Este ano lectivo, devido às novas regras de cumprimento de horas não lectivas, alguns colegas meus lá da escola decidiram que levariam o mínimo de trabalho escolar para as suas casas, com destaque para o serviço de correcção das fichas de avaliação dos alunos...
Visto que este ano fiquei a cargo de oito turmas de quatro níveis diferentes e sabendo que me seria impossível apenas corrigir as fichas de avaliação na escola, resolvi contabilizar o tempo gasto a corrigir mais de duzentos testes...
Pois bem, comecei a correcção das referidas provas de avaliação, muitas das quais com mais de quatro páginas de folha de teste escritas, há cerca de dez dias atrás. Acabei hoje de corrigir o último teste e pelas minhas contas levei uma média de dez minutos para cada prova (mais para os testes do secundário e menos para os do 3º ciclo). Assim sendo, só na correcção de fichas de avaliação gastei cerca de 35 horas de trabalho, quase exclusivamente, caseiro... Ou seja, dado que tenho 22 horas de componente lectiva na escola, se tivesse que fazer este trabalho na escola, assumindo que não teria que preparar aulas e que o número de horas semanais é de 35 horas, levaria, no mínimo, três semanas a corrigir os testes. E claro, sem as condições de conforto, sossego e silêncio lá de casa...
Este apontamento serve apenas de alerta para todos aqueles (professores ou não) que julgam que os docentes não levam trabalham para casa. Pois bem, desde a preparação de aulas, até à concepção das provas de avaliação e sua correcção, entre muito outro trabalho burocrático, há quem tenha que levar muito trabalho da escola para casa. Pelo menos, para quem lecciona ao 3º ciclo e ensino secundário assim é obrigado. É a "tal" excepção que (não) temos...
6 comentários:
Pedro os professores que levam trabalho para casa ...são dignos do seu nome "Professor". Estão preocupados em organizar bem e servir bem. Aí está o segredo!
eu tb prefiro estar em casa! e não tenho medo de o dizer...ainda este fim de semana passei o domingo a preparar actividades para as minhas aulas..etc...
Como diz o ditado.."Quem corre por gosto não cansa."
Miguel não ligues a esses patetas (nos quais incluo o presidente da republica)...o que lhes falta é ter as tuas 8 turnas, ou as minhas 7
estou completamente solidário contigo. Apesar de n ter tantas turmas tb levou umas boas horas de fim de semana (sim pk ao contrario de mtos colegas faço trabalho de escola ao fim de semana - senão o k seria de mim?)às vezes dá-nos vontade de meter os testes no correio e envia-los para uns senhores k pelos vistos n tem k fazer.
Zé Augusto
Qualquer professor sabe que se trabalhar apenas as 35 horas não consegue preparar devidamente tudo o que precisa para fazer um bom trabalho na escola. Mesmo quando não temos testes para elaborar ou corrigir, há a preparação das aulas e a correcção de outros trabalhos que solicitamos aos alunos e que são necessários para que consigam aprender e/ou evoluir nas aprendizagens.
Continuação de bom trabalho na escola e no blog.
Ana
Essas contas são válidas nas semanas de testes... 6 a 9 semanas por ano.
E nas outras?
Nas com actividades lectivas sem testes. Quantas são? 26 a 30?
E nas semanas com exames, vigilância e correcções? Quantas são? 2 a 4?
E nas semanas sem actividades lectivas (e sem testes)? Quantas são? 16 a 18 em 52?
Caro Contradito, penso que a Ana, no comentário anterior ao teu, respondeu em parte à tua questão: no final do ano lectivo, entre o deve e o haver, penso que, em muitos casos (não digo todos) é a escola quem fica a dever horas aos professores... Pelo menos para quem lecciona ao 3º ciclo e ensino secundário...
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