segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

As discórdias à volta do concurso de professores para 2015/2016...

O tema de conversa já começa a ser rotineiro nas salas de professores de muitas das nossas escolas. Pelo menos, naquelas onde a idade média do corpo docente ainda não é muito avançada, ou seja, sobretudo nas escolas das regiões do Interior do país, onde ainda há muitos professores deslocados e longe das suas áreas de residência.
Muitos são os colegas que estão contra a realização do concurso que está prestes a começar. Aqueles que estão bem colocados preferiam estar mais dois anos na escola onde dão aulas a terem de arriscar ficar mais longe. E é claro que há os outros: os que anseiam há muito pela realização deste concurso, na esperança de conseguirem uma melhor colocação ou a verem "corrigida" as injustiças que ocorreram no último concurso interno. Ora, desta divisão de opiniões (os que discordam do concurso e os que o defendem) resulta o óbvio: uma nova discórdia a dominar a classe docente. Nota-se nas conversas entre colegas: os que se insurgem contra o concurso, os que desesperam por uma nova colocação, os que ficam incrédulos com o que possa aí vir, os que estão pessimistas, os que confiam no futuro, enfim, um pouco de tudo. E até há os que, imagine-se, continuam a não acreditar que um novo concurso venha a realizar-se. Pois bem, para esses colegas (que não são poucos pelo que vamos lendo nas redes sociais) deixo aqui em cima a imagem da notícia de há um ano atrás quando ficou definido que este ano iríamos ter a realização de um novo concurso interno de professores. Será que esses colegas não ouvem notícias?!
É óbvio que quem está bem colocado preferia que a sua situação se prolongasse por mais dois anos. Pelo contrário, quem está longe de casa e pensa ter hipóteses de melhorar a sua situação, não se importa que haja um novo concurso. O problema de sempre reside nas vagas (não) existentes, pelo que as mudanças ao nível das colocações para efectivar não serão significativas. E temos o velho problema de colegas dos QZP`s menos graduados ficarem "melhor" colocados que colegas QE`s que não conseguem aproximar-se das suas áreas de residência por concorrerem numa prioridade inferior à dos colegas QZP`s, apesar de serem mais graduados. Enfim, problemas que apenas poderiam ser resolvidos de uma forma: ter na graduação dos docentes o único critério a utilizar no concurso interno, independentemente de se ser "QZP" ou "QE".
Enfim, nos próximos tempos teremos o stresse habitual: os concursos a tomarem conta das conversas de muitas das salas de professores das escolas deste país. Por enquanto, aguardemos pelo aviso de abertura para ver se há ou não novidades. Aguardemos serenamente...

3 comentários:

Anónimo disse...

Mas quais novidades, Pedro! As pouquíssimas vagas que ainda vai havendo são quase todas nas escolas do interior profundo, aquelas que (quase) ninguém quer! Logo, quem está desterrado como nós, vai continuar a estar, pois as vagas reais só aparecem na outra fase, e ficam para os sortudos dos QZP, como acontece desde 2004. A única novidade que nos poderia interessar era o regresso às prioridades que existiam antes disso, que são as mais justas, como até reconhecem alguns dos colegas que são beneficiados (e muito) pelas prioridades actuais. E tudo graças a esse pulha que dá pelo nome de David Justino, o tal que agora também propôs a aberração do fim dos chumbos. Maldita a hora em que a mãe dele nasceu... Já agora, para quando um post sobre a abolição dos chumbos?

Pedro disse...

Caro anónimo (?), a pseudo-questão da abolição dos chumbos não passa disso mesmo: uma pseudo-questão. Como bem sabe, a lei já define que em anos não terminais, a retenção deve ser uma excepção e apenas deve ser aplicada caso seja, de facto, benéfica para os alunos. Quanto aos anos terminais, a existência de exames nacionais torna a questão pouco relevante.
Se há chumbos a mais? Talvez.
Se devem se abolidos? Não e nunca ouvi David Justino falar na abolição de chumbos...
Mais importante seria alterar os currículos e os programas de algumas disciplinas...

Anónimo disse...

Muito bem dito Pedro!