No início deste 2º período de aulas, desafiei os alunos das minhas três turmas do 9º ano de escolaridade a desenvolverem um trabalho de pesquisa sobre um país em vias de desenvolvimento à sua escolha. Deveriam investigar as causas do fraco desenvolvimento humanoesse país, bem como dar a conhecer a evolução dos seus principais indicadores socio-económicos. No final, seria feita a apresentação à turma do resultado da informação pesquisada. Assim, combinaram-se as datas para que os alunos, em grupos de dois ou três, fizessem as respectivas apresentações aos seus colegas. Claro que prestei todos os esclarecimentos sobre a forma de desenvolverem o trabalho, bem como as regras de elaboração dos trabalhos em Power-point. Tiveram cerca de um mês para executarem o trabalho...
A semana passada foi dedicada à apresentação dos trabalhos e houve de tudo, desde trabalhos miseráveis a trabalhos extraordinários. Outros houve que nem sequer se deram ao trabalho de fazerem qualquer coisinha.
A apresentação dos trabalhos pelos alunos permitiu-me concluir que a falta de pré-requisitos e do chamado "background" familiar por parte de muitos alunos constitui um factor decisivo de diferenciação entre os discentes. Aqueles que têm bons conhecimentos de informática, adquiridos noutros anos de escolaridade, e que têm a sorte de terem uns pais preocupados com a vida escolar dos seus filhos, conseguem realizar trabalhos de investigação muito mais interessantes do que aqueles que, apesar de até serem esforçados, pouco percebem do Word, do Power point ou de qualquer outro recurso informático.
A apresentação dos trabalhos pelos alunos permitiu-me concluir que a falta de pré-requisitos e do chamado "background" familiar por parte de muitos alunos constitui um factor decisivo de diferenciação entre os discentes. Aqueles que têm bons conhecimentos de informática, adquiridos noutros anos de escolaridade, e que têm a sorte de terem uns pais preocupados com a vida escolar dos seus filhos, conseguem realizar trabalhos de investigação muito mais interessantes do que aqueles que, apesar de até serem esforçados, pouco percebem do Word, do Power point ou de qualquer outro recurso informático.
Veja-se aqui, nesta reportagem da SIC, como no Reino Unido a situação, neste particular, está a milhas de distância. Por aqui chegamos a ter professores (e não serão poucos) que sabem muito menos destes novos recursos pedagógicos do que a generalidade dos seus alunos.
Deixo-vos com dois trabalhos elaborados por um grupo de alunos da cidade, que têm computador em casa com acesso à internet e cujos pais têm um razoável índice cultural. Claro que nem me vou dar ao trabalho de apresentar aqui trabalhos negativos, diria que até mesmo miseráveis, que mais parecem feitos na estratégia do "copy-paste"!
A tarefa de travar as extremas desigualdades sociais de que é composta a escola é, pois, difícil de efectivar. A solução estará em fazer o combate às desigualdades logo no 1º ciclo, para que não se chegue ao 3º ciclo e secundário com miúdos que não sabem fazer um simples trabalho de investigação. Sigamos o exemplo do Reino Unido...
2 comentários:
Quando os alunos se mostram empenhados, os resultados são logo outros. Pena é que os colegas não sigam estes exemplos.
Está claro que toda a estrutura de apoio que os alunos possuem facilita estas aprendizagens. Eu assisto constantemente na sala de aula à cada vez maior discrepância entre alunos com situações económicas favoráveis e aqueles que não as tem. Por mais que se tente é difícil esconder esta realidade.
Esse vídeo-reportagem da SIC que o Pedro disponibiliza deveria ser mais divulgado pelos professores. (E, já agora, deveria ser visto pela equipa do ME - notei um "pormenor": «cada professor dá aulas acompanhado por um assistente, um auxiliar pedagógico». Também na Finlândia há dois professores na aula. Mas esses "pormenores", ou outros como redução do nº de alunos por turma, não interessam, são contra as 'prioridades' do Orçamento)
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