quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Educação sexual nas escolas: nada de novo...

O grupo de trabalho para a Educação Sexual em meio escolar, coordenado por Daniel Sampaio, necessitou de meio ano para concluir que não deve ser criada uma nova disciplina para esta área, aconselhando o Governo para que se revitalizem os currículos sobre Educação para a Saúde. Ou seja, nada de grandes novidades...

Convém lembrar que, actualmente, a Educação para a Sexualidade já é uma realidade nas escolas portugueses, sendo leccionada em diversas disciplinas, tais como a Biologia ou a Geografia, e na área curricular não disciplinar de Formação Cívica. Vir agora afirmar, com toda a pompa e circunstância, que as escolas e agrupamentos escolares devem aproveitar as áreas não disciplinares de Formação Cívica e de Área de Projecto, para também abordarem a questão da educação para a saúde, é não perceber que em muitas escolas isso já se faz.

Provavelmente, Daniel Sampaio e a sua equipa, não sabem muita da realidade escolar portuguesa... Aliás, já há umas semanas atrás, o irmão de Jorge Sampaio escreveu na revista Xis um artigo sobre as aulas de substituição num teor que só evidencia que ainda há quem pense que leccionar no ensino superior é algo de muito parecido com o que acontece no ensino básico. Puro engano, caro Daniel Sampaio...

Sempre defendi que a Educação para a Sexualidade não deve ser incorporada numa disciplina específica. O que deve ser potenciado é aquilo que já se faz em muitas escolas: leccionar conteúdos desta área nas disciplinas que se relacionem com este tema, nomeadamente na Biologia, aproveitar a Formação Cívica para desenvolver competências nos alunos a este nível e dinamizar colóquios e acções de formação onde professores, pais e alunos tenham uma intervenção activa e capaz.

Assim, penso que Daniel Sampaio não chegou a nenhuma conclusão especial. Só é pena que, mais uma vez, seja necessário que venha alguém do ensino superior dizer o que se deve fazer com a Educação para a Sexualidade para que o que já se faz passe a formato de lei... Quanto a professores, será que alguém os ouviu? Se sim, não parece...

3 comentários:

Anónimo disse...

Então mas o que esperavam do Daniel? Como é que um irmão do Jorge poderia ser muito melhor?
Cada um no seu estilo nada adiantam em relação um ao outro.
Duas sumidades no Portugal dos pequeninos.

«« disse...

acabo de elaborar um roteiro temático de educação para a saúde, que trata da sexualidade, numa perspectiva da saúde, para ser abordado na Formação Cívica. Concordo, qudno a comissão defende que a sexualidade, tal como os outros comportamentos de risco não devem ser abordados em separados. Acho que a educação para a saúde vai ter que ganhar espaço na escola, nem que seja empurrando outra disciplina para a rua

Anónimo disse...

Concordo plenamente com a educação para a sexualidade nas escolas...já o deveriam ter feito a muito tempo.

Recordo-me de uma conferencia de quando o Dr Sampaio veio cá a Madeira...vai fazer 2 anos onde ele falava do mesmo . mostrou-se muito interesse na altura e debateu-se sobre o tema de forma muito interessante e ensinou-nos como falar, abordar um jovem sobre a sexualidade.
Falou-nos do livro que publicara recentemente sobre um menino que era homosexual e as suas dificuldades ..etc...

Na altura ele queria que a Secretaria de Educação cria-se uma disciplina especifica..mas tb não concordo com isso.

Sou da opiniao que esse assunto deve estar tb integrado noutras disciplinas..como por exemplo: educação cívica...geografia...biologia..ciencias e quem sabe noutras.

Mas antes de mais os Pais e os filhos devem conversar abertamente sobre as suas dúvidas...os seus problemas. trocar opinioes mesmo que diferentes....mas o importante é FÃLAR...OUVIR....PRINCIPALMENTE SABER OUVIR.

bjs