quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Fazer melhor com menos...

Este post é dedicado a todos aqueles que ainda não perceberam que é possível fazer-se melhor com menos. É tudo uma questão de se apostar numa boa e correcta gestão dos recursos existentes. Apostar naquilo que muitos outros países fizeram…
Como bem sabemos este vai voltar a ser um ano de cortes na área da Educação. E quando falamos em cortes é claro que estes irão incidir sobretudo e, uma vez mais, nos recursos humanos ou, por outras palavras, no número de professores e pessoal não docente necessário às escolas.
Há quem diga que Portugal não tem professores a mais. Aliás, até há quem diga que temos professores a menos! Contudo, muitos dos que fazem esta afirmação não a fundamentam com dados estatísticos. Ora, seria importante que consultassem a página 453 do relatório da OCDE “Education at a Glance”, onde é possível comparar a relação entre o número de professores e alunos nos vários países da OCDE.
Consultando a tabela de referido relatório ficamos a saber que no ano 2010 Portugal tinha, no ensino público, uma média de 112 professores por cada 1000 alunos. A média da OCDE situava-se nos 74 professores por 1000 alunos e nenhum país apresentava um tão elevado número de professores como Portugal. Aliás, acima dos 100 professores por cada 1000 alunos só mesmo Portugal e o Luxemburgo.
Ora, convém não esquecermos que em 2010 já tínhamos sentido os efeitos restritivos da política educativa de Maria de Lurdes Rodrigues. Mas, vamos aos números que muitos não gostam de analisar (ou apenas analisam quando lhes convém na defesa das suas teorias).
Entre 2000 e 2010 o número de alunos no ensino público em Portugal aumentou dos 1 561 262 para os 1 581 049, isto com o acréscimo dos alunos das Novas Oportunidades, pois descontando estes o número até seria inferior. No mesmo período, o número de professores passou dos 146 040 para 140 684. Apesar desta redução verificada no número de docentes, Portugal continuou a apresentar a relação professores/1000 alunos mais elevada dos países da OCDE.
Ora, olhando para estes números, Gaspar e Crato devem estar a preparar a forma de reduzirem o número de professores, aproximando a média de Portugal da média da OCDE. Sabendo-se que os professores do quadro representam cerca de 70% do total de professores do ensino público, parece-me mais que óbvio que é no número de professores contratados que Nuno Crato vai cortar. Mas, não basta esperar pela aposentação dos mais velhos! Há outras medidas complementares que devem ser tomadas...
Claro que há quem diga que os professores portugueses já estão açambarcados de turmas e de alunos. Há professores que têm dez turmas, de vários níveis, o que pode totalizar mais de 200 alunos e, consequentemente, um conjunto de tarefas (correcção de testes, preparação de aulas, etc.) que tornam difícil a realização de um trabalho de qualidade. É verdade, mas isso deve-se ao facto de muitas disciplinas terem uma carga horária semanal muito reduzida. Assim, torna-se urgente que se aplique uma verdadeira reforma do currículo escolar, para que se evite continuarmos a ter disciplinas com apenas um bloco semanal, o que obriga a que um professor chegue a ter mais de 10 turmas…
Assim, quando digo que é possível termos uma melhoria da qualidade do ensino com menos professores, digo-o no pressuposto de que para que o sucesso educativo ocorra torna-se imprescindível que se efective uma verdadeira mudança no currículo escolar, sobretudo ao nível do 3º ciclo do ensino básico, onde os alunos podem chegar a ter mais de 10 disciplinas por ano, uma enormidade, que constitui um verdadeiro obstáculo ao sucesso dos alunos…
A redução do número de professores (algo que, quer queiramos quer não, irá acontecer futuramente – basta analisar a tabela do relatório a da OCDE!) irá ocorrer à medida que a política de agregação de escolas continuar a aprofundar-se e se concretizar uma profunda reforma curricular que evite a dispersão de disciplinas que ainda hoje temos presentes, sobretudo nos anos do 3º ciclo de escolaridade. Só assim é possível termos melhores resultados escolares com menos professores...
Portanto, em jeito de conclusão, direi que a vida dos colegas contratados não estará nada fácil nos próximos anos. Com uma média de cerca de 112 professores por 1000 alunos (a média mais elevada dos países da OCDE), parece-me claro que o Governo irá continuar com a política de redução do número de professores. Será esta uma das medidas a aplicar ao nível dos 4 mil milhões de euros que Portugal terá de cortar nas despesas sociais.
Claro que o mais fácil é criticar a medida. Claro que ninguém gosta que se corte na sua área profissional. Os professores dizem que se deve cortar nos militares. Os militares dizem que se deve cortar nos polícias. Os polícias dizem que se deve cortar nos tribunais. Os que trabalham nos tribunais dizem que se deve cortar nos professores. E não saímos disto… Cada um defende a sua capelinha e ninguém tem uma visão de conjunto!
Esperam-nos tempos difíceis. E, sabendo nós que há cerca de 100 000 professores do quadro e cerca de 40 000 contratados, certamente que estes últimos serão os mais afectados.
Quanto à qualidade do ensino por via da alteração das regras da distribuição de serviço (aumento do limite máximo do número de alunos por turma e aumento da componente lectiva) apenas direi que uma gestão mais equilibrada e justa dos recursos humanos poderia evitar muitos desequilíbrios e injustiças ainda existentes nas nossas escolas. Só um exemplo: enquanto continuarmos a ter escolas em que a distribuição de serviço se faz por escolha dos próprios docentes, respeitando a antiguidade, e não por via da qualidade dos mesmos, continuaremos a ter as “piores” turmas a serem destinadas para os colegas mais novos, enquanto que as “melhores” turmas ficarão a cargo dos professores com maior antiguidade, quando a lógica deveria indicar o oposto: as turmas mais “difíceis” para os que têm mais experiência… Basta pensar quem é que geralmente fica com as turmas PCA`s, CEF`s e profissionais e quem fica com as turmas de elite!
Mas, continuo a dizer: uma política de redução do número de professores deverá ser feita em conjunto com uma reforma do currículo escolar, e não apenas baseada na política de agregação de escolas e da aposentação dos colegas em final de carreira...
Quanto à questão que alguns defendem de que a redução do número de professores deve ser feita à custa do aumento da carga lectiva dos docentes e de um novo aumento do número de alunos por turma (como defendeu o antigo ministro Couto dos Santos) penso que é um disparate. Bastará continuar com a política de agregação de escolas e aplicar uma profunda reforma curricular (o que tivemos até agora foi quase nada) para que, com uma melhor gestão escolar (condição imprescindível), possamos ter melhores resultados escolares, apesar de termos de contar, no futuro, com um menor número de professores no ensino público...
Espero que agora os mais distraídos já tenham percebido as razões que levaram a que este Governo tenha feito os cortes que fez ao nível do recrutamento de professores ao sistema público de educação. Agora há que esperar por um profunda reforma curricular de forma a evitar que um aluno tenha dez ou mais disciplinas num só ano de escolaridade e que um professor tenha a seu cargo mais de oito turmas e duzentos alunos... Acabar com a dispersão curricular ainda existente é uma urgência!

21 comentários:

bibónorte disse...

Caro colega
Eu sou a mais antiga na escola e fiquei com a pior turma!

Pedro disse...

Duas observações à colega do comentário anterior:
1. Acredito que a colega seja uma excepção à regra e caso tenha sido essa a sua opção, elogio-a na sua decisão. A experiência profissional não deve ser só propalada para benesses e regalias;
2. É curioso que não tenha contestado o âmago da questão: a comparação do número de professores por cada 1000 alunos em Portugal e nos restantes países da OCDE.

bibónorte disse...

Caro colega
Não vou contestar os números. Foi apenas por achar graça à sua convicção de que as turmas más são sempre para os mais novos que decidi comentar. Aliás, é a primeira vez que o faço no seu blogue.
Sou docente do 1ºCiclo. A realidade deste ciclo de ensino difere bastante da dos outros ciclos.
Os colegas lastimam-se, com razão, da quantidade de turmas e de estas serem numerosas, já para não falar da indisciplina e da violência. Na minha opinião, turmas numerosas são prejudiciais a um ensino de qualidade, tal como no 1º ciclo haver dois níveis de ensino na sala de aula e ainda por cima com alunos com muitas dificuldades de aprendizagem.
Parabéns pelo blogue.
Abraço

Pedro disse...

Cara colega, só mais uma observação para dizer que não é verdade que eu tenha escrito que "as turmas más são sempre para os mais novos". Escrevi sim que, geralmente (reforço, geralmente!) é isso que acontece.
De resto, agradeço os elogios e apenas quero chamar a atenção que uma das vantagens da política de concentração escolar do 1º ciclo, encerrando escolas isoladas, é precisamente evitar que se concentrem na mesma sala de aula alunos de diferentes anos de escolaridade.
Volte sempre.

Alexandre disse...

Boa noite Pedro,

Comparo esta "guerra" de números entre autores de blogs com aquela utilizada pelos políticos: cada um consegue ver a sua verdade espelhada nas estatísticas. Em nada contribuí para o respeito da classe profissional.

Deixo-lhe um desafio, procure centrar um pouco mais a sua atenção para o ensino daqui a 20 anos. Que opções estarão a ser tomadas? Que escola teremos? Será o que o país precisa? Que país teremos? Que país queremos?

Parece que a moda agora é o ensino Dual?
Porquê? Será que se vai dar outra revolução industrial e não me disseram nada? Eu julgava que isso era passado.

As comunidades educativas foram chamadas para construir o currículo educativo? Podia continuar mas não me apetece! Estou cansado de ouvir falar muito de educação e da escola pública, mas poucas ou raríssimas vezes se fala da Educação na Comunidade Escolar!

Quero continuar a visitar o seu blog e espero que vá escrevendo sobre outras temáticas mais importantes!

Os melhores cumprimentos,

Nelson Ramos

Maria disse...

Será que você não se enganou nos números? Se fizer bem as contas isso dá mais ou menos um professor por cada 10 alunos. Todos sabemos que a média real não é essa. Nem sequer no 1º ciclo.
Portanto, penso que os números devem estar errados, pois é impossível que a média seja de 112 professores por cada mil alunos, ou seja, cerca de um professor por cada dez alunos.
Espero que reveja os números, pois se no 1º ciclo cada professor tem em média 25 alunos, nos outros ciclos de ensino a média chega por vezes aos 200 alunos por professor.
Quanto à dispersão escolar, será que você defende que se acabem com disciplinas para assim termos maior concentração de disciplinas. Pode explicar melhor a suia ideia.

Lurdes disse...

Esses números não podem estar correctos. Como é possível termos 1 professor por cada 11 alunos? Veja lá bem o relatório e veja onde se enganou?

Pedro disse...

Caro Nelson, agradeço o seu comentário.
Quero esclarecê-lo que não estou em guerra de números da educação com ninguém, mas como sou de Geografia estou habituado a analisar estatísticas e considero importante que se conheça a verdade dos números para podermos criticar ou elogiar as medidas tomadas pelo Governo.
Considero o seu desafio importante, mas também penso que só podemos perspectivar o futuro tendo um conhecimento real sobre o que temos no presente (cá e noutros países) e como chegámos até aqui...
Considero o seu último ponto muito importante. É importante que a Comunidade Escolar se envolva mais nas questões da educação, já que dos sindicatos não podemos esperar grandes novidades.
Volte sempre

Aproveito para esclarecer a Maria e a Lurdes que incorrem no mesmo erro. A tabela não apresenta o número médio de alunos por turma, mas sim a relação entre o número total de alunos e o número total de professores por país.
Ora, o relatório da OCDE prova que Portugal é o país da OCDE com maior número de docentes por 1000 alunos e uma das razões para isso acontecer, entre outras, é a dispersão curricular.
Há que não confundir o tamanho médio das turmas (em Portugal é de 20 alunos, em consonância com a média da OCDE) com o número de professores/1000 alunos. Aqui não há dúvidas: batemos todos os recordes...
Finalmente, um esclarecimento: com menos dispersão curricular, evita-se que existam disciplinas em que os docentes têm de ter 10 turmas para ter o horário completo.

bibónorte disse...

Caro Pedro
Eu leciono numa das escolas do centro de uma vila, a 40Km do Porto. A maioria das escolas do concelho, que pouco distam do centro, têm turmas mistas, infelizmente. Garanto-lhe que os alunos saem prejudicados.Só quem vive essa realidade pode perceber.Imagine-se a dar aulas a dois anos na mesma sala:):)
Bom trabalho!

Agnelo Figueiredo disse...

Apreciei a enfase colocada na revisão do currículo para menor dispersão. É mesmo por aí que se deve caminhar.

Anónimo disse...

É mesmo!

É até pertinente questionar, porque carga de águas não se segue, no 2º e 3º ciclos a plítica monodocente já implementada, com muito sucesso (provas dadas desde sempre) no 1º ciclo?

Não se compreende, no máximo, deveriam exitir apenas dois professores, um da língua portuguesa e outro de matemática, para as restante áreas, que são com muita facilidade dominadas por estes dois, utilizar-se-iam materiais idênticos aos utilizados em tempos muito recentes nas tele-escolas, também estas com boas provas dadas!

Vocês têm é andado mal habituados!

entropia disse...

Os números são o que são..apenas números indiferenciados...valem o que valem ..e cada um os esperem à sua maneira..já a realidade essa é outra coisa bem diferente dos números...essa do rácio professores alunos é uma falácia...e só diz o contrário quem é cego ou quem nunca deu aulas...

Pedro disse...

O comentador anterior (entropia)afirma que o rácio professores alunos é uma falácia. Pois, custa a acreditar, não é?
Mas, a verdade é que somos o país da OCDE com mais docentes por cada 1000 alunos. E alguns questionam: como é possível se muitos colegas chegam a ter mais de 7 turmas e 200 ou até mais alunos. A resposta é simples. Porque temos uma dispersão curricular tão grande que nas disciplinas que apenas têm um bloco ou bloco e meio por semana um professor para ter horário completo sem cargos é obrigado a ter um elevado número de turmas. Acontece com os colegas de Espanhol, História, Geografia e outros...
Ora, nos países onde o currículo é mais concentrado e com menos disciplinas (originando para cada disciplina um maior número de blocos por semana), os docentes ficam com menos turmas e também os alunos (sobretudo os do 3º ciclo) ficam a ganhar por terem menos diciplinas.
Entretanto, a verdade é esta: somos o país da OCDE com maior rácio professores/alunos.

Luísa disse...

Agora é que tocaste na ferida. O problema não é termos turmas grandes, mas sim disciplinas com reduzida carga horária.
Olha que já cheguei a ter 11 turmas quando fiquei só com básico e não fui diretora de turma. É o problema de ser ter 90 minutos por semana.
Agora acho estranho que ainda nenhum jornal tenha dado a conhecer esse indicador da OCDE. Nunca pensei que fossemos o país da OCDE com mais professores/1000 alunos. Boa pesquisa!
Só mais uma achega. Não te esqueças que acabar com a dispersão curricular seria o mesmo que acabar com algumas disciplinas em alguns anos de escolaridade, levando à necessidade de menos professores.

Pedro disse...

Luísa, é verdade que mexer no currículo poderia provocar alterações negativas em alguns grupos disciplinares. Mas, também depende da forma como se iria mexer no currículo.
Dou só um exemplo. A Geografia está no 3ºciclo do ensino básico com um bloco e meio no 7ºano, um bloco no 8ºano e um bloco e meio no 9ºano (na minha escola é assim). Isto faz com que um professor de Geografia numa escola do 3º ciclo possa chegar a ter 8/9 turmas para ter horário completo. Ora, provavelmente, mais valia que houvesse só Geografia no 8º e 9º ano (com 2 blocos semanais em cada ano), o que faria que esse mesmo professor tivesse menos turmas. Para os alunos também seria melhor, pois teriam Geografia várias vezes por semana, o que é benéfico para o seu sucesso escolar.
Conclusão: uma menor dispersão curricular seria bom para os professores (teriam menos turmas, cada uma com mais horas na sua discplina) e seria bom para os alunos (teriam menos disciplinas por ano, com cada disciplina a ter mais horas por semana).

Anónimo disse...

Acabe-se com a geografia já, essa mxxxda serve para quê????!!!!!

Anónimo disse...

Para meditar: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/o-futuro-do-ensino-esta-em-aulas-separadas-para-raparigas-e-rapazes-1579013

Anónimo disse...

Isso quer dizer que concorda com o que se fez com os colegas de EVT? E também concorda que se acabem com algumas disciplinas? É que não estou a ver outra forma de reduzir a dispersão curricular.

Pedro disse...

Ao penúltimo anónimo(?): um artigo interessante do Público, embora considere que é bom que as crianças contactem desde cedo com a diferença (de géneros, de classes sociais, de convicções religiosas, entre outras).

Ao último anónimo(?): mais do que acabar com disciplinas (todas são importantes) seria importante que a distribuição das disciplinas pelos vários anos de escolaridade, assim como a respectiva carga horária fossem revistas, sobretudo no 3º ciclo. Alunos e professores ficariam a ganhar com menos disciplinas por ano, mas cada uma com mais horas.

Rui Ratão disse...

É esta a resposta que me prometeste?

Desculpa, mas és fraquinho a argumentar, se assim lhe pudermos chamar.

Qual é diferença em termos de qualidade e de «substantividade» da aprendizagem no que diz respeito a uma concentração curricular? Os conteúdos não continuarão a ser abordados pela rama, primando a lecionação pela superficialidade? Qual é a capital da Bélgica? As respostas continuarão a oscilar entre Londres e Lima (?).

Portanto, os profes mais experientes deveriam ficar com as turmas que estão na escola para tudo menos para aprender, enquanto os alunos que encaram o ensino com seriedade deveriam ter como professores os mais inexperientes!!!

Ó pá, tu pensas? A sério? Portanto, tens um prof com 30 anos de carreira (começa a ser raro, penso eu) e manda-lo para um CEF (ou como se chamam esses raios de cursos) e, para a turma de 12.º ano, mandas um contratado? É isto que defendes?

Dito de outra forma: na minha empresa, devo mandar os trabalhadores menos experientes executar as tarefas que exigem maior conhecimento e experiência!!!

E é a gente como tu que eu tenho entregado os meus filhos? Desculpa lá, mas em «bom» português: FODA-SE!

Pedro disse...

Ó Rui, ferves em pouca água!
Deixa-me explicar-te para ver se compreendes a minha argumentação...

A concentração curricular é muito melhor para os alunos. Em vez de terem contacto com uma dada disciplina apenas uma vez por semana ao longo de 90 minutos, podem ter duas ou três vezes por semana essa disciplina, pelo que a aprendizagem será muito melhor. Haverá menos superficialidade na abordagem dos conteúdos. Qualquer professor explicar-te-á a vantagem de ter a mesma turma 2 ou 3 vezes por semana em vez de a ter uma única vez por semana. Por outro lado, é melhor para o professor que, no total, terá menos turmas a seu cargo.

Quanto aos professores experientes, a tua lógica é a de que estes devem ser "predestinados" aos alunos que têm sede de cultura, ou seja, aqueles a quem é mais fácil ensinar. Pois eu acho que a tão propalada experiência profissional deveria ser aproveitada para que colegas com 20/25/30 anos de ensino ficassem também com algumas das turmas mais difíceis, sejam ou não CEF`s ou profissionais. Por outro lado, não vejo qual o problema de um colega com 5/10 anos de experiência ter a seu cargo a melhor turma da escola. Certamente que na tua empresa colocas os profissionais mais experientes para as tarefas mais difíceis e os mais novos para as mais fáceis...