Como se sabe, até ao final da legislatura, o actual Executivo prevê o encerramento de mais de quatro mil escolas do 1º ciclo, tendo em conta o respeito por três critérios: escolas com menos de dez alunos, escolas com menos de 20 alunos e taxas de aproveitamento inferiores a 89 por cento (média nacional) e espaços que não ofereçam condições de funcionamento.
Convém ter alguma ponderação na hora de tomar uma decisão acerca deste objectivo do Governo. Quem é professor ou, de alguma forma, está ligado ao ensino sabe das dificuldades que existem quando se tem que leccionar em aldeias distantes dos grandes centros urbanos e com reduzido número de alunos. Por outro lado, é fácil de imaginar os benefícios que advêm para os alunos quando estes têm a possibilidade de frequentarem escolas devidamente apetrechadas em termos de biblioteca, acesso à Internet, refeitório, entre outros aspectos. Por outro lado, não há que ignorar a diferença entre estar numa escola isolada, onde os alunos apresentam problemas de contacto com novas realidades e estar num estabelecimento de ensino que faculta novas experiências.
No entanto, a minha experiência de formado em Geografia também me diz que o desenvolvimento harmonioso e equilibrado do território só se consegue concretizar se as regiões mais desfavorecidas (as do Interior) não forem desprovidas dos necessários equipamentos e serviços.
Ora, a solução passa por, mais do que "obrigar" as pessoas a ficarem nas aldeias isoladas (esta seria uma estratégia algo bucólica e idealista) reforçar as vilas e cidades de média dimensão destas regiões, pelo que não me repugna nada o encerramento deste tipo de escolas que têm poucos alunos, transferindo estes alunos para as escolas das sedes de concelho. No entanto, não há que descurar todo o trabalho que há a desenvolver pelas autarquias locais no sentido de assegurar o transporte a estas crianças em condições dignas e eficazes.
Creio que as vantagens desta solução superam em muito as dificuldades que poderão advir em algumas situações específicas, pelo que a mesma teoria poderia ser aplicada para outro tipo de serviços que não têm "procura" suficiente, como é o caso de alguns centros de saúde abertos à noite e que na maior parte das vezes estão às "moscas".
1 comentário:
Olá Pedro
Estou inteiramente de acordo contigo.
Com a Regionalização as aldeias , as pessoas não fugiam das suas origens e haveria mais acessos e serviços...
Mas...isso implica mais dinheiro, investir...coisa que na real situação de Portugal é complicado.
E neste momento quem tem dinheiro penso que não se arriscará a investir em lugares desertificados.
Não é uma boa solução a de fecharem as escolas...mas neste momento penso que é um mal necessário.
Também serão menos vagas....mais professores desempregados...
Ás vezes nem sempre podemos fazer desenvolvimento/crescimento...mas podemos esperar por melhores dias.
fica bem.
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