sábado, 16 de março de 2013

Informação e contra-informação...

Na 5ª feira passada o Correio da Manhã (CM) trazia em primeira página o destaque do dia "Troika dispensa 10 mil professores". Lá dentro do jornal, na página 8, a notícia resumia-se a menos de meia página e tudo espremido não havia nada de concreto. Apenas que a medida, a ser aplicada, resultaria  numa poupança de 140 milhões de euros. De resto, nada de fontes, de depoimentos, de esclarecimentos ou de informações concretas.
Claro que na 5ª feira um dos principais temas de conversa, tanto nas salas dos professores de muitas escolas, como na própria blogosfera educativa, foi a intenção do Governo de, segundo o CM, despedir professores. Os próprios noticiários televisivos deram conta da primeira página do CM e lá se aumentou o stresse de mais umas largas dezenas de milhares de professores. Do Ministério da Educação não surgiu nenhuma confirmação desta suposta intenção do Governo.
Hoje, sábado, o CM volta à carga e escreve que os professores serão o principal grupo profissional alvo das rescisões amigáveis. Mas, de concreto, nada... Também o Expresso fala do mesmo. Será que o objectivo destes jornais é apenas o de venderem mais exemplares à custa da angústia dos docentes?
Ora, convém relembrarmos as últimas declarações provenientes do Ministério da Educação sobre este assunto. Há menos de um mês o Secretário de Estado Casanova de Almeida reiterava ao Público que "não haveria despedimentos de professores, nem colocação em mobilidade especial contra a sua vontade". O mesmo já havia sido indicado por Nuno Crato aquando da publicação do relatório do FMI. Afirmava Crato que "até este momento, não fizemos nenhum despedimento na Educação, houve contratações que foram ditadas pelas necessidades e nós esperamos continuar exactamente nesse ritmo, porque os professores são necessários às escolas".
Portanto, é bom que haja memória em vez de tanta confusão e desinformação. Nos últimos anos, o número de professores aposentados aumentou de forma considerável, ao passo que as contratações reduziram-se substancialmente. O número de professores afectos ao Ministério da Educação não tem cessado de diminuir e, neste momento, o número de colegas com horário-zero não chega aos 700. O concurso extraordinário de vinculação de professores avançou. Portanto, sendo certo que poderá haver novidades nas regras a estabelecer no próximo concurso geral de professores, parece-me que não faz nenhum sentido que os despedimentos e a mobilidade especial forçada atinjam os professores do quadro.
Até agora, não foi dada nenhuma indicação nesse sentido por parte do Ministério da Educação e cada declaração que surge por parte de Nuno Crato ou de Casanova de Almeida tem sido bem explícita na ideia de que nenhum professor do quadro será despedido.
Eu, por mim, acredito que Nuno Crato fará valer a sua palavra e dará conta a Gaspar e à troika que o "emagrecimento" a que o Ministério da Educação foi sujeito ao nível da redução de milhares de professores nos últimos anos (sem nunca se ter aplicado despedimentos - e portanto, apenas à custa das aposentações e da redução do número de contratados) obriga a que não haja necessidade de se avançar com despedimentos de professores.
Haja memória e cumprimento da palavra: com uma tão grande redução do número de professores verificada nos últimos anos é óbvio que os que estão no sistema são imprescindíveis às necessidades presentes. Foi Crato que afirmou: "Há que tornar o Estado mais ágil, mais competitivo e tornar a Educação melhor, não só com mais recursos, mas melhor utilizando de uma maneira mais apropriada os recursos que existem". O Ministro que não se esqueça do que disse..

5 comentários:

Anónimo disse...

Quando os despedimentos e a mobilidade especial chegarem aos professores não se esqueça do que aqui escreveu.

Anónimo disse...

Quero ver o que vais escrever sobre as últimas noticias do Público.

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/professores-horario-zero-vao-passar-ao-regime-mobilidade-1588486

Vais pedir a demissão do Crato?

Rui Lagarteiro disse...

Olha, os despedimentos e a mobilidade especial chegaram aos docentes dos quadros.

E agora, palerma?

Pedro disse...

Aos dois anónimos(?)e ao palerma umbiguista anterior direi que o melhor mesmo é esperar para ver o que vai acontecer.
Continuo a acreditar que não haverá nenhum professor do quadro a ser despedido. Estamos em período de negociações entre o ME e os sindicatos, a seguir teremos os concursos e depois logo veremos se os despedimentos chegaram mesmo aos professores do quadro.
Depois veremos quem tinha razão...

Anónimo disse...

. . . O Sócrates! Esse tem sempre razão!
Maria