Duas conclusões óbvias sobre o vídeo de que tanto se fala. Primeira: e se não fosse filmada e divulgada a ocorrência? Continuaríamos na espuma dos dias. Seginda: e quantas situações semelhantes foram abafadas, por não terem sido filmadas? Muitas, certamente...
Com os problemas decorrentes de uma sociedade cada vez mais alheada de valores tão básicos como o respeito, a disciplina, a seriedade ou tão simplesmente a verdade, eis que a única forma de nos defendermos dos perigos da insegurança é o recurso ao "Big Brother". Seja nos centros históricos das principais cidades, seja nas centrais de transportes rodoviários e ferroviários, seja nos shopping-centers, hipermercados ou instituições bancárias, seja nas estações de serviço, entre muitos outros locais, a forma encontrada para evitar problemas desnecessários centrou-se na instalação da videovigilância, com óbvias vantagens ao nível da segurança das pessoas e dos seus haveres. George Orwell bem nos avisou...
Será necessário que também as escolas tenham de recorrer a esta medida tão drástica com o intuito de devolver a normalidade aos corredores, às cantinas, ao recreio e às salas de aula das nossas escolas? A continuar assim, não estaremos longe de termos câmaras de filmar em tudo quanto é canto das nossas escolas. Enfim, há males necessários...
Será necessário que também as escolas tenham de recorrer a esta medida tão drástica com o intuito de devolver a normalidade aos corredores, às cantinas, ao recreio e às salas de aula das nossas escolas? A continuar assim, não estaremos longe de termos câmaras de filmar em tudo quanto é canto das nossas escolas. Enfim, há males necessários...
4 comentários:
O professor é o elo mais fraco da cadeia e os comentários posteriores a este vídeo revelam isso.Na educação/escolas todos têm a sua opinião com excepção dos professores.Até a Lurdinhas...Votos de uma óptima e FELIZ PÁSCOA.Abraço
Também já me fiz as mesmas perguntas que aqui fazes. É complicada esta situação... E até estava à espera de ouvir a ministra dizer que era só um caso pontual...
Mas também te digo, nas escolas até os CEs protegem os alunos, naõ nos apoiam...
Fica bem
Na segunda feira referi-me longamente ao assunto.
Bom, este triste episódio teve, pelo menos, o condão de trazer para a ribalta uma questão que nós, os professores, infelizmente já conhecemos há muito tempo. E, pouco a pouco,começa-se a entender, fora das esolas, que aquilo no Carolina está longe de ser um caso pontual. Agora, até o Jorge Coelho do PS veio denunciar um caso de sequestro de uma professora sua amiga, que tinha retirado o telemóvel a uma aluna e que foi retida numa sala se aula, com a conivência do namorado.
Agora, é fundamental que se faça uma coisa que eu já sugiro há bastante tempo: que os Professores e os Conselhos Executivos , denunciem aos gabinetes de segurança das DREs e do ME, estas situações (há fichas nas escolas para iss).Só deste forma impediremos os ME de continuar a afirmar que são casos pontuais e que as esolas são o lugar mais seguro do país...
Sim, muitas situações semelhantes e até ainda mais graves são conhecidas de todos os professores tenha ou não cada um já enfrentado alguma na sua aula. Eu não diria que são abafadas, diria antes que são ignoradas por quem fala ou escreve sobre a escola sem se dar ao trabalho de procurar conhecer o que lá se passa.
Concordo que há males necessários, instale-se videovigilância, mas os fins não justificam todos os meios. A sala de aula não é um espaço público nem faz parte de corredores e exteriores dentro da escola, e esta filmagem não foi previamente consentida pela professora.
Assim, acho lamentável que tenha sido preciso usar um vídeo feito indevidamente por um aluno para pôr comentadores, pedagogos, psicólogos, etc. (e ME) atentos à questão da indisciplina e dos maus comportamentos. E acho até discutível a utilização daquele vídeo, passado para todo o país até à exaustão, inclusíve em termos de legalidade à luz dos artigos do Código Civil relativos à protecção da imagem das pessoas (pensando que a professora tem rosto, é uma pessoa, e não deu, que se saiba, autorização para tal uso).
(Fui ler esses artigos do Código Civil e só não concluo que toda a comunicação social o infringiu porque entre outras situações permitidas de publicação sem autorização dos próprios e que não são o caso, figura "fins didácticos" - enfim... um bocadinho forçado incluir aí, não?)
Isto para dizer que políticos, teóricos, comentadores e jornalistas não precisariam destas notícias - sensacionalistas por causa do vídeo - se lhes conviesse conhecer o que todos os professores conhecem, procurando conhecer também e preocupando-se com as responsabilidades que também lhes cabem, como a toda a sociedade.
Enviar um comentário