sábado, 18 de maio de 2013

Greve às avaliações e aos exames! O que começou em grande pode acabar em fiasco...


Nesses dois minutos de prestação televisiva, Mário Nogueira pensou ter encostado Nuno Crato à parede: "ou o MEC assegura, no papel, que nenhum professor irá para a mobilidade especial ou a contestação irá em frente", afirmou ele... 
Os pressupostos da greve estão correctos. É inadmissível que o MEC coloque sequer a hipótese de enviar professores para a mobilidade especial. Apesar de Nuno Crato continuar a afirmar que tudo está a ser feito para que a mobilidade especial não chegue aos professores, exigia-se que a mobilidade geográfica fosse alternativa suficiente ao risco do “despedimento camuflado”. 
Quanto à forma de luta aprovada pela plataforma dos sindicatos direi que, uma vez mais, o esticar da corda pode dar em nadaUma greve às avaliações e aos exames pode colocar os pais e a sociedade em geral contra os professores. Por outro lado, é mais que certo que a requisição civil dos professores irá ser aprovada (e apoiada pelos tribunais) pelo que os efeitos da greve serão nulos e apenas servirão para que muita gente (associações de pais, analistas políticos, editoriais de jornais, etc.) critique a acção tomada pelos sindicatos.
Queriam convocar uma greve? Então porque não convocar uma greve para a última semana de aulas (um dia por região: Norte, Centro, Sul e ilhas), sem prejudicar os alunos que vão fazer exame? E nessa última semana de aulas poderiam convocar-se manifestações nas capitais de distrito e aí sim se veria até que ponto é que a comunidade docente está ou não unida na contestação à mobilidade especial. E na manifestação nacional de 15 de Junho tentar-se-ia repetir a grande manifestação que se realizou contra a avaliação de Maria de Lurdes Rodrigues.
Nos dias de hoje, a força da opinião pública e a da opinião publicada é, muitas vezes, superior à força da razão. Não chega ter a razão do lado dos professores. É importante que se faça por ter a sociedade do nosso lado. Ora, a solução encontrada pela plataforma dos sindicatos da Educação pode constituir um obstáculo às legítimas pretensões dos professores.       

16 comentários:

Anónimo disse...

Mas qual professor em seu perfeito juízo fará greve aos exames?!

Isto é surreal...
Este Mário Nogueira é um arruaceiro.


MJ

Anónimo disse...

Intimidar, denegrir, menosprezar...
é apanágio de todos aqueles que, devem ter formações académicas tipo "miguel relvas"...mas que sabem "tudo" sobre educacação...

Anónimo disse...

Se o Mário Nogueira é arruaceiro, o que podemos chamar a Nuno Crato? Mentiroso, ignorante, ladrão? Ou apenas um criado do Gaspar?

Ana disse...

Pedro, vou ser sincera consigo.
Acho que você sofre de um problema que não sabe como resolver. Por um lado é um militante fanático do PSD, mas por outro lado é um professor que percebe que a Escola Pública está a ser destruída pelo "seu" governo.
Tenta dar uma no cravo e outra na ferradura, nunca criticando o seu partido, pelo que desta vez resolveu criticar os sindicatos como se estes fossem a razão dos problemas que vivemos. Outras vezes critica os governos anteriores. Outras vezes critica os professores mais velhos. Mas nunca critica este governo.
Dou-lhe um conselho. Faça um esforço por colocar os interesses da Escola Pública à frente dos interesses partidários.

Pedro disse...

Cara Ana,
cada um tem as suas convicções: ideológicas, políticas, religiosas, futebolísticas, etc. Eu tenho as minhas e respeito os que têm outras...
Não está a ser rigorosa quando diz que eu nunca critiquei este Governo. Basta ler o que tenho escrito sobre Nuno Crato e a mobilidade especial.
Quanto à lógica do "cravo e da ferradura", pode ter a certeza que não coloco os interesses do PSD à frente dos da Escola Pública. Mas isso não quer dizer que defenda a Escola Pública de há 20 anos atrás. Já escrevi que penso que era inevitável que houvesse cortes na Educação. Também já escrevi que chegámos quase ao limite.
Tento ser o mais rigoroso nos argumentos, mas sem entrar na lógica do corporativismo docente.
Mas, cada um tem a sua opinião...

Anónimo disse...

Sentadinhos no sofá à espera de n. sr.ª de fátima...

Luísa disse...

Greves regionais ao longo de uma semana seriam bem mais eficazes do que um dia de greve aos exames. E vamos se vai haver greve. Em Lamego o mais certo é darem em nada.

Anónimo disse...

O último anónimo é que tem razão. Quem ficar quieto à espera que os outros lutem devia ter vergonha. É agora ou nunca!

José Pinto disse...

"cada um tem as suas convicções: ideológicas, políticas, religiosas, futebolísticas, etc. Eu tenho as minhas e respeito os que têm outras..."
Tu és um fanático ridículo do PSD.
Tem vergonha nessa cara. Estás comprometido ideologicamente e isso faz com que estejas perturbado. Não suporto indivíduos que sejam profissionais do ensino e que se metam na política. Tem a humildade de reconhecer que os teus amiguinhos do PSD estão a ruinar o ensino e a escola pública. Amigos dos colégios privados e das privatizações do ensino. O que querem é dar mais poder aos diretores para que possam ser eles a contratar os professores. Havias de levar com um diretor do PS para baixares a crista. Tens a mania que és melhor do que os outros mas lembra-te que os outros também sabem algumas coisitas. Põe-te fino que para o próximo ano vais galgar serra e montes e muito alcatrão e aí quero ver as tuas convicções políticas. Terás imenso tempo, nas curvas e na neve, para pensar nos teus amigos do partido.
"Quanto à lógica do "cravo e da ferradura", pode ter a certeza que não coloco os interesses do PSD à frente dos da Escola Pública."
Tens cá uma escola, aprendeste bem, estás admitido para Presidente de câmara. Já agora o Ruas deve ter um lugarzito para militantes dedicados como tu.
É tudo muito lindo, em 31 de Agosto falamos. Que defendas sempre as tuas ideologias e convicções políticas da laranja.

Anónimo disse...

Apesar de não concordar muitas vezes com os sindicatos, tenho que reconhecer que são um mal necessário. Se não fossem eles nós seríamos um rebanho de cordeirinhos prontos para serem exterminados por este Governo.
Eu vou fazer greve e Deus queira que tenha bastante adesão.
A sociedade está a borrifar-se para a nossa angústia e desespero. se esperamos pela sua simpatia e apoio é melhor esperar sentado, só quando estivermos mortos e enterrados. É agora ou nunca.

Pedro disse...

O penúltimo comentador prova até que ponto é que o fanatismo, a arrogância e a intolerância pode tomar conta de alguns dos nossos colegas quando alguém ousa ir contra as suas ideias.
Um fanático do PSD concorda com tudo o que provém deste governo. Já estou farto de repetir que elogio este governo quando acho que devo elogiar e o critico quando acho que merece. Em relação à Educação, já repeti vezes sem conta que, na minha opinião, os cortes eram necessários, mas que é um absurdo mandar professores do quadro para a mobilidade especial, assim como aumentar a carga lectiva para as 25 horas ou insistir nos contratos de associação e mega-agrupamentos feitos a régua e esquadro. Um fanático do PSD não teria esta opinião!!!
Portanto, seria bom que colegas como o penúltimo comentador percebessem que há quem tenha opinião própria e que não se deixe arrastar pela posição mais fácil: a do contra. Há quem entenda a necessidade dos cortes, mas também perceba que há limites que não devem ser ultrapassados. E também há quem não se deixe levar por uma posição corporativa.
Quando se escreve "havias de levar com um diretor do PS para baixares a crista" perde-se a razão toda. É o pior dos argumentos... É que convém não esquecer que vivemos num país pluralista, onde há liberdade de opinião e de expressão. Eu tenho a minha opinião e não me vinculo, indiscriminadamente, às posições do PSD. Antes da minha ideologia política e do meu partido está a minha opinião... E esta é livre e não depende do que este ou aquele governo defendam...

Concordo com o último comentador quando refere que os sindicatos são um mal necessário. Mas, daí a dizer que é graças a eles que não somos exterminados vai uma grande distância. Aliás, basta pensar que a última manifestação de força dos professores, em 2008, foi alheia a sindicatos. Enquanto a Fenprof estiver refém do PCP não poderemos, quanto a mim, falar num sindicalismo do(e)cente de que nos possamos orgulhar. Daí que tenha sempre defendido que seria muito importante termos uma Ordem dos Professores...
Mas, cada um tem a sua opinião!

José Pinto disse...

"já repeti vezes sem conta que, na minha opinião, os cortes eram necessários, mas que é um absurdo mandar professores do quadro para a mobilidade especial, assim como aumentar a carga lectiva para as 25 horas ou insistir nos contratos de associação e mega-agrupamentos feitos a régua e esquadro. Um fanático do PSD não teria esta opinião!!!"
Gostava que me explicasses como é que o Governo então irá cortar? Senão for no número de professores (aumentando a carga letiva) é na conta da luz, das fotocópias e na água? Não sejamos hipócritas. Custa ouvir a verdade? Não te escondas, admite que o teu governozinho laranja foi longe demais e não vão mais além porque os sindicatos e todos nós não vamos deixar. Vamos fazer greve às avaliações e aos exames e se conseguirmos algo de positivo por parte do governo será porque lutamos. Tenho pena é que tu e outros como tu possam vir a usufruir da nossa luta sem ter mexido uma palha.
O penúltimo comentador tem nome chama-se José Pinto Professor no Agrupamento de Escolas da Arrifana.

Luísa disse...

A paciência que tens!
Pedro, há gente que não merece que te esforces por explicar a tua opinião. É gente que vê o mundo a preto e branco. Ou pensamos como eles ou então recorrem ao insulto.
Mais uma vez te digo que louvo a tua coragem e frontalidade.

José Pinto disse...

Para o Pedro e Luísa:

Há Sempre Alguém Contente

… com as medidas que o Estado anuncia para os seus trabalhadores…

… os grupos privados que também se vão aproveitando para fazer o seu “ajustamento”.

No entanto, os contratos coletivos de trabalho necessitam de acordo entre patrões e organizações sindicais, ao contrário do que acontece nas negociações com o estado.

Mas o receio pelo emprego faz muitas vezes os próprios professores aceitarem baixos salários ou vigilâncias noturnas em festas de finalistas.

Além dos formadores do IEFP que perderam o seu posto de trabalho, dos professores das AEC que encontram-se ameaçados de não terem ocupação nestas atividades para o próximo ano letivo, de todos os professores contratados que dificilmente vão encontrar colocação nos próximos tempos e de uma parte dos docentes dos quadros do MEC que se sentem inseguros com a “requalificação”, juntam-se agora os professores do ensino particular que vêm também reduzir as suas condições de trabalho (já para não falar dos docentes que nos últimos anos foram despedidos das escolas particulares).

Se isto não são razões para um dia 15 de Junho superior ao que aconteceu em 2008 então mais vale abrigarmo-nos e esperar que o furacão passe.

Isto sim é de Professor.
Vamos lutar.
Professores, é hora de unir forças, não deixem que este Governo nos tire tudo aquilo que muitos colegas conseguiram alcançar durante muitos anos de luta. Não se deixem amedrontar, unidos seremos mais fortes. Se nada fizermos seremos carne para canhão.
O momento é grave e devemos demonstrar que estamos descontentes com as medidas que querem implementar e que afetarão as nossas vidas, o nosso salário, o nosso emprego e o nosso sustento.
Lutem.
Defendam o vosso posto de trabalho.
Chega de política e de políticos nas escolas.

Pedro disse...

O José Pinto pergunta: "Gostava que me explicasses como é que o Governo então irá cortar?"
Ora, uma coisa é aquilo que eu acho que poderia ser feito e outra coisa é aquilo que eu penso que vai ser feito.
O que eu penso que poderia ser feito está descrito num artigo anterior que escrevi em Fevereiro disponível em http://maisumaaula.blogspot.pt/2013/02/sintese-de-como-se-pode-fazer-melhor.html
Aquilo que eu penso que vai acontecer é muito simples: penso que o Governo irá reduzir ainda mais o número de colegas contratados e aproveitar, com maior flexibilidade, os professores do quadro. Ao mesmo tempo, o Governo continuará a esperar pela aposentação de colegas, sendo aqui que se notarão mais os cortes no orçamento do MEC (menos salários). Não me acredito que alguém do quadro seja despedido ou que, tendo horário-zero, venha a ser obrigado a dar aulas em qualquer parte do país como se tem dito...
Quanto à questão de que eu e outros colegas possamos vir a "usufruir da luta dos que fazem greve sem ter mexido uma palha", é bom que se saiba que cada um exerce as suas formas de luta como bem entende. E nunca aqui escrevi que não participarei em qualquer manifestação ou que não faça greve às avaliações...
É verdade que estamos descontentes e que devemos manifestar esse descontentamento. Mas, em tudo é necessário bom-senso e alguma racionalidade!

Luísa, como sabes não costumo virar costas a um bom debate de ideias...

Anónimo disse...

Se há uma coisa que me deixa absolutamente incrédulo é o facto de ainda haver professores que não perceberam que (infelizmente) a única greve de professores que permite que tenhamos algum poder negocial é no momento dos exames nacionais ou das reuniões de avaliação, pois em qualquer outro momento o único efeito prático é a poupança de uns milhões de euros por parte do MEC. Ou seja, estamos apenas a fazer-lhes um grande favor, o que eles agradecem.
Se alguém duvida, eu apenas peço que me indiquem uma greve durante um dia normal de aulas em que tenhamos conquistado algo, nem que sejam apenas umas migalhas...