quarta-feira, 25 de julho de 2007

A revolução tecnológica não chega!!!

Depois de inúmeras notícias a evidenciarem o estado calamitoso a que chegou o estado da Educação em Portugal (resultados paupérrimos na generalidade dos exames nacionais, situações de juntas médias incompetentes, casos de delação contra professores, degradação da carreira do professor "que lecciona"), finalmente surge uma boa notícia no campo da Educação: as escolas portuguesas estarão, proximamente, equipadas com um computador com ligação à Internet, uma impressora e um videoprojector em cada sala de aula, para além de um quadro interactivo por cada duas salas. A revolução tecnológica chegou à escola!!!
Mas, para termos uma Escola de sucesso não chega "impingir" aos alunos computadores e Internet. Há que investir no rigor e na promoção do trabalho e do empenho. Doutra forma continuaremos a ter resultados vergonhosos nos exames nacionais (ainda por cima exames bem mais fáceis de realizar do que aqueles que se faziam há dez ou quinze anos atrás). E isto só se consegue alterando, por completo, a legislação sobre a avaliação dos alunos no ensino básico e secundário. Há que voltar aos bons e velhos tempos em que com mais de dois níveis negativos se chumbava de ano. Há que impedir que a lei permita que alunos com sete e oito níveis negativos possam progredir de ano apenas porque psicologicamente a retenção poderá ser gravosa para o discente. Há que reforçar os instrumentos que permitam ao professor promover a disciplina e o bom comportamento dos alunos. Há que punir os pais que, pura e simplesmente, ignoram a vida escolar dos seus filhos. Há que alterar o currículo escolar, diminuindo o número de disciplinas no ensino básico, por forma a aumentar a carga lectiva das principais disciplinas. Há que alargar os exames nacionais aos 4º e 9º anos de escolaridade, acabando com as provas de aferição. Enfim, há que apostar no rigor, na competência e na exigência. Muito há, pois, ainda por fazer...

4 comentários:

Anónimo disse...

Que disciplinas do ensino básico eliminaria o colega? Acha que o Governo vê a Geografia como uma "disciplina principal"?
Olhe que pessoalmente, a avaliar pela fusão da história e geografia, não creio... A Geografia terá tendência para "mingar" progressivamente nos currículos...
Cumprimentos,
Ana

Pedro disse...

Cara Ana, em resposta à sua questão, no 3º ciclo do ensino básico eliminaria a disciplina de Educação Tecnológica e as áreas curriculares não disciplinares de Estudo Acompanhado e Área de Projecto. Estas horas serviriam para acrescentar a disciplinas como a Geografia e a História, que, actualmente, apenas têm um bloco de 90 minutos por semana...
Quanto à fusão da História com a Geografia ou das Ciências Naturais com as Ciências Físico-Químicas, apenas lhe direi que considero tal opção ministerial como um verdadeiro disparate. Aconteceria o que ocorre agora no 2º ciclo, onde na disciplina de História e Geografia de Portugal quase que só se dá História, até porque os docentes de Geografia não podem leccionar esta disciplina. Pelo menos neste aspecto parece que estamos de acordo...

Unknown disse...

eu também concordo com uma mudança: eu só queria que me dessem programas mais 'práticos', que ligassem a malta com o mundo: aí, sim, eu trabalharia com verdadeiro gosto -- isto parece treta? não é...

Anónimo disse...

Olá, somos colega de grupo, sou do QZP 13, esta ano aestou a leccionar na Secundária Garcia de Orta no Porto.

Quanto ao currículo do ensino básico, principalmento o do 3.º ciclo, é uma completa aberração herdada do "Benaventismo", os alunos não resistem a tantas disciplinas, quanto à nossa disciplina em vez de estar distribuida por três anos poderia voltar a ser concentrada em dois, como na anterior reforma, o mesmo se faria com outras disciplinas, reduzindo assim o n.º de disciplinas por ano.