sexta-feira, 1 de maio de 2009

Fomentar o trabalho? Sim. Motivar a preguiça? Não.

Estive um mês sem conseguir arranjar tempo para aqui vir actualizar a escrita. Depois da interrupção lectiva dedicada aos concursos de professores e a passar mais algum tempo com a família, o terceiro período de aulas iniciou-se com muito trabalho: as aulas, o jornal da escola, os projectos, a avaliação de desempenho, a inspecção, enfim, não tenho parado um bocadinho!!!
Ora, hoje que se comemora o dia do trabalhador (felizes aqueles que, nos dias de hoje, podem dizer que têm trabalho) coloquei-me a mim mesmo a obrigação de aqui vir escrever sobre um tema da educação. Temas não faltam, desde o alargamento anunciado (pela enésima vez) da escolaridade obrigatória de 18 anos, até ao assunto do dia de hoje (a trapalhada da campanha do PS e do aproveitamento das imagens de crianças com os Magalhães), não esquecendo a forma como o Governo tenta "comprar" o voto dos pais dos alunos portugueses, com o anúncio de bolsas de estudo para alunos do ensino secundário.
Em relação ao primeiro tema e aquele que considero mais pertinente e a necessitar de um debate sério (condição que penso não ter tido o alcance exigível), seria interessante que se questionasse a Ministra da Educação em que condições é que pretende alargar a escolaridade obrigatória dos 15 para os 18 anos. É que tenho a impressão que esse objectivo terá como pressuposto a banalização da escola e o fomento (ainda com maior ênfase do que o actual) do facilitismo e da preguiça.
Já dizia alguém que só se deve dar água a quem tem sede. Obrigar um aluno a andar na escola até aos 18 anos para cumprir uma mera formalidade legislativa é um erro crasso, que apenas irá contaminar, ainda mais, a escola que temos. E não me venham com as conversas dos pedagogos que é obrigação da escola saber e conseguir motivar para a escola os alunos até aos 18 anos de idade. Para os que não gostam de estudar, reinventaram-se ao cursos profissionais, os CEF`s e os PIEF`s, mas sem ainda se ter feito uma avaliação séria destes cursos, já o Ministério os vê como a "galinha dos ovos de ouro" para copiar os países nórdicos. Como se a Educação fosse uma lógica de "copy paste"...
Com tantos problemas por resolver na Educação, tais como a reforma dos currículos e dos programas disciplinares, logo tinha o Governo que começar pelo menos importante. Estamos em campanha eleitoral, não é? Está tudo explicado!!!

2 comentários:

IC disse...

E agora vão ser meses de campanha e mais campanha, enquanto o país fica em espera, a aguardar por soluções para os seus graves problemas.

Anónimo disse...

Pois e o colega ainda assoberdado com a tal avaliação de desempenho, imagino...mas se esse seu empenho e afinco tem resultados práticos junto dos seus alunos, defendo, então, que lhe atribuam muitas turmas de CEF'S e com elas poderá brilhar neste nosso céu nevoento.

Boa sorte