sábado, 25 de março de 2006

Mais uma razão para que os sindicatos de professores se entendam...

A recente medida tomada pelo Ministério de Educação de elevar a exigência em termos de recrutamento de professores para as delegações dos sindicatos da educação provocou o natural descontentamento por parte destes... Ora, tal reacção não é de admirar vindo de quem, com uma postura algo despiciente e laxista, levou a que a opinião pública, em geral, tenha vindo ao longo dos tempos a construir uma imagem negativa relativamente aos sindicatos de professores.
Afinal de contas, qual é a situação actual em termos de sindicalismo na área da educação? Temos uma proliferação de associações e organizações sindicalistas que se dizem representantes da classe docente, espalhados um pouco por todo o país e que têm à sua frente, pelo menos em muitos deles, gente que já não lecciona há dezenas de anos e que parece estar desfasada da realidade escolar. Há quantos anos é que Paulo Sucena, o líder da Fenprof, não dá aulas? E João Dias da Silva, secretário-geral da FNE, leccionou nos últimos dez anos? Mas, poderia dar muitos mais exemplos, também a nível de dirigentes regionais e até locais.
Depois, não nos podemos esquecer (e quem é professor sabe do que falo!) de como funcionam muitos sindicatos, quer em termos de recrutamento de delegados, como na confrangedora qualidade de muitas das acções de formação ministradas...

4 comentários:

Anónimo disse...

Obrigada pelas tuas palavras. Mas esse assunto já me doi há demasiado tempo!

Relativamente aos Sindicatos, tenho uma postura muito "deixa andar"... Critico-os mas sou hipócrita e continuo sindicalizada.
Eu sei que é pura estupidez mas que queres!?

A promiscuidade nos Sindicatos vai ao ponto de colocarem nas suas instituições paixões que os dirigentes têm e despedir essas paixões se os dirigentes as não quiserem mais... A promiscuidade vai ao ponto de destacar pessoal docente nas escolas para estar sentado no sofá a folhear a Caras... Assim, há mais pessoal no sindicato e a pessoa em causa está perto de casa...
Eu quero a Ordem!

Anónimo disse...

Se querem medir a representatividade dos sindicatos deveriam fazer eleições sindicais nas escolas, tal como acontece em Espanha. Os sucessivos governos não têm avançado com esta medida, pedida há largos anos pela Fenprof, pois este pântano interessa-lhes.
Há efectivamente sindicatos e associações que só aos seus dirigentes representam. A medição da representatividade seria benéfica. O governo o que pretende é cortar a direito, diminuindo a força dos sindicatos efectivamente mais representativos, que lhe fazem frente e que não lhe fazem fretes. Daí esta medida.
Quanto aos professores que parecem eleger os sindicatos como os seus inimigos principais, tal atitude parece-me ser muito pouco sensata. Há sindicatos de professores onde é possivel participar democraticamente e onde os professores deveriam participar. Porque não se sindicalizam no sindicato que melhor lhes pareça e lutar por dentro?
Porque arranjam desculpas das mais esfarrapadas para não fazer greves?
Os sindicatos não são isentos de crítica. Mas não são todos iguais.
Mal dos professores se não existissem alguns sindicatos. A situação já é o que se vê, quanto mais sem eles.
Relativamente à ordem penso que os colegas têm uma concepção muito "romântica" da importância e da efectividade de uma ordem para os professores. A única "vantagem" que vejo, e vou ironizar, é que obrigaria aqueles professores que não se sindicalizam por causa de não pagarem cotas a pagá-las para uma ordem. Era a união à força de muitos colegas que não têm o mínimo espírito de pertença a um grupo profissional.

João Paulo Silva disse...

MEu caro... creio que esta discussão é um pouco pobre se o caminho for o de sempre: são todos iguais, são todos maus...

Uma pergunta em tom filosófico: o que fez cada um de nós para que o nosso sindicato fosse melhor?

Anónimo disse...

participar nas reuniões! Protestar por decisões! Opinar sobre soluções! Escolher listas dirigentes!Etc...
Isto é DEMOCRACIA, certo?
Ora deixa-me lá ver quem não quererá Sindicatos?.....hum......,pois.....
Já levámos 48 anos sem eles e não serviu......
Depois, QUE SINDICATOS? Os que se autopromovem? Só para amigos e conhecidos?
Saberão os que aqui escrevem sobre qualificação de sindicatos que o Mistério da Educação , quando reune com os sindicatos, estão sentados na mesma mesa 14! Cada qual com o direito a um voto e a uma opinião! E que, só a FENPROF ( que só vale um voto e uma opinião) representará algo como 90% dos professores sindicalizados?
Tb conheço muitos colegas, três, que tb eram pela Ordem e que, qd lhes caiu em cima um Director Executivo ( sim! Já houve 6 experiências disto no tempo da Cavaquistão!) foram a correr para os sindicatos procurar a protecção jurídica á borliú! O mal daquele sindicato é os ter aceite com um pagamneto mínimo de 6 quotas. Ou será que fez bem e eu é que sou mauzinho?
Acho deveras estranho isto! Estar-se aqui ainda a descascar não sei em quê quando é óbvio que o inimigo comum soma e segue...Conheço dois médicos que detestam a Ordem, que são sindicalizados e que, se pudessem terminavam com ela! E andamos nós aqui à procura de quê? reconhecimento social?
Não desaprovo a Ordem, mas que o estatuto dessas instituições deixasse de ser o que é!