domingo, 5 de outubro de 2014

"Quebrou-se-lhes a espinha". Completamente...

Seis anos passaram e as palavras crise e austeridade tomaram conta do vocabulário de todos os dias, o governo mudou, o Ministro da Educação é outro e, no entanto, os professores continuam a ser tratados como se de uns animais domesticáveis se tratassem. 
Há um mês atrás, o Ministro Nuno Crato afirmava que o ano escolar iria iniciar-se sem sobressaltos e com toda a normalidade possível. Passado um mês, os portugueses estão "boquiabertos" com as notícias sobre Educação que todos os dias são emitidas nas televisões. Mau demais. Mas, a tutela continua na mesma como se nada de anormal tivesse ocorrido. 
Relembro as palavras de há seis anos atrás:
"Quebrou-se-lhes (aos professores) a espinha, juntando ao desespero anterior um desespero maior. O ambiente nas escolas é agora de ansiedade, com a corrida ao cumprimento das centenas de regulamentações que desabam todos os dias do Ministério para os professores lerem, interpretarem e aplicarem. Uma burocracia inimaginável, que devora as horas dos professores, em aflição constante para a conciliar com uma vida privada cada vez mais residual e mesmo com a preparação das lições, em desnorte com as novas normas (tal professor de filosofia a dar aulas de "baby sitting" em cursos profissionalizantes) - tudo isto sob a ameaça da despromoção e do resultado da avaliação que pode terminar no desemprego".
E, depois de tamanha irresponsabilidade na abertura deste ano escolar, com prejuízos graves na vida de milhares de famílias, de professores e de alunos, e de mais uma machadada na imagem da classe docente, será que Nuno Crato vai continuar impávido e sereno até ao final do seu mandato como se nada de anormal e grave tivesse ocorrido? Custa a acreditar...

11 comentários:

Anónimo disse...

Nuno Crato não tem espinha e o seu amigo Passos também não. O que se passa na justiça, na saúde e na educação é demasiado grave.Muito triste.
maraia

Anónimo disse...

Demasiado mau para ser verdade...
Eles (governantes) não têm espinha, não têm moral, já nem têm vergonha...

A ver vamos, com alguma sorte... demite-se!

Anónimo disse...

Ainda não quebrámos. A confusão e os erros são tantos que o crato vai acabar por se demitir

Anticrato disse...

Eu não desisto e recuso-me a baixar os braços. Fui à manifestação de ontem e espero que como na justiça, também na educação haja greves e luta.
Crato tem de se demitir. É o mínimo.

Anónimo disse...



Um Otelo e um campo pequeno

Anónimo disse...

Há uns dias, quando o descalabro em que se transformou este início de ano lectivo ainda não tinha atingido as proporções que já atingiu (e pelos vistos não vamos ficar por aqui) o Pedro escreveu no tópico anterior que, e passo a citar, "com tanta trapalhada e incompetência juntas é claro que o ministro Nuno Crato tem de sair de cena. Resta saber se por sua iniciativa ou se "empurrado". O mesmo com a ministra da Justiça."
Pois bem, os dias vão passando, a incompetência vai aumentando, a mentira vai aparecendo (camuflada por artifícios relacionados com tempos verbais) e ambos os ministros lá continuam.
A minha pergunta é a seguinte: já que o Pedro diz que ambos os ministros deviam sair de cena, ou por sua iniciativa, ou "empurrados", se não saem por si, o que é que falta para o Pedro criticar também o responsável máximo, o seu querido 1º ministro, que ainda não os "empurrou", nem mostra qualquer vontade de o fazer? Se fosse um governo PS, há muito que o Pedro o teria feito, mas como é do seu querido PSD...

Anónimo disse...

Sei que o Pedro lê frequentemente o Público, e faz bem, pois é o melhor diário, e mesmo comparando com os semanários, não sei se sai a perder. Isto para dizer que li há pouco um artigo de João Miguel Tavares, que até é tendencialmente de direita (apesar de não ter cartão laranja, como o próprio diz) onde se inclui esta magnífica frase, na qual eu aconselho o Pedro a meditar, se conseguir pôr de lado o seu fanatismo: Rosa ou laranja, um incompetente é um incompetente.
Pense nisso. A sério. Só lhe faz bem.

Pedro disse...

Caro anónimo, também li o artigo do João Miguel Tavares e concordo que a (in)competência não tem cor partidária. Claro que penso que Nuno Crato já se deveria ter demitido e, provavelmente, só não saiu de cena porque Passos Coelho lhe rogou para que não saísse já. Mas, não me acredito que Crato fique até ao final do seu mandato.
Quanto à posição de Passos Coelho, claro que é criticável. Não quis dar parte fraca, fazendo a vontade à oposição. Pensou: "Crato vai sair, não a pedido, mas quando já ninguém esperar por isso". Algo parecido com o que aconteceu com Relvas. É a política. Suja, infelizmente...
Crato é que deveria ter sido mais consequente com os erros que a sua equipa do MEC cometeu. Deveria ter saído pelo seu próprio pé...
Já Passos Coelho deveria, também ele, ter sido actuante e não pactuado com a incompetência do MEC. Preferiu proteger o seu ministro desde o início das trapalhadas... E foi atrás da politiquice. Atitude criticável? Claro que sim... Suficiente para pedir a demissão deste governo? Acho que não... Se assim fosso correríamos o risco de passarmos a ter governos a cada ano que passasse.
O dia do "juízo final" será nas próximas eleições. É a democracia.

Anónimo disse...

claro...
... já se fosse o sócrates...

Anónimo disse...

Pedro, a ideia não era sugerir que este governo devesse cair, era apenas para ver se era desta que o Pedro (finalmente) criticava o 1º ministro, e não apenas o ministro A ou B. Como o Pedro já admite os erros do Passos Coelho (ainda que tenha de ser obrigado a fazê-lo, por não ter alternativa) volto a dizer que a diferença entre PS e PSD anda algures entre o nulo e o irrelevante. Com a agravante de nunca nos tempos do PS (nem de qualquer outro governo anterior do PSD) se ter assistido a tal descalabro na educação. Ou isso, ou isto é mesmo uma estratégia deliberada para arranjar o pretexto perfeito para passar a gestão das escolas para as autarquias. Acha que isto é a teoria da conspiração levada ao extremo? Não sei. Mas sei que já são muitas as vozes a pedirem o fim dos concursos nacionais, e custa a crer que alguém consiga ser tão incompetente durante tanto tempo...

Pedro disse...

Caro anónimo, pode reler o meu artigo de há um mês atrás em que escrevi "Passos não sabe do que fala". Quer maior crítica do que esta? Preferia que pedisse a demissão do Governo? Passaríamos a ter governos semestrais!
Quanto às trapalhadas deste MEC em relação à colocação de professores é, de facto, estranho. Terão sido deliberadas? Será pura incompetência? Não sei. Só no próximo concurso teremos a resposta.