptura da Segurança Social!

Nan disse...

«Enfim, agora estou no descanso!» Pois é, Patrícia, até acredito que esteja no descanso, mas não julgue todos por si. Não sei se tem consciência da triste imagem que está a dar de si,em particular, e a tentar estender a todo um grupo profissional. Quer tanto defender o Pedro que nem se importa de passar por baldas e estedner o mesmo aos seus colegas! Que estreiteza de vistas! Devia ter vergonha!

Patrícia disse...

Continuo a pensar que é um "descanso" e muito mais fácil leccionar ao 1º ciclo do que ao 2ºciclo.
Só quem já leccionou aos dois ciclos é que sabe ver a diferença. Por vezes, há colegas do 1º ciclo que estão sempre a julgar os do 2º ciclo sem nunca lá terem leccionado. Quem nunca deu aulas aos dois ciclos não os pode comparar.
Sei qual é o trabalho que se tem com o 1º ciclo, pois até já estive em escolas de lugar único, em que todo o trabalho da escola me cabia a mim.
Se você fosse mais esperta verificava logo que eu estava a fazer uma comparação e não a dizer que o 1º ciclo não dava trabalho nenhum. Agora, comparando com o 2º ciclo é muito diferente! Só quem já passou pelo 2º ciclo é que sabe.
Aliás, porque será que há tantos colegas do 2º ciclo a leccionarem no 1º ciclo, não querendo regressar ao 2º ciclo?
No sindicato até já me aconselharam a ficar no 1º ciclo, pois dá menos trabalho.

Anónimo disse...

BEEMMMM!!!!!!!!!!!!!!!!!

Patrííciiiiiaaaa... vocêê!!!

Aqui para nós, é casada com o menino pedrinho, ou almeja apenas um tachinho na tal vereação a que o sr doutor, ilustre, insigne e mui competente político do psd se propõe?

Ou será dele apenas um pseudónimo?

Anónimo disse...

Já agora, e crendo que não há falta de vergonha capaz de proceder como referi acima:

1 - ou a menina patrícia está num colégio militar ou religioso, daqueles onde reina a disciplina;

2 - ou a menina patrícia é mentirosa;

3 - ou a menina patrícia é incompetente e preguiçosa!!!

Uma destas será concerteza, uma vez que é peremptória em afirmar que tem uma vida assim tão descansada, que até os sindicatos lhe pedem por amor de Deus que não mude pois noutro qualquer ciclo é muito mais difícil!

Pois com muita convicção lhe digo, tenho habilitações profissionais para os três ciclos do ensino básico (sim tenho formação inicial daquelas de variante a que os «senhores doutores» do secundário se referem sempre com desdém!), trabalho com alunos do segundo e terceiro ciclos e, se me for possível escolher, nunca irei para o primeiro ciclo!

Digo isto não por considerar inferior mas,
antes pelo contrário, por ter cosciência do verdadeiro trabalho que aquilo dá! É verdade, em termos de preparação de aulas, apenas dá trabalho da primeira vez, sendo nas seguintes uma actualização do trabalho anterior, não o desminto, até porque a matéria não sofre assim tantas alterações como se verifica noutros ciclos de ensino (há excepção daquilo que os tipos das editoras inventaram com a LP de forma a que todos os nossos materiais ficassem obsoletos assim de repente!), mas... e o resto?

- o desgaste em sala de aula (nos outros ciclos põem-nos na rua!);

- a carrada de trabalho que se leva para casa todos os dias (tem que se verificar todos os cadernos dos meninos de forma a fazer as devidas correcções - e isto é diário e sim, tmabém ocupa fins-de-semana!);

- é verdade não nos exige constante actualização ciêntífica, também é verdade que se não procuramos por nós essa actualização estupidificamos, mas não tenho dúvidas que tem uma maior exigência de si próprio, o profissional do 1º ciclo que o dos outros! Em especial do ensino, dito, secundário (já viu - secundário!) - onde sempre que um freguês não agrada ao professor, perdão, ao doutor, este se encarrega imediatamente de o pôr no olho da rua, sabendo que a cada falta fica mais provável não ter que o voltar a aturar!

Mas... o sr. doutor ficará a perceber melhor aquilo que digo quando se efectivar o ensino obrigatório até ao ensino secundário! Sentirá na pele, aí verá que o saber ciêntífico será relegado para segundo plano, pois... as exigências de nós... são outras!

Menina patrícia, tenha vergonha e pense na barbaridade que disse a seu respeito! Felizmente, sei, que não são todos como você, aliás, como você ainda não conheci nenhum professor de 1º ciclo!

Tenha vergonha, mas tenha de si!


Anónimo disse...

Esquecí-me de uma hipótese...

4 - será que a menina patrícia tirou o curso naquela piaget de macedo de cavaleiros, onde para se tirar 18 valores só era necessário ter corpo presente, para se tirar 19 era preciso levar esferográfica, e para se tirar 20 era preciso só acrescentar um caderno às duas anteriores????!!!!

Pois é uma forte hipótese... não me tinha ocorrido, de facto!

Assim, também seria um descanso para mim!

Pedro disse...

Depois de assistir aos comentários da Nan, da Patrícia e do senhor anónimo, acho que devo intervir no assunto.
Primeiro, devo dizer que quando escrevi o post que deu lugar a tante polémica, fi-lo no sentido de criticar a possibilidade dos educadores e professores do 1º ciclo se poderem reformar antes dos seus colegas dos outros níveis de ensino. Discordo desta possibilidade e disse quais as razões que me levam a ter tal ideia.
Penso que cada nível de ensino tem as suas especificidades próprias, seja a nível pedagógico, de rigor científico, de esforço laboral, de paciência para com os alunos, de problemas disciplinares, etc.
Depois de ler as intervenções da Nan e da Patrícia, parece-me que houve más interpretações. Nunca dei aulas ao 1º ciclo, mas acredito que em termos de esforço, cansaço, trabalho levado para casa, questões de indisciplina, entre outras questões, o 1º ciclo seja menos complicado que os outros ciclos superiores. É a ideia que tenho. A Patrícia falou em descanso, mas referindo-se em termos comparativos com o 2º ciclo. Compreendo essa situação.
É algo parecido com o que muitos professores do 3ºciclo dizem quando têm duas turmas (uma do regular e uma do CEF) e as compara. Ainda há dois anos tive um CEF de pastelaria e cada vez que ia para uma turma do regular dizia, meio a brincar, meio a sério que ia para o "paraíso", quando comparada com a turma do CEF (que eu e os meus colegas apelidávamos de desgraça). Enfim, são adjectivações que se utilizam e que há saber compreendê-las e contextualizá-las. Só quem está de má fé não percebe isto!
De resto, apenas poderei dizer que cada um tem a sua opinião, mas há opinões mais credíveis do que outras. Tudo depende da argumentação (mais séria ou mais rasteira!) e do conhecimento de causa que se tem acerca daquilo que se fala.

Patrícia disse...

Há quem fale muito, mas acerte pouco.
O anónimo que aqui apareceu fala muito do 1º ciclo, mas, pelos vistos nunca leccionou a este nível de ensino.
Para sua informação tirei o curso na ESE de Coimbra, que nada tem que ver com o Piaget. Durante muitos anos dei aulas de Português e HGP ao 2º ciclo. Para me aproximar de casa resolvi concorrer ao 1º ciclo e consegui. Desde aí e, comparando com os tempos em que estava no 2º ciclo, considero que tenho muito menos trabalho em termos de esforço e tempo gasto em casa com a preparação de aulas e correcção de fichas e testes. Daí ter utilizado o termo "descanso", que, pelos vistos, não compreendeu.
Aliás, no agrupamento onde lecciono há mais colegas que vieram do 2º ciclo e todas pensam o mesmo que eu. Apenas as que tiveram sempre no 1º ciclo é que estão sempre a queixar-se e a compararem-se com o 2º ciclo sem nunca lá terem dado aulas.
Quanto aos alunos mal comportados, apenas lhe direi que com os do 1º ciclo basta um berro que se calam logo, enquanto que os maiores esgotam a nossa paciência até irem para a rua.
De resto, guarde os seus impropérios para si, visto que não percebe nada do 1º ciclo. Pode vir com as suas teorias, mas se nunca deu aulas ao 1º ciclo, não pode comparar este nível de ensino com os outros em termos de desgaste físico.
Você é que devia ter vergonha de baixar tanto o nível do debate de ideias. Respeitar opiniões diferentes é sinal de maturidade que, pelos vistos, você não tem.

Anónimo disse...

Obrigado exma sra dra patrícia, fique lá com as suas ideias que eu fico com os meus impropérios!

E mantenho-os!

Anónimo disse...

Já agora...

Fiz, durante dois anos, estágio no primeiro ciclo do ensino básico, e no início de carreira dei apoio no mesmo ciclo!

Portanto, sei bem do que falo!

Gorgi disse...

Esta Nan está a dar-te luta. E agora apareceu uma Patricia. E dou-te um conselho. Não te metas com os do 1ºciclo que eles chateiam-se a sério.

Anónimo disse...

Bah!